Capítulo 33: O rompimento

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Esse capítulo tem conteúdo sensível - Agressão Física.

Juliette viu seu marido empurrar Emma e tirou os sapatos dos pés para descer as escadas mais rápido.

- está louca Emma? Como se atreve a fazer uma coisa dessas? Eu sou um homem casado... - e sentiu um zumbido no ouvido e se abaixou rapidamente escutando um vaso se estraçalhar no chão.

- talvez se esse vaso te acertasse seria um homem morto. Tua sorte é que sou ruim de mira. - Juliette falou furiosa.

- meu amor... Não é nada disso que está pensando... Me deixe explicar. - ele pediu.

Juliette nem olhou mais na cara dele, foi direto a Emma que estava chocada com a brutalidade de Juliette para cima do marido.

- calma Juliette... - Ela disse levantando as mãos. - não quero roubar seu marido de ti.

- pouco me importa se vai roubá-lo ou não. Mas agora tu vai aprender que não me desrespeita embaixo do meu nariz.

Juliette lhe deu uma bufetada na cara que o estralo foi ouvido por todos que estavam na casa. Emma gritou e Juliette puxou seus cabelos com tanta força que começou a arrancar os fios.

- maldita... Desgraçada. - ela dizia enquanto empurrava Emma ao chão.

Ruth tentou intervir e Juliette a jogou no chão. Emma não conseguia reagir a nenhum golpe que Juliette lhe dava. Rodolffo estava em pânico e tentou segurar sua furiosa mulher, mas ela lhe tacou outro vaso e esse ainda lhe cortou a mão.

Juliette bateu tanto em Emma que Rodolffo jurou que sua esposa se tornaria uma assassina. A mulher estava sangrando e desfalecida no chão da sala.

- por Deus Juliette... Assim vai matá-la. Tenha piedade. - ele pediu tentando evitar o pior.

Juliette tremia de raiva e fúria.

- está com pena dessa megera não está? Tu a ama não é?

- eu não amo ela... Mas não quero que se torne uma assassina. De onde vem tanta fúria mulher? Por favor pare de espancá-la. - ele pediu quase em súplica.

Ruth também estava horrorizada com o quê Juliette havia feito.

- minha filha... Por Deus... Acho que está possuída. - a ama disse com certo pânico.

Juliette não sabia quem queria matar primeiro ali, se seu marido mentiroso, se a prostituta caída no chão ou se Ruth que sempre a tratava como um bebê.

- eu sempre vivi uma mentira. Minha vida inteira é uma farsa. - ela disse já chorando. - eu pensei que gostasse de verdade de mim Rodolffo, mas não passou de uma mentira tudo o quê vivemos.

Ele se ajoelhou no chão e chorando lhe pediu.

- me deixe explicar... Não é nada disso que pensa. Não a chamei aqui, nem sei por que essa criatura veio em nossa casa.

- sabe o quê tenho vontade de fazer agora?

- o quê?

- ir no seu cofre e retirar seu revólver de lá e me tornar uma viúva.

- Juliette... Não diga uma coisa dessas. Está com raiva, mas não me ouve. Me perdoe por tudo.

- não te perdôo por nada. Sabe que odeio mentiras e não deixou de mentir para mim Rodolffo... Como teve coragem? Confiei a ti tudo de melhor que eu tinha e não foi digno. - ela falou retirando a aliança do dedo. - a partir de hoje não sou mais tua esposa, nunca mais tocará em mim, entendeu?

Rodolffo chorava como uma criança de joelhos ao chão.

- ainda não sei para onde irei... Mas enquanto vivermos sobre o mesmo teto não iremos mais dirigir a palavra um ao outro. Me cansei de tudo. - e jogou a aliança no chão.

Ele segurou a jóia entre os dedos e pensou que iria morrer ali mesmo.

Juliette já ia saindo da sala quando ele gritou: espere!

- por quê?

- preciso que faça algo.

Ele foi até o escritório e abriu seu cofre, retirando seu revólver de lá.

A arma foi colocada propositalmente perto de onde Juliette estava. E olhando nos olhos dela, ele lhe disse:

- te ensinei a atirar e sei que faz isso como ninguém. Sabe onde deve me atingir para me matar. Me mate Juliette. - ele pediu. - se não fizer eu vou acabar fazendo. Não vou conseguir viver sem ter você. - ele estava chorando.

Juliette pegou a arma e o mirou bem, mas não conseguiu puxar o gatilho.

- não vou fazer isso. Merece sofrer um pouco. - e saiu correndo da sala para fora.

Ruth via sua senhora correndo. Rodolffo desidratando de chorar. A Emma sangrar. Que cenário de guerra era aquele numa casa que estava tão tranquila até poucos dias atrás?

...

Juliette pegou tornado na estrebaria. Ela montou nele sem sela mesmo e saiu em alta velocidade. Rodolffo ainda conseguiu ver seus enormes cabelos balançando pela estrada quando chegou a porta.

Ele depressa correu até o seu cofre novamente e pegou todo o dinheiro que tinha em casa e deu tudo a Emma.

- isso é para que suma e nunca mais ouse voltar Emma. Isso será suficiente para viver uns meses. Estou te ajudando por que sei que sua situação é crítica, mas saiba que acabou com minha vida hoje.

- perdão. - ela pediu sendo levantada por Ruth que lhe ajudou a se recompor.

Rodolffo em seguida correu buscar um cavalo para si. Precisava correr atrás de Juliette, ela estava com tornado que não era muito mais indicado a passeios devido a sua rebeldia. E ainda por cima estava armada, pensou que ela poderia fazer uma besteira.

Num cavalo mais modesto e também sem sela, ele foi em busca de sua amada. Ela não mais o queria, mais ele não a abandonaria nunca.

...



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