Mel
Acordo de manhã com umas vozes, sons de risadas e passos pela casa. Levanto da cama assustada e vou na direção do barulho. Quando chego na sala, encontro minha tia Nilda, tia Nilsete, minhas primas Simone e Danielle, meu primo Jefferson, e o Rodrigo, namorado da minha prima Simone. Reviro meus olhos quando os olhos do Rodrigo percorrer meu corpo inteiro, assim que ele vê meu baby Doll.
Rodrigo é aquele tipo de homem escroto, que desrespeita a namorada em qualquer lugar, até com a própria família dela. Eu já tentei alertá-la várias vezes, mas ele é tão canalha, que se faz de vítima e acaba revertendo toda a situação ao seu favor.- Filha, você ainda não trocou de roupa pra falar com o pessoal?.- minha mãe fala quando me ver parada igual um poste no meio da entrada da sala.
- Eu já volto.- me viro nos calcanhares o mais de presa possível, e volto para o meu quarto.
Eu não fazia ideia que Rodrigo poderia aparecer por aqui esse ano com Simone. Ele sempre prefere passa com os amigos e familiares do que com minha prima. Mas fazer o que né, não posso expulsa-lo da casa dos meus pais, não no natal, jamais iria fazer uma cena e acabar com a festa que minha mãe está tão animada para fazer.
Vou para o meu armário, pego um macaquinho levinho dentro da bolsa que eu trouxe e vou para o banho. Eu estava muito empolgada para essa ceia de natal, mas minha animação acabou exatamente no momento em que vi Rodrigo. Em vez de ser um momento leve em família, será um dia estressante. Provavelmente irei fica o tempo todo sem graça com as encaradas desse nojento.
Não sei quanto tempo demorei no banho, mas quando eu terminei, todos já tinham saído da sala. Vou para o quintal de casa, e encontro todos sentados em uma das mesas batendo papo. Os dois filhos da Danielle brincando na grama, papai, tio Vinícius, e tio Danilo também estão conversando um pouco mais afastado das meninas.- Nossa, pensei que já ia vim arrumada pra ceia.- diz Danielle quando eu me junto a elas.
- Eu demorei tanto assim?.- sorrio cumprimentando elas, e sentando ao lado da minha mãe logo depois.
- Um pouco.- Simone sorri comendo um pão.
- Toma seu café filha.- diz minha mãe, colocando café em uma xícara pra mim.
- Estamos nos preparando para começar a fazer as comidas.- diz minha tia Nilsete.
- É, essa parte fica para vocês.- Simone diz tirando o dela da reta.
- Eu ajudo a lava a louça.- diz Danielle levantando a mão.
- Eu corto o que tiver que cortar.- eu falo.- arroz e farofa eu também faço.- me ofereço.
- Tá bom, vamos lá pra dentro, assim a gente divide as tarefas.- minha mãe sugere, e todas terminamos o café e vamos para a cozinha começa os trabalhos.
...Minha mãe ficou responsável pelos salgados, minha tia Nilsete pelos doces, e minha tia Nilda depois de reclamar muito, ficou com os cortes e os petiscos, e eu e as minhas primas ficamos com a limpeza. Na hora da divisão, nós achamos que não ia dá certo. Uma queria o lugar da outra, descontente com a sua função. Porém, no final deu tudo certo. Os homens ficaram com a melhor parte, a parte que não faz nada. Mas para mim foi melhor, só de não ter que aturar as encaradas de Rodrigo e ter que ficar me fazendo de maluca, pra mim tá ótimo.
Nós conseguimos incrivelmente terminar tudo em tempo recorde, até porque eu e minha mãe já tínhamos adiantado muita coisa ontem, então ficou bem mais fácil. Quando já estava tudo feito, nós vamos para o quintal tomar uma cerveja e falar mal dos parentes distante.- Você ficou sabendo que a filha da Vanessa virou sapatão?.- diz Simone se debruçando na mesa.
- Que isso, mentira?.- minha mãe se espanta com a mão na boca.
- Maior tempão, tá até casada já.- Danielle concorda balançando a cabeça.
- Coitada da Vanessa.- minha mãe lamenta balançando a cabeça.
