Capítulo 9: Eu preciso falar

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Uma semana se passou...

Nas terras altas era momento de tomar atitudes e deixar tudo pronto para o casamento.

A ansiedade por aquele acontecimento estava enorme e Rodolffo estava com o coração inquieto quando resolveu ir conversar com seu pai. Buscou o visconde por toda a casa e o encontrou em seus aposentos.

- meu pai... Preciso lhe falar.

- então fale. O quê houve?

- desejo ver minha noiva uma vez mais antes de tudo isso..

- como assim?

- dentro de duas semanas nos casaremos e eu desejo que ao menos ela não me deteste tanto. Preciso com urgência falar com ela.

- mas então quer ir as terras baixas do Cox?

- quero que venha comigo, se não Lourival não permitirá que eu chegue perto dela.

- que dia?

- hoje. Preciso vê-la o quanto antes.

- vamos. Vou mandar preparar minha carruagem.

- eu vou de cavalo. Chego mais rápido.

- então cuide em arrumar a sela.

Ele selou seu cavalo sem ajuda de criados. Rodolffo precisava conversar com Juliette, não sabia bem o quê diria, mas daria alguma tranquilidade ao coração que já estava atormentado demais. Lhe diria que ele não a tocaria, que seria seu amigo e que ela ficaria bem ao seu lado. E principalmente que ela não o julgasse o monstro que ele não era.

Ele se adiantou na viagem e avisou aos cocheiros que iria. Seu cavalo era forte e rápido e em quatro horas ele estava chegando nas terras do Barão Cox. Ele tinha tempo, então resolveu ir até um ribeirão que tinha ali perto.  Seu cavalo e ele estavam sedentos de sede, precisando de água.

Ele sabia o caminho por que o Barão tinha apresentado, então seguiu rumo ao ribeirão.

Já era tarde do dia, passava das 11 horas da manhã, mas era um dia ameno e com pouco sol. Ele desceu do cavalo e se hidratou e logo em seguida deixou seu companheiro ali bebendo água.

Um canto baixo vinha de alguma parte do ribeirão e seu instinto o fez procurar de onde vinha. Ele vasculhou toda a margem que estava e percebeu que precisaria atravessar a água. Olhando os pontos viu um que não era tão profundo e daria para atravessar sem nadar. Sem pensar muito ele se ateou dentro da água e foi até a outra margem.

Lá ele caminhou um pouco mais e encontrou Juliette recostada no caule de uma enorme árvore. Ela estava sentada, tinha um livro aberto sobre as pernas e cantava, um canto lindo e doce, cheio de emoção.

Rodolffo foi se aproximando dela devagar e cautelosamente, Juliette nem se deu conta dos minutos que estava sendo espionada por seu noivo,  mas ele gostava de estar ali, a vendo e a admirando em segredo total.

A situação só mudou de figura quando seu cavalo resolveu relinchar e Juliette se assustou, levantando do chão numa velocidade absurda.

- quem está aí? - ela disse temerosa.

Ele resolveu mostra-se e encarar a reação dela o vendo.

Quando ele surgiu para ela, Juliette ficou de várias cores diferentes. Amarela de pânico, verde de susto e vermelha de vergonha.

- sou eu Juliette. - ele disse com a voz baixa.

Ela ficou algum tempo olhando para ele e depois resolveu fugir dali. É... ela o deixou sozinho e correu mata adentro. Rodolffo por sua vez correu atrás.

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