Capítulo 61: O repouso absoluto

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Dois meses depois...

Juliette aproveitou a oportunidade de que Rodolffo estava trancafiado no escritório para dá uma escapada de casa. Ela não queria ir longe, só dá uma pequena volta nos campos perto de casa.

Ela observou o momento oportuno de deixar a sala, onde estava a fazer bordados para o bebê e assim que viu o criado de porta se ausentar, ela saiu porta a fora.

Desde que tinha sentido dor e o sangramento que Rodolffo não queria que ela fizesse nenhum tipo de esforço. Até os bordados eram regrados para que ela pudesse descansar. Mas Juliette estava por demais cansada de tanto descansar.

Ultimamente a gravidez ia muito bem e já estava as portas do sexto mês de gestação. Sua barriga não estava tão grande, mas já era bem perceptível. E o bebê já chutava forte.

- livres bebê. Enfim... - ela falou enquanto caminhava com agilidade por uma pequena trilha que levava ao rio.

Ela não tinha o plano de se demorar. Só queria se reconectar a natureza e não virar um vegetal dentro de casa.

...

Rodolffo tinha recebido um telegrama de Londres, que na verdade não era para ele e sim para seu pai e era algo muito importante para os negócios que o pai empreendia naquela cidade.

Ele resolveu pedir a um criado para ir deixar a correspondência no destino certo e saiu do seu escritório.

Ao sair do escritório, logo viu as coisas que Juliette bordava por sobre o cadeirão. Era uma mantinha e Rodolffo sorriu ao ver a peça tão bonita.

Ele a buscou com os olhos, mas não a viu e supôs que ela tinha ido se deitar.

- quero que mande entregar isso a meu pai. - falou ao criado que fazia serviços externos e que oportunamente passava pela entrada da casa.

Com a ordem designada, Rodolffo resolveu ir levar os bordados de Juliette para que ela terminasse no quarto.

Subiu as escadas tranquilamente e ao entrar no quarto percebeu que sua esposa não estava lá. Rumou para a biblioteca e ela também não estava. Fez uma busca insistente em todos os lugares possíveis de Juliette estar e em nenhum deles a encontrou.

Resolveu bater na porta dos aposentos de Lourival.

- abra aqui meu sogro.

Lourival abriu.

- quê foi? - perguntou o senhor.

- cadê Juliette?

- não tenho ideia...

- o senhor não serve nem para o mínimo, é realmente impressionante. - disse contrariado.

- mas ela estava na sala agora a pouco. Cadê ela?

- se eu soubesse não estaria aqui te perguntando.

...

Rodolffo interrogou cada pessoa que estava ali, mas ninguém sabia dizer onde Juliette estava.

- meu Deus... Como Juliette me faz uma coisa dessas.

- quem sabe ela não foi dá uma volta senhor. Tenha calma. - disse tranquilamente Ruth.

- ela sabe que não quero que ela saia. Que corra risco. Que mulher mais teimosa. Nem no bebê que espera ela pensa.

- o senhor deveria saber que Juliette tem o espírito livre. Não vai conseguir mantê-la presa aqui como vem tentando fazer. Ela sempre gostou de passear por aí.

- Ruth me poupe de suas observações. Não estou interessado. - disse de forma rude.

Nesse momento um criado chegou na casa.

- com licença senhor. Mas viram vossa senhora indo para o rio. Ela deve estar lá.

Rodolffo seguiu na mesma trilha que Juliette foi e caminhou por alguns minutos até por fim avistar seus enormes cabelos castanhos apontando na margem do rio.

Juliette jogava pedrinhas na água, como faz assim uma criança e tinha a mão sobre sua barriga.

Ele se aproximou devagar e quando estava bem perto lhe disse:

- te achei princesa fujona.

Os olhos de Juliette ficaram arregalados, mas ela tinha os lábios sorridentes. E aquele sorriso era o mais lindo e faceiro que Rodolffo já vira. Só ela tinha tanta graça em um ato tão simples e natural.

...


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