Capítulo 23: Especialmente por amor

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Após a entrega, eles se lavaram e em seguida voltaram para a cama. Juliette achou sua camisola em meio aos lençóis e Rodolffo retirou da cama o lençol quê tinha sido manchado.

- esse lençol, não irá com Ruth amanhã.

- por que não?

- por que esse momento é só nosso. Não cabe a curiosidade de Ruth aqui.
- ele disse recolhendo o lençol.

- mas ela saberá... Mais cedo ou mais tarde, que já consumamos o casamento.

- eu sei... Mas dessa vez não. Vamos deitar.

Eles deitaram e Juliette tinha a cabeça sobre o peito de Rodolffo. E ele fazia carinho nos seus longos cabelos.

- posso te fazer uma pergunta? - ela levantou o rosto para olhar o de Rodolffo.

- quantas perguntas quiser.

- quer ser pai? Ter um filho?

- com toda a verdade vou te responder. Nunca quis ser pai.

Juliette que tinha olhos alegres sentiu o abalo da resposta de Rodolffo.

- mas eu quero saber de ti, se quer ser mãe.

- eu quero sim. - ela disse com a voz triste. - não sei o quê faremos com um impasse tão grande. Não tocará mais em mim de certo, por que se continuar a fazer o quê fizemos hoje vai ser inevitável uma gravidez, bem eu acho.

- se é sua vontade ser mãe, eu serei pai. Nunca negarei nada a você. Essa promessa está de pé.

- não quero que faça as coisas com intuito de me agradar somente. Também tem que querer isso.

- eu sei.

- então acho que entendi. - ela disse com a voz triste.

- meu amor, acabamos de estar juntos, estou tão feliz por nós dois, por confiar em mim. Não vamos nos preocupar com nada mais hoje. Esse assunto não cabe no nosso presente. Ainda é tão nova e inexperiente de tudo, teremos tempo de pensarmos nos filhos, agora quero pensar apenas em nós dois. Está bem?

- está bem. - e foi surpreendida por um beijo maravilhoso.

Rodolffo deslizou sua mão sobre o corpo de Juliette que gemeu.

- Rodolffo...

- hum?!

- ainda sinto dor.

- eu sei princesa. Só estou te beijando e te fazendo carinho. Gosto tanto de tocar você.

- também gosto disso.

- eu te amo.

- também te amo. - e depositou um beijo na boca do marido.

- fico cada dia mais encantado por ti Juliette.

- e eu por ti.

Eles se abraçaram de novo e não tardaram para adormecer.

A chuva durou ainda por toda a noite.

...

Na manhã seguinte, Rodolffo acordou com batidas insistentes na porta. Ele reconheceu a voz de Ruth.

Sem acordar Juliette, ele saiu da cama e se vestiu para falar com a criada.

- bom dia Ruth. - disse abrindo a porta.

- bom dia. - ela disse com um certo ar de susto ao vê-lo no quarto de sua senhora.

- gostaria que trouxesse algo para que possamos comer. Ontem não fizemos nenhuma refeição a noite e estamos famintos.

- cadê minha senhora?

- ainda dorme, mas vou acordá-la.

- dormiu com ela?

- sim... E possivelmente dormirei todas as noites. Qual o espanto?

- os maridos devem apenas visitar suas esposas ao leito e não dormir com elas.

- ah então nesse caso até meu pai fugiu das tradições. Dorme com minha mãe no mesmo quarto todos os dias. Então eu farei igual.

- vou providenciar as coisas. Licença.

...

Ruth achava que Juliette tinha cedido tão rápido. Se entregou na primeira oportunidade que teve com aquele homem.

Ontem estava aflita por que ele saiu sem dá paradeiro e ao cair da noite deixou ele dormir em sua cama. Ela poderia ser mais firme, mas estava apaixonada e as pessoas que amam ficam muito cegas pelo envolvimento. Era isso que se passava com Juliette.

Esse homem seduziu a pobre e agora de certo o casamento tinha sido consumado.

Ruth só desejava expulsar Rodolffo daquele quarto e dá amparo a Juliette. Ela deveria estar triste e com medo. Ela era tão ingênua e frágil, mas esse homem era egocêntrico demais para entender isso.

...

No quarto Rodolffo acordou Juliette com pequenos beijos por todo o rosto.

- bom dia princesa.

Ela abriu os olhos com um sorriso nos lábios e lhe deu um "bom dia" de forma alegre.

- como se sente? - ele falou acariciando seu rosto.

- estou bem.

- ainda sente muita dor?

- só um pouquinho. Mas vai passar.

- pedi algumas coisas para a gente comer. Está com fome?

- muita.

- excelente. Assim comerá sem que eu te pressione.

- não posso comer muito. Já estou bem gordinha.

- não está gordinha. Pare com essas coisas absurdas que seu pai fez você acreditar. É perfeita e tem um corpo lindo demais.

- não fale assim que tenho vergonha.

- não precisa ter vergonha de mim. Não mais.

- vou tentar.

- vamos passear para onde hoje? Acho que o rio está com cheia, poderíamos ir ver.

- mas só olhar, não é?

- sim... Só olhar. Possivelmente hoje não dá passagem. Essa propriedade fica ilhada as vezes Juliette, o quê é um fator que preocupa meu pai por que se houver uma emergência não teremos como sair daqui.

- mas não há nenhuma emergência hoje. Então tudo está bem.

- as vezes temo por ti... Talvez no futuro iremos morar perto de meu pai. Principalmente se um dia estiver grávida.

- mas eu amo essa casa. Não quero sair daqui.

- tá bem amor. Não sairemos.

- imagina ter filhos e vê-los correr por esses campos? Ah que cena mais linda. - ela disse suspirando.

- não mais linda que você. - ele selou os lábios de sua amada e depois a abraçou forte.

Eles estavam felizes e respiravam o ar da tranquilidade e do amor.

...


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