Dois

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Maria Eduarda | Madu 🍀

A partida dos meus avôs abalou a família de uma forma absurda, acho nunca mais fomos os mesmos.

Meu pai era o cara mais maravilhoso desse mundo inteiro e ele cuidava tanto da minha avó.

Indo contra tudo e todos estava no 6 semestre de medicina, eu curtia muito principalmente minha especialização que seria em neurologia.

Recebi mensagem da minha mãe, avisando que quando saísse da faculdade ir pra casa da minha avô, que estavam todos lá.

Era extremamente puxado mas eu fazia por que amava, meus pais optaram por me bancar pra eu me focar literalmente aos estudos.

Deu 17:00 ia pedir o Uber e vi o carro do Bernardo na frente da saída do meu Campus.

A cara fechada dele já dava pra ver de longe, mau humorado toda vida.

Me aproximo do carro, com o calor insuportável do Rio de Janeiro.

— Não me falaram que era você que ia vim — entrei no carro colocando minhas mil bolsas no banco de trás.

Sim, já tínhamos ficado algumas vezes, típico de a bebida entra e as vontades saem, mas a gente brigava demais.

Ele tirou o olhar do celular, subindo pra mim.

Bernardo: Tava aqui perto e meu pai desenrolou pra buscar você. — ele olhou pra frente vendo as meninas sairem.

— Milagre tá por aqui no asfalto, não sai do morro — tirei minha blusa ficando de cropped o que era proibido no Campus.

Bernardo: Missão. — o olhar dele parou no meu cropped desviando.

Ele ligou o carro, começando a dirigir vez ou outra olhando o celular.

— Foi visitar o túmulo do vô? — falei olhando ele com a correntinha que nosso avô tinha dado pra ele.

Bernardo: Fui, a vô tá malzona. — ele passou a mão no cabelo, olhando pra frente. — O dele e do Otto são lado a lado, não sei se lembra.

— Eu evito ao máximo ir, não me sinto bem e depois fico extremamente mal — encostei a cabeça no encosto do banco — Hoje é o dia que a Ariel não abre a boca.

Bernardo: Ela surtou lá, chorou e tudo pela primeira vez. — ele batucou o volante. — Uma hora tu vai ter que ir lá pô.

— Eu vou ir em algum momento — falei interrompendo o assunto, o Bernardo se tornou o braço direito do pai dele, só terminou o colégio por que a tia forçou muito.

Bernardo: Suave. — ele murmurou, prestando atenção na estrada.

— Mau humor? — cortei o silêncio.

Bernardo: To falando os bagulho na moral e tu me cortou, quer o que parceira? Kinder ovo? — ele negou.

— É um assunto ruim pra mim Bernardo, você sabe disso — a briga ia começar tava demorando.

Bernardo: Jaé! — ele cortou o assunto, olhando pra frente. — Que inferno de trânsito, caralho.

— Você adora tornar nossa convivência um inferno né? — falei olhando pra frente.

Bernardo: Tu é insuportável garota, chatona da porra quem faz isso é você. — olho pra frente, vendo tudo parado.

— Fecha essa merda de vidro e liga o ar condicionado, já tá trânsito nessa merda — falei irritada.

Ele me mandou dedo do meio, apertando o botão pra fechar os vidros e ligou o ar.

Bernardo: Cala a boca garota. — ele murmurou bolado.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora