Epílogo.

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Jacks

Balancei minhas asas, sentindo os músculos das minhas costas protestarem, enquanto pousava sobre o solo congelado. A floresta branca estava em toda minha volta, enquanto os homens erguiam acampamento para ir embora. Caminhei em direção aos três peregrinos do meu interesse.

Meus irmãos estavam imobilizados, de joelhos na neve espessa de Atlantis, bem na minha frente segundos depois. Era um visão completamente satisfatória pra mim. Os flocos de neve estavam grudando em suas asas, assim como grudavam nas minhas. Não ousei abrir a boca, querendo saber o que estava passando na cabeça deles.

—Veio atrás de vingança? —Jace indagou, cuspindo sangue na neve. Pelo estado dele, de Aiden e Evan, eles haviam levado uma bela surra. —É um pouco baixo da sua parte, sabia?

—Vai nós jogar em uma cabana e colocar fogo nela também? —Aiden soltou uma risada. —Isso não faz de você melhor que nós, sabia? Você continua sendo o irmãos mais novo, fraco e inútil.

—Quem disse que eu quero ser melhor que vocês? —Indaguei, me inclinando para frente, enquanto meus lábios se curvavam em um sorriso. —Estão fazendo as perguntas erradas aqui.

—As coisas não são mais as mesmas, Jacks. Os territórios estão abertos pra todas as espécies andarem por onde quiserem. Os três grandes deuses estão mortos e as magias desaparecida a meses. —Evan ergueu o rosto na minha direção. —Você pode ter o que quiser. Até mesmo aquela fêmea por quem lutou. Por que perder seu tempo com nós três?

—Não é perda de tempo. Isso, meus caros irmãos, se chama diversão. —Acenei para os homens, deixando claro que estava na hora de ir. —Não vou jogar vocês em uma cabana e atear fogo. Mas vou fazê-los passar por algo que eu também fui obrigado a passar. —Meus olhos se estreitaram, percebendo que os três olhavam pra mim. —Não me importo em ser melhor ou mais forte que vocês. Mas me importo em ser o pior. Espero que gostem da ilha da prisão. É um lugar encantador.

—Jacks, espere! —Jace gritou, enquanto eu virava as costas e me afastava deles, deixando que os homens os arrastassem para o navio.

—Por favor, irmão... —Evan exclamou. —Não pode fazer isso com a gente!

—Vamos matar você, Jacks! —Aiden prometeu, se debatendo e me olhando com fúria. —Está ouvindo? Vamos matar você um dia, Jacks. Pode demorar, mas esse momento ainda vai chegar!

—Um conselho. —Olhei pra eles por cima do ombro. —Cuidado com as paredes, elas tem ouvidos.

Abri minhas asas e subi para o céu, deixando a neve se mover atrás de mim quando me afastei.

[...]

Observei os portões da cidade sob a montanha serem abertos, me permitindo entrar naquelas cavernas que abrigavam uma cidade toda. Caminhei pelas ruas, percebendo que algumas pessoas ainda ficavam surpresas por ter um peregrino passeando por ali. Ignorei todos eles, indo em direção a construção sobre as rochas que se assimilava a um palácio, passando pelo arco de pedra até o sala cheia tochas por todo lado, que revelavam um bar cheio de contrabandistas.

—Como foi a sua missão? —Tallys surgiu ao meu lado, carregando um cálice de sangue e dando um gole. Pelo cheiro, sabia que era o sangue de Stella, forte e poderoso.

—Meus irmãos estão sendo levados para a prisão. Terão a eternidade toda para encarar aquelas paredes rochosas. —Falei, virando o rosto pra olhar pra ele. —E a sua?

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