Bonequinha

2 0 0
                                    

Mel

Depois de um dia agitado, eu chego em meu quarto, doida para tomar um banho. Hoje eu visitei o corcovado, andei de bondinho e conheci o Cristo Redentor. Fui uma verdadeira turista na cidade em que eu nasci. Mesmo morando minha vida inteira aqui no Rio, eu nunca tinha ido conhecer os pontos turísticos do estado. Sei que ainda tenho muito o que conhece, mas os principais eu sempre tive muita vontade de ir. Não foi por falta de condições, mas sim por falta de oportunidade mesmo, e talvez um pouco de falta de interesse realmente. Mas eu achei a coisa mais linda, foi mágico, e eu não me esquecerei nunca desse momento.
Eu não tive notícias do bonito o dia inteiro. Ele nem se quer me ligou, pelo menos não para mim, mas acho que para Carine sim, já que no mínimo umas 3 vezes, eu a vi atender o celular com a cara emburrada, e acho que a única pessoa que ela atenderia mesmo sem vontade, seria Antony.
Termino meu banho, e coloco uma roupa mais folgada, e ainda dentro do banheiro, escuto meu celular tocar.
Nossa, com essa correria que tem sido meus dias aqui, eu tinha até me esquecido do meu celular.
Saio do banheiro correndo, procurando o bendito. O encontro em cima da cômoda, e vejo no visor que quem me liga é minha mãe.

- Oi mãe.- digo assim que atendo a chamada.

- Ei, você esqueceu que tem pai é?.- a voz do meu pai faz meu peito se apertar.

Da última vez que estive lá, eu não cheguei a encontrá-lo em casa, e antes desse momento, eu não sabia o quanto estava sentindo a sua falta.

- Nossa pai, como é bom ouvir a voz do senhor, bença.- peço me sentando na poltrona de frente para minha cama.

- Deus te abençoe minha pequena, estou com saudades, quando você vai vim visitar o seu velho?.- pergunta ele, e parece que estou vendo sua imagem. Sentado no sofá todo largado, com a tv ligada, o celular no ouvido e um sorriso enorme no rosto.

Como eu amo o meu coroa.

- Breve estarei aí, só estou curtindo um pouco das minhas férias.- digo para ele também sorrindo.- sinto sua falta também papai.- o sinto suspirar do outro lado com a minha declaração de amor.

Eu sempre fui muito agarrada com meu pai, e eu realmente sinto muito a falta disso. Eu acho que no mundo, a única pessoa que realmente me entende é ele.

- Espero que sim. Vou passa para sua mãe, antes que ela atire a sandália na minha cabeça, e pelo jeito que ela me olha, isso não vai demorar pra acontecer. Beijos minha menina, se cuide, papai te ama.- ele diz, e eu não consigo segurar o riso.

- Pode deixar, amo o senhor também.- eu falo, um pouco antes dele entregar o aparelho para minha estérica mãe.

- Mel?.- a voz dela é urgente, e preocupada.

- Oi mamãe.- e respondo com a voz mais suave que eu posso, tentando tranquiliza-la.

- Como você some assim? Fica dias sem dá notícias? Quer me matar do coração minha filha?.- ela adverte, e por um momento eu reviro meus olhos.

- Aí mamãe, não foi tanto tempo assim, não se preocupe, eu sei me cuidar.- eu falo para ela, um pouco irritada.

- Eu sei minha filha, mais não é fácil dizer para uma mãe não se preocupar com sua única filha.- quando escuto essas palavras, eu me arrependo completamente da minha irritação.

Eu estou esse tempo todo aqui, me divertindo e me aventurando, enquanto eles estão lá querendo saber se estou bem, não e justo ficar com raiva de uma coisa dessas. Realmente, eu devia a eles uma ligação ao menos, não ia custa nada, e eu também estava e ainda estou com saudades.

- Ok mamãe me perdoa, eu devia ter ligado.- ela escuta o arrependimento em minha voz e suaviza.

- Tudo bem minha filha, mas entenda que não queremos se meter em sua vida, nós apenas ficamos preocupados.- ela diz e eu concordo.

- Eu sei mãe, me desculpe.- eu falo envergonhada.

- Tudo bem, vamos mudar o assunto.- ela propõem e eu concordo.- o Natal é na outra semana, você vai vim passar aqui em casa não é?.- ela pergunta, e eu começo a me dá conta que sim, o Natal já é na outra semana, e eu não tenho nada pronto para isso.

- É claro, eu estarei aí.- confirmo.

- Tá certo então.- ela diz agora mais calma.- tá bom filha, não quero toma muito seu tempo. Se diverte aí, se cuida, e qualquer coisa a mamãe tá aqui. Te amo.- diz, e eu me sinto muito melhor ao ouvir isso.

- Obrigada mamãe, pode deixar que irei me cuidar. Manda um beijo pro papai.- digo antes de desligar o aparelho.

Olho outras mensagens, das minhas amigas do trabalho, minha amiga Mariane, e me bate uma saudade dela.

O que será que ela está fazendo agora?

Infelizmente ela não está online. Eu queria muito conversar com ela, contar as coisa que aconteceu por aqui e mata a saudade também.

Resolvo ligar para seu celular.

- Oi amigaaa.- ela me atende no primeiro toque, e eu fico impressionada.- parece atendente que eu estava adivinhando que você ia ligar, estava pensando em você.- diz ela me fazendo sorrir.

- Eu também estava pensando em você amiga, estou com saudades.- me jogo na cama de costas, e fico olhando pro teto com o celular no ouvido.

- E como vão as coisas aí com o seu bonito-sexy-tatuado?.- ela pergunta, e consigo imaginar seus olhos rolando.

- Estão ótimas, e não posso dizer que são entediantes. Mas também não sei, as vezes me sinto presa.- eu falo suspirando.

- Mas presa como?.- pergunta minha amiga desconfiada.

- Não que ele me prenda, não é isso, mas eles me tratam feito uma bonequinha, e isso as vezes me irrita.- eu bufo e ela cai na gargalhada.

- Sabe do quê você está precisando?.- diz ela agora mais animada.

- De quê?.- sua animação me contagia, e eu agora me sento na cama para ouvir.

- Você precisa de álcool. Pega essa outra bonequinha aí, e enche a cara, você vai se libertar, vai por mim.- ela me aconselha, e um sino bate em minha cabeça.

É claro, disso que estou precisando, como não pensei nisso antes?.

- Amiga muito obrigado, você sempre me salvando. Beijos, até breve.- nós despedimos, e eu vou correndo no closet para trocar de roupa.

O SicilianoOnde histórias criam vida. Descubra agora