Capítulo 83: O nascimento

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Rodolffo retornou para casa e subiu direto para o quarto. Ele ficaria ao lado de Juliette nesse momento único.

Ruth ao vê-lo entrar no quarto, quis barrá-lo.

- o senhor não deve estar aqui.

- saia da minha frente Ruth. Não vou deixar minha esposa sozinha.

Ele sentou na cama ao lado de onde Juliette estava.

- princesa... Me perdoe, mas não consigo atravessar o rio, ninguém consegue na verdade.

- tá tudo bem. - ela disse com um sorriso nos lábios. - quero que fique aqui comigo. - ela disse segurando sua mão.

- não vê o absurdo que estão fazendo? Isso é um pecado e uma coisa que não deve acontecer. Não deve querer seu marido aqui Juliette, ele pode não te querer mais, depois disso.

- saia Ruth... - ordenou Rodolffo. - nos deixe a sós.

- como? Não posso crer que me pede isso. Só pode ser louco.

- vai deixar Juliette nervosa. Quando eu precisar de ajuda te chamo.

- pois bem... - saiu a passos rápidos e duros a criada.

Rodolffo abraçou Juliette e lhe fez massagem nas costas.

...

Já haviam algumas horas de dores e nada da criança vir ao mundo, Juliette já havia perdido muito sangue e Ruth retornou ao quarto.

- ela ainda não tem abertura suficiente. - concluiu Ruth.

- mas ela está sofrendo muito. Minha esposa está pálida. - Rodolffo disse tentando controlar o desespero.

- vou na cozinha pegar um chá  que ajuda a acelerar o parto. Cuide dela.

Ruth saiu e Juliette deu mais um gemido rouco.

- ah... Não imaginava que doesse tanto. - ela disse com a voz cansada.

- vai dá tudo certo meu amor... Nosso bebê está chegando.

Rodolffo queria muito acreditar em suas próprias palavras, mas a cada hora que passava tudo se tornava mais tenso e incerto.

...

Ruth desceu apressada para ir até a cozinha e Lourival a interceptou.

- como está Juliette?

- demorando muito para ter passagem e sofrendo bastante.

- não diga Ruth.

- digo... Infelizmente tal qual a mãe e está sangrando bastante. - Ruth limpou as lágrimas dos olhos.

- culpa de Rodolffo que não trouxe uma parteira para cá.

- não se trata de parteira... Isso não definiria nada. Se souber rezar, reze por vossa filha. - Ruth saiu apressada.

...

Rodolffo colocou as duas mãos sobre o ventre da esposa.

- Deus eu te pedi esse filho quando temi ser estéril e o senhor me deu. Agora eu te peço ajuda minha esposa, por favor. Traz o nosso bebê para nós.

Juliette ouvia aquelas palavras e sentia seu coração explodir de tanto amor. Mas uma grande dor a fez gemer alto.

- aiiii... - ela disse enquanto tentava se manter com as pernas abertas. - tá vindo... Tá nascendo... - ela disse em meio a lágrimas.

Rodolffo verificou e finalmente viu a cabeça do bebê.

- amor... Força! Use suas reservas... Sei que está cansada de sofrer, mas precisa fazer força como a Ruth disse. Segure forte meus braços e empurre.

Ele deu apoio para ela e Juliette fez como Ruth havia orientado. Foram quatro fortes impulsos, mas o bebê não nasceu.

- não desista. - ele pediu.

- não tenho mais forças. Rodolffo estou exausta.

- tem forças sim... É a pessoa mais forte que já conheci em minha vida. Está tão perto meu amor. O nosso bebê precisa de ti. - ele disse colando sua testa a dela. - eu preciso de ti... Eu te amo tanto.

Juliette se sentiu tomada por outra dor insana e se agarrou ao marido que sentiu ela cravar as unhas em seus braços.

- aaaaah. - ela gritou e junto de seu grito veio um choro.

Rodolffo olhou para o bebê que já tinha metade do corpo para fora e o pegou, ajudando a saída completa.

Ele chorou ao ver seu filho e Juliette ficou igualmente emocionada.

Ruth entrou no quarto e ficou maravilhada e atônita ao ver que finalmente Juliette havia dado a luz.

- nosso menino meu amor. - Rodolffo disse entregando o bebê a Juliette.

- é um menino. - ela chorou ao pegar a criança que ainda chorava no colo do pai. - nosso George.

Foi um momento comovente para aquela família. O casal estava encantado com a criança que ali estava. Mas Ruth precisou tirá-los desse momento. 

- precisamos cortar o cordão e agasalhar ele. - falou pegando o bebê. - ele é enorme, por isso estava dando trabalho para nascer. É um lindo menino.

Ruth cortou o cordão. Agasalhou George, o entregou novamente a Juliette e verificou se a placenta tinha saído por completo.

- graças a Deus, ele parece muito saudável. E a senhora como se sente?

- estou feliz... Muito feliz.

- é hora de tentar dá de mamar ao seu bebê.

- mas já? - perguntou Rodolffo.

- sim... Mesmo que não tenha leite, é importante o contato, os bebês precisam disso.

Ruth posicionou o bebê ao seio de Juliette e inicialmente ela sentiu dor, mas logo ao ver o seu bebê sendo alimentado tudo se transformou.

- Ruth... Ele tá sugando algo. Dá pra ver.

Rodolffo estava fascinado ao ver a cena.

- graças a Deus. - disse Ruth e juntou algumas coisas que não seriam mais necessárias no quarto. - aproveitem... Depois virei aqui para te ajudar a tomar banho e dá o primeiro banho no bebê.

O casal ficou novamente sozinho e Rodolffo beijou a pequena mão do seu filho.

- meu filho... Nosso menino.

- tão cabeludinho. - Juliette disse alisando a pequena cabeça o filho. - tão perfeito. Ele tem o seu nariz, sua boca e os dedos cumpridos. - sorriu.

- tem os seus olhos e nos olha de forma viva. Princesa, obrigado por tanto.

- sem você nada disso seria possível ou faria sentido.

O casal estava radiante, enquanto o pequeno George só desejava o colo da mãe.

...

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