Dignidade

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Depois de sairmos da boate, Antony me guia até seu carro estacionado na calçada da casa de show, e abra a porta para mim.

- Olá Alan.- digo assim que entro no carro.

- Como vai Mel?.- ele diz me olhando pelo retrovisor.

- Bem, e você?.- eu falo sorrindo para ele um pouco estranho por conta do álcool que começa a perturbar minha mente. Acho que meu psicológico tem algum problema com esse carro, e o álcool juntos.

- Ótimo.- ele diz dando partida, depois que bonito se junta a nós.

Vamos o caminho todo em silêncio, e de vez enquanto, sinto os olhos de Antony queimarem minha pele. Suspiro com o desejo subindo em minha espinha, e a umidade se formando entre minhas pernas. Olho para ele mordendo meus lábios, e ele me encara com o peito subindo e descendo em um ritmo descompensado. Respiro fundo, sentindo a atmosfera me intoxicar com o cheiro de seu perfume, e começo a roçar minhas pernas, tentando reprimir um desejo alucinante em minha mente.

- Jesus...- suspiro quando o ar escapa dos meus lábios.

- Eu também sinto isso garota.- ele sussurra, sem tira os olhos dos meus por um segundo.
...

Quando chegamos em minha casa, bonito da algumas instruções para Alan, e depois vem ao meu encontro no portão onde estou em pé o esperando.

- Posso subir com você?.- ele pergunta olhando em meus olhos, e eu só consigo balançar minha cabeça.

Dou espaço para que ele possa passar pelo portão, o tranco e subimos junto para minha casa.
De vez enquanto, eu fico o espiando de rab0 de olho, quando vamos fazendo o nosso caminho até a escada. Ele está apenas sério, mas pela escuridão do corredor, é bem difícil decifrar seu humor no momento. Já na escada, ele deixa que eu vá em sua frente, eu subo parando na porta da sala, procuro minhas chaves e destranco a porta.

- Não repara a bagunça.- eu falo acendendo as luzes.

Antony entra na sala e olha ao redor um pouco deslocado, e eu fico o encarando sem que ele perceba. Ele olha algumas fotos minhas em porta retrastos no painel da televisão, e outras penduradas em pequenos quadros na parede. Ele se vira para mim, e eu ainda estou parada na porta igual a uma estátua o observando.
É muito estranho ter ele aqui dentro, parece errado, e ao mesmo tempo um sonho.
Ele olha para cima, e para os lados, e depois me olha novamente.

- Lugar legal.- diz balançando a cabeça.

- Obrigada.- peço sem me mexer uma polegada.

- Tem algum problema?.- ele pergunta com a testa franzida, me olhando preocupado ao ver que não consigo me mover.

- Nenhum.- digo o encarando, e ele faz seu caminho lentamente até chega perto o suficiente pra sentir minha respiração ofegante ficar mais turva.

- Tem noção do que quero fazer com você agora?.- ele diz em um sussurro com sua voz rouca.

- O quê?.- eu gaguejo piscando meus olhos completamente atordoada.

- Posso te mostra, quer vê?.- seus lábios se curvam em um sorriso devasso, e eu engulo o nódulo em minha garganta pegando fogo.

Antony se aproximar ainda mais, e eu bato com minhas costas na parede, respirando pesadamente. Ele cheira meu rosto, tocando nossos narizes um com o outro, e vai fazendo uma trilha até meu pescoço. Eu fecho meus olhos prendendo a respiração com a sua proximidade.

- Você cheira tão bem.- ele sussurra em meu ouvido, provocando arrepios em meu corpo inteiro.

Bonito apoia uma mão na parede, a outra ele segura em minha nuca, mordendo minha orelha.

- Você me tira do sério sabia?.- sua voz rouca é como um sino, fazendo minhas pernas bambiarem.

Sua boca quase toca em meus lábios, e eu consigo sentir seu hálito fresco fazer cócegas em meu nariz. E quando acho que ele vai me beijar, ele me larga se afastando, me deixando abandonada e ofegante, ainda agarrada a parede.

- Eu aceito uma bebida.- ele diz sentando no sofá, com um sorriso zombeteiro nos lábios.

Eu fico o encarando de boca aberta e respirando forte. Engulo seco tentando me recompor, passando a mão em meu rosto, tentando recuperar a minha dignidade.

- Um minuto.- falo quase tropeçando em meus pés indo até a cozinha, pra achar uma garrafa de vinho tinto barato, e duas taças de vidro.

Barato não né, é Pergola, mais respeito!

O SicilianoOnde histórias criam vida. Descubra agora