Capítulo 31: A discussão

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Juliette estava sentada próxima a janela e admirava a chuva que caia com intensidade naquele momento.

Juarez se aproximou dela devagar e ela levantou o olhar ao ouvir passos.

- está muito intensa a chuva. Foi Deus quem segurou para que ela só caísse após estarmos aqui. Fiquei louco quando soube que meu filho tinha se acidentado.

- eu sinto muito. - ela disse de forma educada.

- não precisa ficar triste... O médico o examinou e está tudo bem. Não tem nenhum osso quebrado. Só recomendou três dias sem andar de cavalo e uns chás para a dor de cabeça.

- que bom. - Juliette disse seca demais ao responder Juarez.

- está tudo bem? Brigaram antes dele ir até lá em casa?

- não senhor Juarez. Não brigamos. - ela recordou que estavam tão bem e que fizeram amor com entrega máxima naquela manhã.

- ah que bom. Se quiser subir para estar com ele, apenas Vera se encontra lá.

- estou bem aqui. - ela disse virando o rosto para a janela de novo.

Juliette não queria estar perto ou conversar com Rodolffo. Ela estava triste pelo modo como ele conduziu as coisas e pelo fato dele querer ludibriá-la. Isso era tão terrível. Não tinham uma semana de casados e ele já estava distorcendo coisas. O quê seria daqui a um ano?

A jovem mulher se sentiu uma idiota por ter cedido tão rápido aos encantos daquele homem bonito. Só era isso que era de verdade nele, ela pensou. Talvez um casamento conveniente tivesse sido o melhor, e sem toques ou beijos não existiria amor, mas ela já o amava tanto que sentiu o rosto ser molhado por lágrimas.

Era tão decepcionante saber que apesar dele ter pais tão amorosos, a ideia de ser um o deixava tão arredio. Ela não compreendia. Logo ela que não teve mãe e teve um pai péssimo e mesmo assim queria ter um filho, mas seu marido não.

Na cabeça de Juliette estava tudo decidido. Rodolffo não a tocaria mais. Ela sofreria com isso e com toda certeza sentiria saudades dele, mas seria o melhor para ambos. Ela enxugava suas lágrimas com as costas das mãos.

...

Vera desceu do quarto e foi buscar Juliette pela casa.

- Juarez, viu nossa nora?

- vi... Está na biblioteca. Muito calada e diria que esteve chorando, seu rosto estava extremamente afetado.

- é... Parece que as coisas não vão bem.

- brigaram?

- acho que não... Mas Rodolffo e seus métodos decepcionaram Juliette. Vou falar com ela.

Vera entrou na biblioteca e pegou Juliette soluçando.

- oi minha querida. - ela disse docemente.

- oi Vera. - Juliette lhe respondeu com um semblante triste e com os olhos vermelhos.

- não fique assim... Permita que eu te dê um abraço.

Juliette permitiu o abraço de sua sogra e ali se sentiu reconfortada.

- eu tenho culpa no acidente de Rodolffo hoje. - ela disse enquanto acariciava o cabelo de Juliette. - eu bati nele por que ele me irritou com seu comportamento rebelde. Eu sinto muito por estar chorando, mas acredito que precisa ser dura com ele. O amo e é meu filho amado, mas ele precisa aprender com a dor, por que pelo amor ele não aprenderá nunca.

- eu não consigo entender Rodolffo.

- ele tem 34 anos e eu o criei e as vezes não o entendo. Eu não terceirizei a educação de meus filhos, cuidei que fossem criados por mim e pelo pai... Mas Rodolffo é indomável. Gosta de desafios e de ser o centro das atenções, ele não suporta dividir nada, por isso lida tão mal com questões do coração. Nunca vi meu filho apaixonado e agora o vejo assim.

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