Rodolffo retornou para casa e subiu direto para o quarto. Ele ficaria ao lado de Juliette nesse momento único.
Ruth ao vê-lo entrar no quarto, quis barrá-lo.
- o senhor não deve estar aqui.
- saia da minha frente Ruth. Não vou deixar minha esposa sozinha.
Ele sentou na cama ao lado de onde Juliette estava.
- princesa... Me perdoe, mas não consigo atravessar o rio, ninguém consegue na verdade.
- tá tudo bem. - ela disse com um sorriso nos lábios. - quero que fique aqui comigo. - ela disse segurando sua mão.
- não vê o absurdo que estão fazendo? Isso é um pecado e uma coisa que não deve acontecer. Não deve querer seu marido aqui Juliette, ele pode não te querer mais, depois disso.
- saia Ruth... - ordenou Rodolffo. - nos deixe a sós.
- como? Não posso crer que me pede isso. Só pode ser louco.
- vai deixar Juliette nervosa. Quando eu precisar de ajuda te chamo.
- pois bem... - saiu a passos rápidos e duros a criada.
Rodolffo abraçou Juliette e lhe fez massagem nas costas.
...
Já haviam algumas horas de dores e nada da criança vir ao mundo, Juliette já havia perdido muito sangue e Ruth retornou ao quarto.
- ela ainda não tem abertura suficiente. - concluiu Ruth.
- mas ela está sofrendo muito. Minha esposa está pálida. - Rodolffo disse tentando controlar o desespero.
- vou na cozinha pegar um chá que ajuda a acelerar o parto. Cuide dela.
Ruth saiu e Juliette deu mais um gemido rouco.
- ah... Não imaginava que doesse tanto. - ela disse com a voz cansada.
- vai dá tudo certo meu amor... Nosso bebê está chegando.
Rodolffo queria muito acreditar em suas próprias palavras, mas a cada hora que passava tudo se tornava mais tenso e incerto.
...
Ruth desceu apressada para ir até a cozinha e Lourival a interceptou.
- como está Juliette?
- demorando muito para ter passagem e sofrendo bastante.
- não diga Ruth.
- digo... Infelizmente tal qual a mãe e está sangrando bastante. - Ruth limpou as lágrimas dos olhos.
- culpa de Rodolffo que não trouxe uma parteira para cá.
- não se trata de parteira... Isso não definiria nada. Se souber rezar, reze por vossa filha. - Ruth saiu apressada.
...
Rodolffo colocou as duas mãos sobre o ventre da esposa.
- Deus eu te pedi esse filho quando temi ser estéril e o senhor me deu. Agora eu te peço ajuda minha esposa, por favor. Traz o nosso bebê para nós.
Juliette ouvia aquelas palavras e sentia seu coração explodir de tanto amor. Mas uma grande dor a fez gemer alto.
- aiiii... - ela disse enquanto tentava se manter com as pernas abertas. - tá vindo... Tá nascendo... - ela disse em meio a lágrimas.
Rodolffo verificou e finalmente viu a cabeça do bebê.
- amor... Força! Use suas reservas... Sei que está cansada de sofrer, mas precisa fazer força como a Ruth disse. Segure forte meus braços e empurre.
Ele deu apoio para ela e Juliette fez como Ruth havia orientado. Foram quatro fortes impulsos, mas o bebê não nasceu.
- não desista. - ele pediu.
- não tenho mais forças. Rodolffo estou exausta.
- tem forças sim... É a pessoa mais forte que já conheci em minha vida. Está tão perto meu amor. O nosso bebê precisa de ti. - ele disse colando sua testa a dela. - eu preciso de ti... Eu te amo tanto.
Juliette se sentiu tomada por outra dor insana e se agarrou ao marido que sentiu ela cravar as unhas em seus braços.
- aaaaah. - ela gritou e junto de seu grito veio um choro.
Rodolffo olhou para o bebê que já tinha metade do corpo para fora e o pegou, ajudando a saída completa.
Ele chorou ao ver seu filho e Juliette ficou igualmente emocionada.
Ruth entrou no quarto e ficou maravilhada e atônita ao ver que finalmente Juliette havia dado a luz.
- nosso menino meu amor. - Rodolffo disse entregando o bebê a Juliette.
- é um menino. - ela chorou ao pegar a criança que ainda chorava no colo do pai. - nosso George.
Foi um momento comovente para aquela família. O casal estava encantado com a criança que ali estava. Mas Ruth precisou tirá-los desse momento.
- precisamos cortar o cordão e agasalhar ele. - falou pegando o bebê. - ele é enorme, por isso estava dando trabalho para nascer. É um lindo menino.
Ruth cortou o cordão. Agasalhou George, o entregou novamente a Juliette e verificou se a placenta tinha saído por completo.
- graças a Deus, ele parece muito saudável. E a senhora como se sente?
- estou feliz... Muito feliz.
- é hora de tentar dá de mamar ao seu bebê.
- mas já? - perguntou Rodolffo.
- sim... Mesmo que não tenha leite, é importante o contato, os bebês precisam disso.
Ruth posicionou o bebê ao seio de Juliette e inicialmente ela sentiu dor, mas logo ao ver o seu bebê sendo alimentado tudo se transformou.
- Ruth... Ele tá sugando algo. Dá pra ver.
Rodolffo estava fascinado ao ver a cena.
- graças a Deus. - disse Ruth e juntou algumas coisas que não seriam mais necessárias no quarto. - aproveitem... Depois virei aqui para te ajudar a tomar banho e dá o primeiro banho no bebê.
O casal ficou novamente sozinho e Rodolffo beijou a pequena mão do seu filho.
- meu filho... Nosso menino.
- tão cabeludinho. - Juliette disse alisando a pequena cabeça o filho. - tão perfeito. Ele tem o seu nariz, sua boca e os dedos cumpridos. - sorriu.
- tem os seus olhos e nos olha de forma viva. Princesa, obrigado por tanto.
- sem você nada disso seria possível ou faria sentido.
O casal estava radiante, enquanto o pequeno George só desejava o colo da mãe.
...
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Fica comigo
Hayran KurguUma união arranjada. Um homem poderoso e uma jovem sem escolhas, pressionada pela família. Será possível que o amor vença em meio as adversidades?