Capítulo 45: Suspeitas

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- Acorde princesa... - ele dizia enquanto a deixava sem nada apertado no corpo.

Juliette abriu os olhos devagar e sentia o toque suave de seu esposo sobre sua pele.

- o quê aconteceu? - ela perguntou.

- graças a Deus acordou Juliette. Me deixou preocupado. Você desmaiou depois de vomitar.

- e por que tirou meu espartilho?

- não devia usar essas coisas tão apertadas. Talvez por isso tenha passado mal.

- acho que foi o calor. Tá bastante quente. - ela disse já tentando se recompor e apertando as partes do espartilho.

- Juliette, vai apertar isso de novo?

- eu me sinto bem usando ele.

- por quê? Não vejo necessidade.

- me ajuda a controlar a quantidade de alimento que como e também modela a cintura. - ela disse se levantando.

- não precisa desses artifícios. É perfeita e tem um corpo escultural meu amor. Mas de fato não crer em mim.

- não tem a ver com não acreditar em ti. Estou inchada. Não diga que não ver. Engordei esses dias.

- não vi isso. Não está gorda coisa alguma Juliette. Mas pode ter passado mal por que comeu muito pouco antes de virmos. É hora de voltar. Vai no cavalo comigo.

- eu consigo ir no meu...

- não. Vai comigo. Ainda está extremamente pálida.

...

Rodolffo recolheu todo o resultado da caçada e pôs no cavalo de Juliette, enquanto no dele, iam os dois.

Ele tinha uma mão pousada em sua barriga e não se conformava com o fato de sua esposa querer usar um espartilho para afinar aquela cintura que já era tão bem desenhada. Juliette não tinha nada de gorda, ela era sensual e feminina, Rodolffo amava aquilo nela e vê-la nua era um espetáculo a parte, ele concluiu.

...

O dia se passou rápido e logo a noite caiu. Rodolffo esteve mais em seu escritório e Juliette ficou mais no quarto, ela se sentia nauseada e Ruth se encarregou de cuidar dela.

- se sente melhor? - perguntou a ama.

- me sinto sim Ruth. Pode ir descansar. Daqui a pouco Rodolffo vem ficar comigo. Foi o sol e o calor, sabe que sou fraca.

- sei que não foi só isso. E não tem febre, então não pegou insolação. Descanse e dê um tempo das montarias. - lhe disse com um olhar investigativo.

- uma coisa não tem nada a ver com a outra Ruth.

- é uma mulher Juliette. Será que não se enxerga dessa forma?

- tem dias que tudo que eu não queria era ser mulher. De que adianta? Só sou tida com frágil e submissa.

- acaso se fosse homem não teria vosso marido. Não diga besteiras.

- não sou uma mulher boa... Apenas uma comparação. - disse queixosa.

- eu sei por que se sente assim...

- não toque nesse assunto... Não quero ouvir.

- deixe de amargura. Quando menos esperar estará esperando um bebê.

- não vai acontecer Ruth. Tenho que me conformar. Ao menos Rodolffo está bem... Graças a Deus nunca mais teve sangramentos.

- isso é muito bom. Bem... Vou me recolher.

- boa noite Ruth.

Ruth saiu do quarto e encontrou Rodolffo subindo as escadas.

- senhor, cuide de Juliette.

- ainda está doente?

- não acho que seja doença. No início é normal.

- não entendi Ruth. O quê acha que minha mulher tem?

- acho que agora é real. Juliette está esperando um bebê.

Rodolffo sentiu o coração palpitar.

- mas da outra vez tínhamos certeza. Duas semanas de atraso Ruth e não foi.

- não era mesmo. Mas agora o bebê tá dando sinais. Crianças avisam a todos quando chegam.

- será?

- Juliette adora viver montada num cavalo, tente impedir isso. Ou ela pode sofrer um aborto. Não é adequado esse tipo de abalo a uma gestante no início.

- tá bem Ruth. E o quê mais devo evitar?

- esforços são as coisas que mais devem ser evitadas por hora.

- tá bem. Obrigado. - e concluiu o caminho até seu quarto.

...

Chegou lá e não encontrou Juliette deitada na cama, como deveria ser.

- Juliette...?

- estou aqui amor. - ela surgiu do quarto de banho e a única coisa que cobria seu corpo eram os enormes cabelos castanhos.

- meu Deus. - ele ficou boquiaberta.

- me sinto melhor. Porém tensa. Preciso relaxar. Podes me ajudar com isso?

- acho que deveríamos evitar por hoje amor.

- não me quer? - ela olhou desapontada e sentida.

- óbvio que te quero... Nossa, hoje está o puro pecado meu amor mas...

- estou gorda, não é? - ela começou a chorar.

Rodolffo correu até ela e a abraçou.

- princesa... Está linda. Não tem nada de gorda. Não chore por bobagens, meu Deus... Pare de chorar.

Nada do que ele dizia surtia efeito e só um beijo apaixonado conseguiu aplacar o choro.

- eu sou louco por ti mulher. Não tem por que chorar... Ainda quer que eu te ame?

- muito. - ela disse começando um novo beijo.

Rodolffo se livrou de suas roupas. E a depositou na cama. Hoje ele seria mais delicado e sabia que precisava ser mais carinhoso que na noite passada.

Deu vários beijos quentes na boca da esposa e também no pescoço. Quando ele já estava pronto para abocanhar um seio de Juliette, ela lhe pediu.

- se for fazer, faça devagar. Estão sensíveis por demais. Ontem quase chorei de dor.

- desde quando estão assim? - ele perguntou surpreso.

- alguns dias.

- acho que eles não pertencem mais a mim de agora em diante... - refletiu.

- como? - ela não entendeu o quê ele disse de forma baixa.

- não se preocupe amor. Não vou te causar dor.

Ele a amou de forma mais tranquila e viu que ela conseguiu relaxar rapidamente após o ato.

Juliette nem foi se lavar como de costume, acabou adormecendo assim que ele começou a fazer carinhos em seus cabelos.

- enjoada, chorona, sensível e dorminhoca. É meu amor, acho que o nosso tempo chegou. - ele falou satisfeito e emocionado. - o nosso milagrinho habita em ti princesa, mas tu nem desconfia de nada.

...









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