Um mês depois...
Tudo ia bem na propriedade de Rodolffo e Juliette, mas eles ainda não tinham tomado uma decisão definitiva sobre a mudança de casa.
Juliette sentia o marido tenso, mas não entendia o porquê. Talvez fosse preocupação com o bebê e com ela, mas ambos estavam tão bem. George era um menino que só chorava por fome ou se estivesse sujo, no mais ele era ótimo, e já sorria.
- quem é o bebê mais lindo do mundo? Quem é? - ela brincava alegre com o filho.
Rodolffo entrou sem que Juliette o visse, mas seu esperto bebê sentiu sua presença e começou a sorrir.
- está tão sorridente hoje bebê... - Juliette falava dando um beijo na barriga do seu filho.
George agarrou os cabelos da mãe.
- tu tem força para quem é tão pequeno. - ela disse tentando se livrar das mãos hábeis do bebê.
- George solte o cabelo de sua mãe. - Rodolffo surgiu colando seu corpo ao de Juliette e lhe ajudando a livrar os cabelos.
Com os cabelos livres, Juliette caiu na gargalhada e Rodolffo ficou sem entender.
- por que rir?
- por que é muito divertido ter esse bebê que está ficando travesso com um mês e poucos dias de vida. George, tu não me puxe a teu pai. - ela disse apontando para seu gordinho bebê.
A criança emitia sons e o casal o olhava em admiração.
- te amo meu filho. - disse Rodolffo ao pequeno.
- ele também te ama. Olha os olhinhos dele para ti.
- pequeno do pai. - e pegou George no colo. - vou dá uma voltinha com ele.
- tá bem.
Rodolffo deu uma pequena volta com seu bebê e logo o viu adormecer nos seus braços.
- dorminhoco igual a mãe. - e deu um sorriso ao lembrar que Juliette adorava dormi enquanto ele acariciava seus cabelos.
...
Quando retornou ao quarto, encontrou Juliette se vestindo depois de ter tomado um banho.
- eu volto daqui a pouco. - ele disse bruscamente saindo do quarto com George e fechando a porta.
Ela notava que de alguma forma seu marido tinha algum tipo de recusa ao vê-la intimamente. Juliette sabia que algo tinha mudado nele, mas não entendia o quê era. O resguardo ainda continuava e obviamente seu corpo estava diferente, mas certas atitudes de Rodolffo não eram muito normais.
Depois de devidamente arrumada, ela foi atrás do marido e o encontrou dormindo com o bebê no quarto de hóspedes.
- ele mal tem dormido. Por isso dormiu agarrado no filho. - ela os cobriu e deixou que eles tivessem esse momento sozinhos.
Retornou ao seu quarto e encontrou Ruth indo para lá com roupas limpas.
- cadê o pequeno?
- está dormindo com o pai.
- mas e se ele cair?
- impossível. Rodolffo está grudado nele e qualquer coisa que ele faça, Rodolffo desperta. Ruth é normal o pai mal dormir depois do nascimento de um filho?
- na verdade quem não dorme é a mãe, os pais nem ligam. Seu marido não está muito bem Juliette.
- por que diz isso Ruth?
- ele está estranho... Mal come... Mal fala... Fuma e bebe muito.
- eu não sabia que ele estava fumando e bebendo. Quando isso ocorre?
- vive cansada e envolvida com seu bebê, acaba que não vê muito, mas Lourival acha que ele enfrenta algum problema.
- ah eu não acho isso. Mas ele não tem dormido muito bem. Sempre que o bebê chora, ele pega nele... Nem lembro se já acordei antes alguma vez.
- ele não estaria impressionado?
- com o quê?
- não devia ter visto você parindo...
- isso não tem nada a ver Ruth. Pelo o amor de Deus, Rodolffo é forte.
- não vejo ele como alguém forte. Ele é muito inconsequente e cheio de traumas desnecessários. Olhe aqui estão as roupas limpinhas de George. - ela colocou dentro de um baú. - qualquer coisa é só chamar.
Juliette ficou pensativa e avaliando fatos.
- será que meu marido está passando por algum problema e não me disse? - ela ficou pensativa.
...
Quando a noite caiu, todos já estavam recolhidos para dormir. Rodolffo tinha George nos braços enquanto Juliette trocava seu vestido por um camisola transparente.
Para evitar vê-la em peças íntimas, Rodolffo fechou os olhos e ela percebeu.
- Rodolffo... - ela lhe chamou.
- hum... - ele respondeu tentando parecer estar dormindo.
- pode colocar George no lugar dele.
- ainda não. - continuou com o bebê no colo e Juliette veio de onde estava e tirou o bebê de seus braços.
Rodolffo instintivamente abriu os olhos, mas voltou a fecha-los quando viu a transparente camisola que a esposa usava.
Juliette sabia que ele não queria vê-la e isso a magoou. Seu marido não era o mesmo, assim como ela também não era mais a mesma.
Ela terminou de ajeitar George e fechou seu robe, deitando-se em seguida na cama ao lado do marido.
- Juliette...
- eu pensei que estivesse dormindo.
- estou quase... Só preciso te dizer que semana que vem vou a Londres com meu pai.
- por quê?
- tem uns negócios inadiáveis lá.
- quantos dias ficará fora?
- acredito que uma semana no máximo.
- uma semana? - ela falou se sentando na cama. - que negócios são esses que vão fazer em Londres?
- são coisas de meu pai, eu não sei maiores detalhes.
- por que está mentindo para mim? - ela disse indignada e Rodolffo abriu os olhos.
- Juliette...
- está mentindo claramente e nem sente remorso. Qual o objetivo de uma viagem de uma semana em Londres para um homem casado e que tem um bebê pequeno em casa? Uma fuga?
- de forma nenhuma...
- não vai a Londres fazer uma coisa boa... O quê vai fazer lá?
- Juliette está paranóica.
- não estou. Não sou assim. Vai ver alguma amante não vai? - ela disse tomada pelo ciúmes.
- agora enlouqueceu de vez... Eu não tenho amante nenhuma Juliette.
- não deve ser muito difícil arrumar uma, não é? Eu vejo como tem me olhado ultimamente. Ou melhor dizendo, como evita me olhar.
- Juliette pare com isso. Não é o momento, ainda está de resguardo, pelo o amor de Deus. Não faz sentido uma discussão dessas. Não quer que eu vá? Não vou e pronto.
- faça o quê quiser, mas seja ciente de que se me trair, nunca vou perdoá-lo. E não pense que vou me rebaixar a nenhuma amante tua mais... Agora eu tenho o George como minha primeira prioridade. - ela disse cheia de mágoa. - não é mais tu o centro das atenções.
- Juliette não é nada disso. Está se precipitando, por Deus.
- não quero mais falar. - ela disse se deitando e lhe dando as costas.
Algumas lágrimas rolaram de seus olhos, mas Juliette não fez nenhum barulho para que ele não soubesse que ela chorava.
...
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Fica comigo
أدب الهواةUma união arranjada. Um homem poderoso e uma jovem sem escolhas, pressionada pela família. Será possível que o amor vença em meio as adversidades?