A mãe de Jacks era bela, com um ar jovial surpreendente. Tinha longos cabelos negros, trançados ao redor dos dois chifres no topo da cabeça. O tom prateado dos olhos era igual ao de Jacks, tendo a mesma intensidade. A pele, um pouco pálida demais perto dos outros peregrinos que eu havia visto naquela noite.
—Mãe, essa é a srta Alita Aziz. —Jacks olhou pra mim, tocando minha cintura quando parei ao seu lado. —Alita, essa é minha mãe, Bree.
—É uma honra conhecê-la. —Falei, abrindo um sorriso pra ela.
—O prazer é meu. Não sabia que meu filho estava com alguém. —Ela olhou pra nós dois juntos, com aquela preocupação na voz de antes dando lugar a algo caloroso. —Lamento por ter interrompido a noite de vocês dois.
—Não se preocupe. Está tudo bem. —Jacks afirmou, olhando pra ela com atenção. —Eu ia procurá-la amanhã cedo.
—Claro que ia. —Ela riu. —Alita, quero que se junte a mim no café da manhã. —Olhei para Jacks, querendo desesperadamente negar aquilo. —Sei que tem uma amiga com você, ela pode se juntar a nós também. Faço questão, por favor.
—Tudo bem. —Concordei, sentindo os dedos de Jacks apertarem minha cintura.
—Excelente. Vou deixar vocês dois. Devem estar cansados. —Ela olhou para o filho por alguns segundos e sorriu triste, antes de ir embora.
Observei Jacks fechar a porta, enquanto eu ia até minhas coisas, querendo pegar roupas limpas, já que havia colocado as mesmas de antes. Ele parou perto da cama, me seguindo com os olhos enquanto eu voltava até a banheira.
—Você não me contou que Maximus era seu pai. —Falei, soltando as roupas sobre um banquinho que havia perto da banheira, me virando para ver Jacks se aproximando.
—Era uma informação desnecessária. Isso não muda absolutamente nada. —Afirmou, me fazendo comprimir os lábios. Pra mim era uma informação importante, porque eu não gostava nem um pouco do pai dele. Agora menos ainda. —Tudo bem pra você tomar o café da manhã com minha mãe amanhã?
—Eu queria aproveitar o tempo pra pensar nos últimos acontecimentos. Mas tudo bem. Sua mãe parece ser uma boa pessoa. —Falei, começando a tirar minhas roupas de novo, escutando ele prender a respiração.
—Ainda quer que eu banhe você? —Indagou, me fazendo virar e olhar pra ele com as sobrancelhas erguidas, antes de tirar minha calça e jogar no chão, ficando apenas com minhas roupas íntimas e o olhar dele queimando minha pele ao encarar cada canto muito lentamente.
Antes que eu respondesse, um papel passou por baixo da porta, fazendo eu e Jacks olharmos naquela direção. Ele fez um movimento com a mão, fazendo o papel sumir de lá e surgir entre seus dedos. Quis revirar os olhos com isso, porque era o tipo de coisa que eu deveria esperar dele.
—O que foi? —Questionei, vendo os ombros dele ficarem rígidos ao ler o papel, com a mandíbula cerrada.
—Tenho que ir. —Afirmou, se virando e caminhado em direção a porta. —Não me espere acordada.
E sem dar qualquer explicação, ele saiu do quarto e me deixou sozinha, sem entender absolutamente nada. Certamente não foi daquele jeito que eu imaginei que a noite terminaria.
[...]
Encarei minha xícara de café, sentindo meus músculos rígidos e cansados. Não havia dormido absolutamente. Primeiro porque fiquei curiosa pra saber o que havia acontecido com Jacks, já que ele não apareceu desde aquele momento. E segundo porque sonhei com Cal e aquilo me fez ficar pregada na cama encarando o teto.
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Os Domínios do Deserto
FantasyNas terras do continente Esmeralda, muito se fala sobre os deuses capazes de ditar os dias e as noites, controlando o sol, a lua e as estrelas. Mas outros seres caminham por aquelas terras, reverenciando-os e convivendo com os deuses inferiores, que...