Quarenta e seis

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Analua | Ana 🍷

Minha mãe tinha me dado banho e me colocado deitada como sempre nessa cama, o Gael tinha acabado de tomar banho, ele tá vindo direto ficar comigo.

Tava me batendo pra pentear o cabelo só com um braço é terrível, mas queria fazer isso sozinha.

A porta foi aberta em um puxão, passando um Bernardo igual furacão, jogando algo em cima de mim.

Ber: Me ajuda, Ana.

— Ai Bernardo que susto — o Gael saiu do banheiro secando o cabelo olhando o Bê — O que foi? — Olhei a sacola que ele jogou em mim — Que isso?

Gael: Que cara é essa? — ele aproximou da gente, sentando na cama.

Ber: Olha Ana, a Madu jaja sobe, tá conversando com a mãe. — ele mexeu as mãos totalmente ansioso, eu acho.

Abri a sacola vendo dois testes de gravidez, arregalei os olhos pra ele pegando na mão os testes.

— Ela tá grávida — afirmei vendo os testes.

Gael: Caralho. — ele arregalou os olhos pro Bernardo.

Ber: Está, o que a gente faz? Eu não sei caralho, eu tô perdido, não sei o que fazer, ela tem a faculdade, eu não tenho nem uma casa e uma estrutura maneira Ana. — ele desandou a falar.

Me ajeitei na cama olhando os testes novamente.

— Fecha a porta primeiro que o pai tá no quarto — ele fechou imediatamente — Cria? — falei óbvio — Se acalma Bê, da pra ela ir fazendo a faculdade até o bebê nascer, você tá no tráfico né? agora é tudo ou nada, ou entra de cabeça ou pula fora e da um jeito de arrumar uma profissão, são 9 meses pra resolver sua vida irmão — chamei ele com a mão.

Ele veio desesperado, sentando do meu lado.

Ber: Tô nervoso pra caralho. — ele passou a mão no rosto e a bateram na porta, entrando em seguida, mostrando a Madu. — O pai vai me amassar, o Yan, o vô. — ele me olhou desesperado. — Já tô no crime Ana, não tem como sair.

— Se acalma minha vida, é uma benção né? — sorri, alisei o rosto dele com carinho — Acho que a mãe vai te amassar, o pai o tio e o vô vai te dar um esporro mesmo, você já tem grana não tem? — olhei pra Madu balançando a perna.

Madu: Eu tô ferrada amiga de verdade, minha faculdade, eu não trabalho, sou sustentada pelos meus pais cara — ela falou chorando.

Ber: Tenho. — ele puxou a Madu pra perto dele.

— Vocês têm moral de morar sozinhos? — falei olhando aos dois.

Madu: Nunca pensei nisso amiga — ela passou as mãos no rosto, negando.

Gael: Bernardo falou comigo esses tempos atrás de morar com a Madu. — sinto o beijo dele na minha cabeça. — basta os dois quererem que dê certo, seu cargo é grande. — ele apontou pro Bê.

Ber: Se ela quiser dá pra desenrolar Ana, mais porra tô nervoso.

— Assim calma primeiro, a faculdade amiga você não vai precisar parar é seu sonho — sorri tentando tranquilizar ela — Morar junto é mais uma responsabilidade pra vocês, tenham calma tá? Será que não rola um quartinho aqui? — olhei pra eles.

Madu: Eu não trabalho amiga, como ajudo o Bê? — ela negou.

Ber: eu dou conta, amor. — ele passou a mão no cabelo.

— Se acalmem — olhei pro Gael.

Madu: Amor meus pais pode parar de pagar a faculdade, só de faculdade é 9.500 por mês fora meus materiais — ela olhou pra cima segurando o choro.

Gael: me denomino padrinho, eu ajudo. — ele entrelaçou nossas mãos. — Seus pais não iriam fazer isso Maria.

Sorri pro Gael, ele era fofo pra caralho.

— Madu não pira irmã sério, seus pais tiveram você super cedo e o vô Otto apoiou e o nosso avô mais ainda, cê acha que o tio Yan vai virar as costas? — neguei com a cabeça.

Ber: Calor da porra. — ele beijou o rosto da Madu com cara de assustado.

— Eu ajudo a cuidar — olhei pra minhas pernas — Se for aqui no caso, eu ajudo com todo amor do mundo, eu cuidei de você — sorri pro bê.

Gael: Vão contar quando? — ele olhou pros dois.

Madu: Eu não sei, eu tô com medo — ela abaixou a cabeça — amiga fiz merda né?

A porta do quarto foi aberta, passando meu pai com a cara seria.

Dante: Quem tá grávida? — ele cruzou os braços com minha mãe atrás.

Segurei os testes olhando a cara de pânico da Madu.

— Meu e do Gael — falei rápido.

Dante: Tu não é porque tem os exames do hospital, foi tu né filho da puta? — ele apontou pro Ber, que desmaiou bonito.

— Bernardo meu — tentei me levantar lembrando das minhas pernas — Ajuda ele amor...

Madu: Vida não me deixa sozinha por favor — ela falou com voz de choro.

Gael: Calma gente, ficar assim não vai ajudar em nada. — ele deu maior tapão no rosto do Bernardo que acordou no susto com a marca da mão do Gael no rosto.

— Gael — falei levando a mão na boca, segurando o riso.

Madu: Eles já sabem vida — ela falou baixinho.

Liz: Eu vou te matar filha da puta — ela olhou pro Bernardo.

Ber: Agora já foi mãe, se me matar o bebê fica sem pai. — ele falou nervoso.

Ela foi pra cima dele sem dó nenhuma, minha mãe brigava igual homem era foda.

Liz: CAMISINHA DANTE PORRA — ela deu um tapa no ouvido dele.

— Puxa a Madu amor — ela tava encolhida chorando.

Ber: Caralho mãe tá doendo, meu vô fez isso com você? — ele colocou a mão no rosto, meu pai tentava separar e minha mãe não deixava.

O gael pegou a Madu, deixando perto de mim.

Abracei a Madu beijando a cabeça dela.

— Se acalma meu amor eu tô aqui — apertei ela em mim.

Liz: ME RESPONDE FILHO DA PUTA — ela continuou socando o Bê.

Ber: Existe mãe, foi só uma vez. — ele se encolheu todo.

Ela respirou fundo parando de bater nele.

Liz: Bernardo filho — ela passou a mão na cabeça.

Ele levantou do chão, dando pra ver os braços dele todo roxo, ela levou a mão perto dele e ele recuou.

Ber: não toca em mim, mãe. — ele negou, com os olhos cheio de lágrimas pela primeira vez.

Liz: Perdão filho me perdoa — ela tentou chegar perto dele.

Ele se afastou, negando com a cabeça, limpando o rosto.

Dante: Deixa ele Liz. — meu pai falou ao ver o Ber sair do quarto.

— Vida vai atrás dele — falei abraçando ela.

Ela concordou com a cabeça, beijando meu rosto quando ela estava no meio do quarto fez maior barulhão na escada.

Ber: Que inferno, porra.

— Eu queria ir ao inferno — a Madu chorava bastante no meu colo.

Minha mãe saiu do quarto, olhei pro meu pai.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora