Capítulo 52: Escancarando verdades

261 39 14
                                    

Juliette e Izabella passaram o dia juntas. As cunhadas conversaram e tentaram se desfazer da dor que invadia o coração das duas.

Porém Juliette tinha planos de assim que seu marido chegasse, ela sairia até a casa de seus sogros. Precisava conversar com Vera, ela era uma mulher sábia e com certeza tinha o melhor jeito de resolver tudo.

Depois das três horas da tarde, Rodolffo entrou vitorioso em casa.

- matei alguns coelhos selvagens. - ele disse sorridente para Ruth.

- e quase a mim do coração. - disse Lourival.

- o senhor está muito fraco meu sogro. Mas sua companhia foi importante.

- tu é um assassino em série. - falou assombrado.

Rodolffo gargalhou do sogro.

- são animais homem. Não seja exagerado. Agora sei de onde Juliette tira os exageros dela.

- acha que ela parece algo comigo?

- no físico não, mas no gênio sim. Tem alguns traços. Mas te aviso, prefiro minha esposa. - e deu duas tapinhas nas costas de Lourival.

- mas é claro. E tu tem mesmo certeza que anda doente? Por que te acho mais forte que um touro.

- meu vigor continua intacto meu sogro, o problema é minha cabeça. Mas ultimamente ando bem, se está preocupado comigo. Sim... Aconselho o senhor a se alimentar melhor... Está precisando.

- mas eu tenho me alimentado bem.

- então tem uma fraqueza eterna nessas pernas. - ele começou novamente a rir.

- eu te acho um sujeito muito atrevido, sabia? Não devia estar rindo de mim.

- meu sogro, estou a brincar contigo. Prefira o meu sorriso, pois ele sim é o melhor de mim. Mas se te ofendi peço desculpas. Ruth cadê minha esposa?

- a senhora está no vosso quarto com sua irmã Izabella.

- Izabella aqui... Estranho. Mamãe também veio?

- a jovem veio sozinha. - respondeu Ruth.

- vá comer algo meu sogro. Está muito pálido. - ele disse antes de começar a subir para seu quarto.

Lourival viu Rodolffo subir as escadas e ficou a pensar nas coisas que viu hoje. Seu genro era um atirador calculista e sanguinário. Matou praticamente tudo que via pela frente. E não tinha necessidade daquilo, sabia que Rodolffo era um rebelde, mas com certeza ele era mais que isso. Sua cabeça fervilhava e as hipóteses eram as piores, mas a que tinha mais chance de ser real era que seu genro tinha um espírito assassino e como não matava ninguém, usava os animais como cobaia. Lourival temeu por sua vida, seu genro era apenas uma fera domada, mas até quando?

...

Rodolffo chegou no quarto e bateu na porta.

- posso entrar?

- entre. - disse Juliette.

Ao entrar no quarto, ele viu sua irmã deitada sobre sua cama adormecida.

- a Bella está aqui. Que surpresa boa.

- sim... Foi realmente uma surpresa.

- o quê se passou? Por que tem essa cara Juliette?

- Rodolffo preciso ir até a fazenda de seus pais com Izabella.

- não vai. - ele disse seco. - nem pensar.

- preciso urgentemente falar com tua mãe.

- me diga o quê é, que levo o recado.

- desde quando não me deixa ir até a casa de meus sogros?

- Alfonso está lá.

- e daí? Eu não entendo essa sua super proteção em mim por causa desse homem. Aquilo é um imbecil. Eu ando armada.

- não quero saber. Não vai. Eu mesmo deixo Bella em casa.

- vamos até o escritório.

Ela saiu na frente e ele foi logo atrás.

A porta do escritório se fechou e Rodolffo começou.

- o quê aconteceu? Diga princesa.

- algo muito grave e decisivo.

- contigo?

- com Izabella.

- então diga o quê foi...

- vou dizer de uma única vez... Alfonso desonrou sua irmã.

- como? - ele perguntou sentindo a fúria invadir o seu ser.

- ontem a noite.

- vou matar meu primo. Agora ele não vai escapar. - ele falou já pegando o revólver.

- amor... Por favor não faça isso. - ela pediu em desespero.

- vou fazer. Tenho certeza que ele fez a força aquele monstro.

- se matar ele, aí sua irmã está arruinada de vez. Convença seu pai a casá-los.

- ele não vai casar com ela... Ele vai para o inferno.

E saiu dando de costas a Juliette que foi atrás.

Quando eles iam saindo pelas portas da casa, deram de cara com Juarez, que estava abatido, Maximiliano e Alfonso.

- vim buscar minha noiva fujona. - disse Alfonso descendo do cavalo.

- e também a morte... - disse Rodolffo já com a arma mirada na cabeça do primo.

Juliette tentava segurar o marido.

- não faça isso Rodolffo.

- ou me solta, ou será pior para ti. - ele a alertou.

- não faria mal a mim.

- estou com sangue nos olhos e posso fazer o mal a qualquer um aqui. Então, não me subestime.

Juliette sentiu um medo gélido. Lourival a amparou.

- meu filho... Se acalme. Ele vai casar com ela. - disse Juarez.

- não quero saber e não se meta. - disse ameaçando o pai.

Juarez tentou roubar a arma de Rodolffo, mas seu filho o jogou no chão.

- vai morrer Alfonso. Alguma palavra final? - algo sombrio rodeava aquela cena.

- Juliette... - disse o petulante homem. - antes de morrer quero que saiba quem é vosso marido. Ele é um assassino.

- mentiroso! - ela gritou. - é tua mentira.

- mate-me meu primo. Estou pronto.

O revólver foi engatilhado por Rodolffo e a testa de Alfonso estava mira.

...

Fica comigo Onde histórias criam vida. Descubra agora