Cento e onze

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Maria Eduarda | Madu 🍀

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Estar grávida longe da sua família em um lugar que você não gosta tanto, é uma mudança do caramba, mas por incrível que pareça eu estava gostando daqui, principalmente pela tranquilidade que era e as gêmeas estavam gostando, ela mexia bastante.

A mudança do meu corpo me abalou muito, aliás vem abalando, meu cabelo não está lindíssimo como era, e eu engordei muito, estava com 5 meses e já tinha engordado 10 kilos e eu tava mal, mas o Bernardo tava em paz o que me fazia ficar bem.

Permanecia estudando mesmo a distância, quando o sinal resolvia aparecer.

Aproveitei que ele foi pra cidade comprar chocolate pra mim e liguei de chamada de vídeo pro meu pai.

Ligação Vídeo — Pai

Yan: Lembrou que tem pai. — olho a cara emburrada dele.
— Oi vida, nunca esqueci é que tô no meio do mato — sorri de lado.
Yan: Como vocês estão? — olho ele por o notebook pro lado.
— Estamos bem pai — suspirei fundo.
Yan: que foi Maria?
— Ai pai eu tô passando por uma fase muito complicada, não tô feliz com meu corpo, e não é com as gêmeas jamais, mais sei lá e eu tô sozinha aqui né — sorri de lado.
Yan: sua mãe quer ir para aí, fim de semana.
— Venham por favor, aqui é grande muito bom pra descansar — sorri pra ele — posso me abrir com você? A mãe não tem tempo...
Yan: Pode filha, você sabe que pode. — ele me olhou, tirando o óculos.
— Eu optei em não voltar pro Rio pai, sei lá um pressentimento ruim, sabe? Se eu voltar eu vou perder o Bernardo, ou pra morte ou pra cadeia pai — suspirei fundo.
Yan: Puxou a Ariel, ela sente essas coisas. — ele passou a mão no cabelo. — Se for o melhor pra vocês, filha.
— Mais ficar longe de vocês, tá me doendo pai, principalmente de você — senti meus olhos encher de lágrima.
Yan: isso resolve fácil, filha. — ele me olhou. — Segurança em primeiro lugar, você está grávida de dois.
— Eu tenho medo da mãe dele, da Kiara sabe pai, mas me sinto sozinha aqui — sorri de lado.
Yan: Vamos indo para aí, Maria. — Ele me olhou. — Até tudo se ajeitar, é bom ficarem longe sua mãe está movendo as coisas aqui contra as duas, só que está meio difícil com esse boato dessa garota grávida.
— Eu sei disso pai, por isso quero ficar aqui, porque ele mataria as duas por nós três sabe, eu vou terminar a faculdade vou fazer minha pós ead, e depois atender a distância não vou ficar indo pra cidade pai, mas eu tô sensível sei lá, as moças aqui não falam comigo tipo de jeito nenhum, não sei se o vô pediu pra ser assim mas não falam — passei a mão no rosto.
Yan: Só mantém a calma, vai dar certo filha, fica segura vou levar algumas coisas pra você fazer.
— Trás coisas gostosas pra comer? Pai eu tô feia — senti as lágrimas descer no meu rosto.
Yan: Para de ser louca Maria Eduarda, feia porque? faz favor. — ele falou sério. — Vou levar, você é linda mistura minha e da sua mãe.
— Pai eu engordei tanto, tô com vergonha do Bernardo — respirei fundo — Dois lindos vocês.
Yan: Vergonha porque?
— Ai pai eu tô gorda, eu não tô fazendo nada com ele, sei lá tô me sentindo um lixo.
Yan: Relacionamento não é só sexo filha, e acho que você já sabe disso. — ele passou a mão na barba. —  Vocês vão ter bastante tempo pra isso e ele nem reclamando está.
— Ele não reclama de nada pai, mentira reclama quando eu não quero comer, mas ele é tranquilo, mas eu tô me sentindo mal com aparência mesmo, aqui não tem nada perto, eu tô acostumada com unha feita, cabelo feito toda semana — fiz bico.
Yan: Aprende a fazer. — ele falou óbvio. — ou contrata alguém.
— Eu não consigo nem olhar meu pé quem dirá fazer — ri triste — você criou uma burguesa pai
Yan: Contrata alguém, deve ter.
— Vocês vem mesmo né? — sorri pra ele.
Yan: Iremos ir sim.
— Então eu vou pedir para as meninas arrumar o quarto pra vocês, trás meus livros pai, eu tô sem sinal, sem tv, sem livro e sem com quem falar, um passo pra pirar — ri.
Yan: Vou levar, eu te amo filha.
— Te amo ao infinito e além — era bom falar com ele, ver ele, sentir o afeto dele comigo.

