Capítulo 6: Acuada e ferida

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Juliette ficou transtornada com tudo que se passou e saiu correndo para o seu quarto. Ela entrou no ambiente e se debulhou em lágrimas sobre a sua cama. E pensou que tudo deu errado para ela desde o nascimento. Ela sentiu amaldiçoada por toda uma vida.

...

Lourival sabia que sua filha estava muito mal e imediatamente chamou Ruth. Ela era uma funcionária antiga, uma senhora de 52 anos, mas que era além da ama de leite de Juliette, sua criada de quarto, confidente e sua filha a tinha como mãe. Ele sabia que um conselho materno lhe cairia bem agora e só Ruth poderia lhe dá.

- Ruth, por favor, vá até o quarto de Juliette. Lhe dê conselhos. Tente tirar os medos de seu coração. Te peço isso por que eu tenho medo do que possa acontecer com essa menina teimosa.

- eu vou tentar.

- por favor, consiga. Lhe dê conselhos sobre a vida e tire suas dúvidas, só confio a ti essa missão. Sei que criou seus filhos com muito amor e fez o mesmo a minha Juliette.

- obrigada senhor.

Ruth seguiu até o quarto de Juliette e bateu na porta, em seguida entrou porque a mesma estava aberta.

- Juliette...

- oi Ruth. - ela retirou o rosto do travesseiro. - venha aqui.

Ruth foi até ela e sentou-se na cama ao seu lado. Juliette se aproximou e depositou a cabeça no colo de Ruth.

- tem algum jeito de me transformar em homem Ruth? Eu posso dizer que sou um e nenhum homem casará comigo.

Ruth sorriu daquele ideia tão boba.

- impossível minha rosa, tu és delicada e formosa demais para isso. Gostaria mesmo de ser homem?

- eu não quero casar Ruth, estou desesperada. Preciso encontrar um jeito de fugir disso.

- Juliette, lembra-se dos ensinamentos do passado?

- alguns... Por quê?

- sempre fiz questão de te explicar as coisas, lembra-se da tua revolta ao ter a primeira regra?

- eu tive tanta raiva Ruth. Eu era tão novinha, só tinha 12 anos. Eu não queria aquilo para mim.

- sim... Eu lembro. Se recusava a aceitar, mas lembra-se do que te falei?

- Juliette é o natural. É impossível mudar o quê a natureza fez.

- foi isso mesmo. E lembra-se que desde os 18 anos eu te falo sobre a importância do casamento? É outra coisa natural.

- não é natural. Não nasci casada.

- mas homens e mulheres devem se unir e formarem uma só carne e assim novas carnes, que são seus filhos. Eu sei que hoje está revoltada e não aceita esse homem, mas isso irá mudar.

- não venha me dizer que vou acostumar com ele como acostumei com minhas regras por que não vou Ruth. É impossível.

- não é impossível. Acredite em mim. Eu tenho muitos anos de vida e experiência de vida. Vai se acostumar com seu marido e vai se sentir feliz quando ele estiver contigo e te cobrir de carinhos.

- ele não gosta de mim Ruth. Não tem carinho para me dá.

- se ele não for um animal, ele terá carinhos para ti. Não me casei amando meu marido, mas nunca me fechei a possibilidade, eu queria viver aquilo. Sempre quis ser mãe e fui, tive seis filhos e pertenci ao meu marido até os últimos dias de sua vida aqui na terra.

- Ruth... Eu sinto tanto pelo seu marido.

- eu ainda sinto saudades dele. Ele era um homem bom e honesto. Não se feche a possibilidade de amar o seu marido, não sem antes lhe dá uma chance.

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