Capítulo 19: Um acordo.

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Ergui a espingarda e atirei nas tochas nas paredes, fazendo-as despencar e cair no chão, com a chama ficando menor até começar a apagar. Tallys derrubou parte dos guardas, antes de eu me obrigar a ir para o chão, quando os tiros forem direcionados a mim. Mirei nas pernas dos guardas ainda de pé, atirando ao mesmo tempo que sentia uma fisgada no ombro, com uma dor alucinante, junto com o barulho de algo se estilhaçando.

Os guardas começaram a cair, ainda tentando erguer a arma para atirar. Não demorou para eu ouvir o barulho de vários sinos tocando ao mesmo tempo, avisando os guardas dos outros níveis da prisão que algo estava acontecendo. Tallys surgiu ao lado de um grupo de guardas, desaparecendo segundos depois, ao lançar eles em direção as paredes. Ele derrubou as últimas tochas da sala, fazendo as chamas ali se apagarem.

Os tiros cessaram e eu aproveitei o momento para pressionar meu ombro, sentindo um cheiro metálico e algo molhado nas minhas mãos. Puxei um lenço de dentro da jaqueta e pressionei ali, enfiando dentro da roupa para deixar sobre o ferimento. Fiquei de pé, ao mesmo tempo que ouvia o som da imensa porta se abrindo, junto com os sinos que ainda tocavam.

As chamas das tochas do corredor começaram a clarear a sala dos espelhos, revelando a figura de pele morena e olhos vermelhos vivo que estava de pé no meio de todos os guardas caídos, com um ar sombrio, belo e único que só os vampiros exibiam. Sangue manchava parte do chão, me fazendo engolir em seco e ficar de pé, ao mesmo tempo que encontrava os espelhos atrás de mim quebrados e espalhados pelo chão.

—Bom, agora não tem mais volta. —Tallys afirmou, ajeitando a jaqueta sobre o corpo de uma forma elegante, com uma expressão séria e indiferente. —Vá falar com Jacks. Vou tentar desviar a atenção dos guardas e descobrir como soltá-lo.

—Tudo bem. —Assenti, percebendo que ele estava prendendo a respiração, ao mesmo tempo que evitava olhar pra mim ou para os guardas no chão.

Seguimos o corredor rochoso, com o barulho dos sinos nos seguindo até que chegássemos aos degraus em caracol. Tallys olhou pra mim por um segundo, antes de disparar na minha frente e desaparecer. Ouvi o barulho dos tiros segundos depois, sentindo o ar ficar cada vez mais pesado ao meu redor. Aproveitei o momento para carregar a espingarda, antes de voltar a subir os degraus.

Quando cheguei ao final da escada, as tochas daquela sala também estavam caídas e quase todas apagadas. Alguns guardas ainda estavam de pé, tentando atirar na sombra de Tallys a medida que ele corria. Mas era impossível acertar um vampiro, quando ele decidia correr.

Ergui a arma e atirei, mirando nas penas deles e chamando sua atenção. Isso deu tempo suficiente para Tallys chegar do outro lado, na imensa poeta de metal que estava no nosso caminho. Corri, tentando desviar dos tiros, enquanto as balas me seguiam pelo caminho ao baterem contra a parede rochosa atrás de mim. Acertei dois dos guardas, antes de deslizar em direção a o último de pé, o atingindo com a espingarda quando a mesma ficou sem balas.

O guardas cambaleou para trás, tentando carregar a própria espingarda, antes de eu o atacar de novo, vendo ele desviar da espingarda, ao mesmo tempo que me dava uma rasteira nas pernas. Cai de costas no chão, com o grito se entalando na minha garganta quando ele pisou na minha perna. Puxei uma das facas, trincando os dentes antes de atacá-lo, enfiando a lâmina no seu tornozelo. O guarda se afastou, grunhindo de dor, me dando tempo de ficar de joelhos e dar uma rasteira nele, fazendo o cair no chão. Puxei a espingarda e atingi a cabeça dele, fazendo-o apagar.

Soltei um gemido de dor, sentindo meus músculos doloridos e minha perna rígida. Olhei ao redor, percebendo que a imensa porta estava aberta e Tallys já havia desaparecido. Me coloquei de pé, voltando a carregar a espingarda, antes de seguir em direção aos níveis das celas da prisão.

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