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Guilherme

Passei o dia com a minha preta hoje. Fiquei cinco anos longe da Esther, sem saber notícia, sem ligar, sem nada, mas quando a gente se encontrou foi fight na certa.

A gente sempre teve uma conexão muito grande, um gostava muito da companhia do outro, mas não é o suficiente né !? Pra ficar junto de alguém a gente tem que ter certeza do que ele(a) representa de verdade nas nossas vidas.

Esther - Não vai embora não preto, fica mais um dia.... _ me encheu de beijos e eu ri.

Guilherme - Eu tenho que ir amor, daqui a pouco o Zangado vai me pegar pra Cristo...

Esther - Deixa ele saber que tu tá chamando pelo vulgo antigo, vai te amassar!

Guilherme - Que nada, sogrão me ama, ele é meu fechamento! _ debochei e ela riu.

Esther - Dois cachaceiros, um horror...

Guilherme - Quem vê nem pensa que tem uma pedra de sal grosso grudada na guela! _ falei e nós gargalhamos.

A partir daí foi aquele trabalho em equipe, é um tal de "cadê minha calcinha?", "tu viu minha cueca?", é foda!

Esther - Peraí ? _ segurou no meu rosto _ Tá na capa hein bandido !? Dá um trato nesse teu cabelo e no resto, como é que eu não vi isso ?

Guilherme - Você tava muito ocupada! _ beijei o canto da boca dela que riu.

Esther - Já arrasta a cadeira pra fora e fica só de bermuda, vou lá embaixo buscar o estojo.

Fiz o que a patroa mandou e fiquei aguardando na disciplina, Esther subiu, cortou meu cabelo, fez minha sobrancelha e acertou meu cavanhaque.

Esther - Agora tá apresentável! _ falou enquanto guardava a navalha.

Guilherme - Pô, tô sujão, tomar um banhozinho né !? _ joguei um pouco de cabelo nela.

Esther - Isso é jogo sujo Gui, você não presta!

Guilherme - E você gosta! _ falei com ela nos meus braços.

Esther - Palhaço! _ fingiu estar brava enquanto eu levava ela pra dentro.

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Depois de muito esforço consegui vir embora, a hora da despedida que é foda, mas se Deus quiser isso vai mudar e não vai demorar muito.

Vim pra cá a pé, da casa dela aqui no morro é rápido, uma favela é perto da outra. Quando tava pra entrar em casa Sávio me parou no portão.

É outro, leva coice atrás de coice, mas tá sempre atrás da pata do cavalo!

Guilherme - Fala logo, tô com tempo não!

Sávio - Parabéns, tô sabendo que tá de papai novo! _ falou e eu olhei pra ele confuso _ Como é ser filho de bandido ?

Guilherme - Tá usando o que ? Tenho pai não cara, para de fofoca!

Sávio - Ué, tu mãe não te contou que tu é filho do Naninha ?

Tempestade Onde histórias criam vida. Descubra agora