Capítulo 39: As flores

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A viagem de volta a casa foi tranquila e Rodolffo colocou todos os seus pertences em uma carruagem que o deixaria em casa. Tornado viria com um criado.

- o senhor não ir de cavalo é um acontecimento. - disse o criado que guiava a carruagem.

- não me sinto tão bem hoje. Acho melhor não arriscar.

- hoje parece que será mais uma noite de chuvas fortes senhor.

- realmente... O clima está favorável. Quando estiver perto do rio quero fazer uma parada.

- pois sim, senhor.

Rodolffo sentia a cabeça doer forte naquela tarde, por isso preferiu se poupar da viagem em cima de Tornado. Na carruagem era mais seguro e mais confortável.

Ao chegar próximo de casa, ele deu uma parada após a passagem no rio. Rodolffo colheu um bonito ramalhete de flores para sua esposa. Ele sabia que ela amava aquelas rosas em especial e resolveu lhe dá mais esse singelo agrado, era simples, mas era de todo o coração.

...

Ele chegou em casa quase ao entardecer e encontrou a casa muito silenciosa. Ruth veio recepcioná-lo.

- ainda bem que chegou em paz senhor.

- cadê minha esposa?

- está bordando lá no quarto.

- me ajude a subir com essas coisas, por favor Ruth.

A criada pegou todos os objetos que ele lhe pediu e subiram juntos. O ramalhete de flores, ele escondeu atrás das costas.

Ruth bateu na porta do quarto e entrou junto com Rodolffo. Depositando as caixas por sobre a cama de sua senhora e saindo em seguida.

- que bom que chegou bem. - ela disse já de pé. - o quê são todas essas coisas?

- fiz boa viagem Juliette. Abra. São todos presentes para você.

Juliette abriu um por um dos presentes e seu semblante não demonstrava muita empolgação.

- por Deus Rodolffo... Quanto custou isso? - ela fez uma cara de susto ao ver o colar de diamantes.

- não importa o valor... O quê importa é se gostou da jóia. Gostou?

- nunca tive jóias Rodolffo. A primeira que tive foi nossa aliança e nesses poucos meses de casados já tenho praticamente um tesouro que seria cobiçado por qualquer assaltante. Para que tudo isso? Não saio quase nunca de casa e nem quero sair. Prefiro estar aqui junto do mato que é meu lugar.

- seu pai nunca lhe deu jóias por que nunca cuidou de ti. Toda dama nobre precisa ter peças valiosas em seu poder. É uma garantia de vida.

- mas eu não quero tantas garantias. Não tem necessidade disso. - ela disse um pouco contrariada.

- não gosta que eu te dê jóias?

- de verdade, não gosto. Parece que está me adulando e tentando se reconciliar comigo usando esses artifícios.

- essa não é minha intenção Juliette. Não é por isso que te comprei esse colar.

- então, não compre mais jóias para mim.

Rodolffo ficou triste e mais uma vez seu plano de uma reconciliação foi minado. Ele por fim lembrou-se que ainda tinha o ramalhete em mãos, mas optou por não entregá-lo. Ele fez um gesto de saída e Juliette o interceptou.

- por que está andando para trás? O quê esconde aí? - ela disse vendo que ele escondia algo.

- quando vinha para casa colhi esse ramalhete para ti. - e entregou a ela as flores.

- tu mesmo colheu?

- eu mesmo. Eu sei que ama essas rosas.

Juliette lhe abriu um sorriso, coisa que os presentes caros não conseguiram.

- são muito lindas. Obrigada. - ela disse cheirando uma flor amarela.

- que bom que gostou. Fico feliz. Agora vou te deixar só. Preciso tomar um banho e descansar. Estou muito cansado.

- vá. Bom descanso. E obrigada de verdade pelas flores, são muito lindas e cheirosas.

Ele saiu e fechou a porta e Juliette ficou a contemplar o melhor presente de todos, flores colhidas no campo por seu marido.

...

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