Capítulo 15: O casamento - 2

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O dia amanheceu movimentado na propriedade Stuart e todos que ali estavam se arrumavam para uma das cerimônias mais aguardadas pela família.

- é real mesmo Vera. Não acredito que isso está acontecendo. Se te contassem que ele iria se casar um dia a dois meses atrás, acreditaria?

- não. Quando lembro dele desprezando a Sarah a beira de uma união, eu percebi que ele não iria se casar. Meu filho era tão frio e não nutria sentimentos por ninguém. Agora está no seu quarto se arrumando para se unir a essa jovem moça.

- eu sei que não deveria ser como está sendo. Poderia ter sido algo mais saudável, mas estou satisfeito dele estar gostando dela.

- o início foi tóxico, mas está sendo saudável agora. Ela também gosta dele Juarez, só não consegue entender. Eu não acredito que ela nunca foi apresentada a sociedade. Seu pai guardava ela como um trunfo.  Lourival não tem bom caráter.

- coitada. Ela não foi feliz com esse pai. Ele meio que a rejeita e com certeza só está dando ela a Rodolffo por que afinal não há alternativas, ele me devia uma quantia absurda, mas perdoei tudo por esse matrimônio. Espero que nosso filho nunca cobrei isso a ela, imagina a dor que ela sentirá.

- ela acredita que é apenas um casamento arranjado.

- e que eu estou dando um dote.

- mas quem deveria dá o dote seria o pai dela e não você.

- não é o quê Lourival falou para ela.

- ele mente para a filha?

- distorce as coisas e ela não teve muitas oportunidades na vida de saber de algumas regras a fundo. Ela viveu em um mundo particular até hoje, esse novo mundo será muito surpreendente para Juliette.

- Rodolffo poderá ajudá-la, tenho certeza disso.

- também tenho.

...

No quarto de Rodolffo.

Ele vestia seu estiloso terno cinza e se olhava no espelho a pentear seus negros cabelos. Olhava se sua barba estava alinhada e por fim atacou os punhos de seu terno. Ele optou por não usar nada que adornasse o seu pescoço, preferiu usar a camisa impecavelmente branca com dois botões abertos, que acentuavam as curvas iniciais de seu peito forte e bronzeado.

Rodolffo se arrumou cedo demais e ficou a fazer as mesmas coisas por variadas vezes. Nunca em sua vida se sentiu ansioso e aquilo era tão novo e tão aterrorizante para ele. 

Mas em seu íntimo ele se sentia um grande homem. Seu orgulho estava em alta como nunca esteve. Ele se tornaria marido, algo que ele não cogitava antes e hoje aguardava ansioso pelo tão esperado sim. Agora ele estava mais confiante que Juliette não iria fugir, porém um leve medo ainda pairava em seu coração. E se ao invés de sim, ela lhe disser não? Ele teria que conviver com a dor e com a perda e não desejava perdê-la por nada.

Seu pai entrou no quarto enquanto ele estava inerte aos pensamentos.

- está na hora.

- E Juliette?

- não pode ver ela antes do tempo, ninguém viu se é isso que quer saber.

- ela está aqui, não está?

Juarez riu escancarado.

- pai... Não ria. Sei que parece loucura, mas ainda tenho medo dela fugir.

- ela não vai fugir medroso. Ela está com sua criada no quarto.

- se certificou disso mesmo?

- acaso está paranóico? Óbvio que ela está aqui, por céus Rodolffo, já não é um jovem, não me invente moda. Vamos... Todos esperam por você.

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