- Coitada por que mãe? A filha dela não morreu, nem está com nenhuma doença grave, ela só tem uma opção sexual diferente da maioria, não vejo nada de mais nisso.- eu falo revirando meus olhos para reação dela e das minhas tias.
- A filha, você não tem filho, então você não vai entender.- ela diz me encarando, aquela velha frase de mãe para justificar alguma coisa.
Decido nem entra nesse assunto, porque essas pessoas mais maduras são difíceis de entender alguma coisa que não seja de sua época, e o clima hoje é de amor e não de discussão.
- Mudando de assunto, eu estou namorando.- eu falo do nada, e todo me olham espantados.
- Como assim?.- Simone brada de boca aberta.
- Conheci uma pessoa e nós estamos namorando.- eu falo dando de ombros.
- Mas minha filha, você não acha que está muito cedo para isso não?.- minha tia Nilda fala com cara de advertência.
- Mais cedo do que ele não está não, até porque, a fila dele andou antes mesmo de a gente terminar, então...- balanço meu ombro.- eu estou no lucro.- falo bebendo minha cerveja.
- Você não me falou isso.- minha mãe fala espantada.
- Gente, eu sou mulher, jovem, tenho minhas necessidades, não posso arrumar um namorado? Tenho que ficar sofrendo sozinha em casa por um homem que não me respeitou? Ou tenho que ter alguma consideração por ele, sendo que ele não teve nenhuma por mim?.- me estresso com a reação delas.
- Não é isso, só que a gente ficou surpresa, só isso.- Simone diz disfarçando.
- Mas como ele é?. Danielle pergunta curiosa.
- Normal.- eu dou de ombro não querendo dá muita importância. Não quero entra em detalhes sobre Antony, nunca gostei de fazer propaganda.
- Normal? Bom, sabemos que tem dois braços, duas pernas e uma cabeça, queremos saber outras coisas.- Simone insiste, e eu reviro os olhos.
- Ele é bonito?.- tia Nilsete pergunta sorrindo e eu lembro do quanto Antony é lindo, e acabo sorrindo.
- Já vi que é.- ela fala me encarando e sorrindo também.
- Meninas, podemos nos juntar a vocês?.- papai fala se aproximando junto com os outros homens, e minha cara muda completamente.
Todos entram em um assunto aleatório, e eu começo a pensar no que o bonito está fazendo nesse momento, me bateu uma saudade forte dele agora.
- Como você está?.- uma voz me tira dos meus pensamentos, e eu me viro pra encarar os olhos famintos de Rodrigo ao meu lado.
- Estou ótima, graças a Deus.- respondo sem vontade e viro a cara.
- Que bom, fico muito feliz de saber disso.- ele diz tentando ser simpático, mas meu ranço já foi estabelecido.- fiquei sabendo da sua separação.- diz ele puxando assunto, e agora eu entendo o que ele veio fazer aqui.
- É, a fofoca corre rápido.- eu falo bebendo minha cerveja.
- Sim, eu fiquei preocupado com você, mas estou vendo que já superou.- ele encosta as costa na mesa cruzando os braços na minha direção.
- Sim superei, tô livre, feliz, e vivendo minha vida.- falo irritada.
- Bom, se quiser, a gente pode marca de sair qualquer dia desses, só pra distrair a mente.- ele propõem, e eu encaro ele intediada.
- Estou bastante distraída, mas obrigada pelo convite.- sorrido sem mostra os dentes já me sentindo incomodada.
- Você sabe que gosto muito de você né? De todas as primas da Simone, você é a que eu mais gosto.- ele começa com o papinho gostoso, e eu já me levanto.
- Que bom.- falo e saio de perto dele.- nojento.- resmungo baixinho indo para o meu quarto.
Não estou afim de conversinha fiada não, se não eu acabo com esse natal de uma hora pra outra. Esse menino é um sem noção, parece que está pedindo pra tomar um fora, e não vai demora pra eu atender seu sua vontade.

VOCÊ ESTÁ LENDO
O Siciliano
БоевикMel é uma jovem, que sonha em construir um futuro brilhante. Ela tenta amargamente se recuperar de uma separação recente, e acaba conhecendo Antony no meio disso tudo. Antony é um filho de sicilianos, bilionário e sedutor. Antony, acaba virando a...