Desliguei o celular e me deitei na cama, a barriga tava doendo um pouquinho mas era normal.

Ber: Amor. — a voz dele se fez presente lá embaixo.

— Tô no quarto vida — falei um pouco mais alto.

Os passos dele ficaram mais altos e logo ele apareceu.

Ber: Fiz um bagulho pra tu.

Me sentei na cama limpando meu rosto das lágrimas.

— O que Ber? — alisei a barriga.

Ber: Marquei a unha lá e cabelo. — ele colocou o chocolate na minha mão.

Meu sorriso foi espontâneo ao ver meu chocolate  favorito.

— amor — fiz bico pra ele — não precisava vida...

Ber: Te levo amanhã, lá. — ele selou nossos lábios, passando a mão na minha barriga.

— Eu quero muito vida — sorri pra ele — falei com meu pai e eles querem vir ver a gente, tudo bem?

Ber: Tranquilo. — Sinto os beijos dele na minha barriga, me fazendo reparar nele sem camisa.

— Você é uma delícia — falei reparando no abdômen dele.

Ele riu de lado, todo tímido.

Ber: Tu é gostosa pra porra, na moral mesmo amor. — ele mordeu o lábio.

O Bernardo era o marrentinho mais tímido de todos, e eu era perdida nisso.

— Tá falando de verdade? Tem vontade de mim? — olhei pra ele.

Ber: Quando deixei de ter? porra tu é cheia de neurose amor. — Ele negou, todo serinho.

— Calma Ber desculpa — falei mais baixo.

Ber: Não falei grosso com tu, tá ligada? foi mal se pareceu esse bagulho não curto essas parada de falar mal com tu. — Ele negou, beijando minha cabeça.

Sorri fraco pra ele.

— Não falou não vida, desculpa está sendo chata, com essa coisa do corpo mesmo tá — levantei indo pro banheiro.

Ber: Amo tu de qualquer forma, sempre vou amar. — ele falou mais alto.  — Mermo que esteja mudando, tu vai trazer as ranhentinha nossa pô.

Ber: Amo tu de qualquer forma, sempre vou amar. — ele falou mais alto.  — Mermo que esteja mudando, tu vai trazer as ranhentinha nossa pô.

Ri ao ouvir os ranhentinhas, tirei a roupa e engoli a vergonha que eu tava, coloquei a cabeça na porta.

— Quer tomar banho comigo? — falei baixo.

Deu nem um segundo, ele estava tirando a roupa na velocidade da luz.

Ri vendo ele já todo animado se é que me entendem, e já entrando no box comigo.

— nunca tirou a roupa tão rápido — ri virando pra ele.

Ber: tu começou a trancar a porta. — ele falou com um bico enorme.

— Aproveita sua gravidinha então — abracei ele da maneira que dava.

Ele beijou meu pescoço todo, passando a língua em seguida.

Que meus hormônios estavam à flor da pele, isso ninguém podia negar, mas ao sentir o toque dele foi absurdo, me arrepiei completamente.

— Ai Ber — coloquei as mãos na parede do banheiro.

As mãos dele passavam pelo meu corpo, devagar enquanto o nariz dele estava no meu pescoço.

O banho foi como eu queria, acabou rolando do jeito que dava e foi maravilhoso, ele todo cuidadoso óbvio.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora