Capítulo 78: Ação

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*Esse conteúdo pode não ser indicado a público sensível. Se você não gosta de cenas de violência, pule este capítulo.

Rodolffo entregou tudo de valor que tinha em seu cofre. De dinheiro, a jóias, armas e munição, nada escapou do olhar do meliante.

- já que te dei tudo que tenho e vou morrer, posso ao menos me despedir da minha esposa? - perguntou Rodolffo.

- não tem nada a dizer a sua esposa. Que recomendação diria a uma mulher que vai morrer?

- ela está grávida... Espera um bebê... Não tem piedade? Juliette é uma mulher limpa, não merece passar por isso. - ele disse desesperado e com os olhos cheios de lágrimas. - me mate... Faça o quê quiser, mas poupe minha esposa.

- hum... Para um patife, é um dos bem apaixonados. Isso realmente é impressionante.

...

Enquanto isso na sala.

Juliette se contorcia tentando se soltar de Herbert.

- calma senhora... É muito bravinha. - ele falou alisando o rosto dela com o revólver.

- não me toque... Nojento.

- se eu sou nojento... Saiba que a senhora é uma mulher muito atraente e cheirosa. Tem a pele macia como nunca vi e é muito bonita. É uma pena que irá morrer.

- não vou morrer. Rodolffo não vai deixar...

- seu marido está em nossas mãos e a senhora literalmente na minha. - ele olhou lambendo os lábios para Juliette. - que tal aproveitar os últimos minutos viva comigo?

- me solta... Monstro! Socorro. - ela gritou em desespero.

...

Do escritório Rodolffo ouviu os gritos da amada e ficou transtornado. Frank o ameaçou com um revólver, mas ele não se importou.

- eu não vou morrer sem lutar. - gritou para o bandido.

Ele entrou em luta corporal com Frank e finalmente derrubou o revólver que o bandido tinha em punho.

...

Juliette ouvia os sons da luta e resolveu reagir, mesmo no estado que tava. Ela cuspiu no rosto de Herbert e ele a segurou pelos cabelos, foi quando sua mão ficou muito perto da boca de Juliette e ela deu uma mordida vigorosa ali, fazendo o bandido a soltar.

...

Do lado de fora Alfonso anunciou.

- há gritos... Estão os atacando. Vamos com tudo.

Alfonso foi na frente e os homens atrás. Mas quando Lourival ouviu gritos de Juliette, ele ultrapassou a todos e correu para evitar que o marginal ceifasse a vida de sua vida filha.

Herbert tinha uma arma apontada para Juliette que chorava. Lourival conseguiu derrubar o bandido com tamanha brutalidade, se jogando literalmente por cima dele e o tiro foi para o teto.

O meliante caiu sobre uma superfície de madeira e Juliette exclamou gritos de horror quando viu o homem tomado de sangue e morto no local. Seu pai tinha se tornado assassino e também estava ferido.

Juarez foi tentar amparar a nora e Rodolffo surgiu do escritório com Frank totalmente machucado.

- que cenário de guerra. - falou horrizado Alfonso. - meu Deus.

Ruth acabou entrando na casa e viu Juliette incontrolável e aos prantos.

- minha menina... Meu Deus. - e foi abraçar Juliette.

- temos que prender esse marginal. - falou Juarez.

- não devíamos. Homens desse tipo não merecem a cadeia. - concluiu Alfonso.

- prendam ele com cordas. Se ele resistir, vamos isso amanhã. Meu amor, suba com Ruth, por favor. - Rodolffo falou indo até sua esposa. - daqui a pouco nos vemos.

Juliette acenou positivamente e subiu amparada por Ruth.

Rodolffo ficou horrorizado quando se deu conta que tinha um homem morto em sua sala.

- meu Deus. O senhor está bem? - ele ajudou Lourival a levantar, mas o homem tinha extrema dificuldade. - homens, ajudem! Ele está ferido! - exclamou.

Os homens ajudaram Lourival e Rodolffo pediu que os levassem a o quarto dele.

- como vinheram parar aqui? - Rodolffo perguntou confuso.

- Lourival trouxe as notícias e realmente estava certo. Ele sabia que esses marginais matariam vocês.

- ele estava muito aflito Rodolffo. - concluiu Alfonso.

- até você veio... - ele olhou para o primo. - deixou minha irmã sozinha?

- Izabella está bem. Ficou com sua mãe. Tudo sob controle. Reforçamos a segurança da casa principal.

- meu Deus. Pai... Lourival salvou a Juliette?

- sim... Ele matou o desgraçado. Mas acho que ele não está muito bem.

- me ajudem desamarrando os criados e eu preciso ver ao meu sogro e a Juliette.

...

Rodolffo se encaminhou para o quarto de Lourival.

- como o senhor se sente?

- estou sentindo dor... Mas acho que não quebrei nenhum osso. Só sou velho mesmo.

- sabe que poderia ter morrido?

- sei. Mas quem não poderia morrer é minha filha e o bebê dela. Juliette é muito jovem, começou a vida agora e aquele bandido tinha uma arma apontada para ela. Acredite, ele ia atirar.

- eu sei que ia. - Rodolffo se sentou ao lado de Lourival. - obrigado por ter salvo minha esposa e o meu bebê.

- antes de ser sua esposa ela é minha filha...

- mas não foi o melhor dos pais para ela.

- eu sei. Mas nunca é tarde para se redimir. Assim que eu soube que esses homens iriam fazer esse ataque, vim correndo com Ruth.

- eu ia viajar a sua procura amanhã. - Rodolffo confessou.

- por quê?

- Juliette sentia tua falta e também a de Ruth. Queria vê-los e eu iria para te convencer a voltar a morar conosco.

- não sei se posso. Não nos damos bem... - ele falou sério.

- se estiver disposto a recomeçar a nossa relação... Eu me sinto pronto para apagar tudo o quê vivemos e fazer um novo começo. - ele disse lhe entendendo a mão. - o quê me diz? Por Juliette e por seu neto.

- tá bem. - Lourival apertou firme a mão do genro.

- agora descansa. Vou ver minha esposa.

...

Rodolffo subiu até o quarto e ouviu o choro de Juliette.

- eu ia morrer Ruth... Ele ia me matar.

Rodolffo entrou no quarto e percebeu o quanto sua esposa estava perplexa.

- mas seu pai te salvou princesa. Me perdoe. Eu não fui capaz. - e desabou num choro agudo, caindo de joelhos no chão. - Eu sou um fraco e incapaz de cuidar de vocês.

Ruth e Juliette pararam para olhá-lo.

...

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