Yan
Não importa quantos anos ela tenha, a Maria Eduarda sempre será minha princesa, e a ver sensível tão frágil me deixava preocupado principalmente por conta das minhas netas.
Passo a mão no rosto dela, fazendo ela olhar pra mim, distante pela barriga grandona.
Ela deitou o rosto na minha mão deixando a lágrima escorrer.
Madu: Eu quero ir embora pai — ela falou baixa com as lágrimas meio se embolando com as palavras.
— A gente vai, hm? — falo baixo, limpando o rosto dela. — Calma Maria, tem duas bebês sentindo o mesmo que você.
Madu: Só não me deixa sozinha pai, eu tô me sentindo tão fraca tão fraca, ele disse que eu não dou paz pra ele, eu não pedi pra engravidar pai, eu fui errada mas a minha vida mudou muito mais que a dele — ela tirou a aliança chorando muito.
— A vida dos dois mudou Maria. — olho pra ela. — Não dá pra vocês terem as mesmas atitudes de quando não eram pais, um tem que compreender o outro.
Ela negou com a cabeça fungando.
Madu: Pai eu só queria entender onde eu errei com ele, por que assim eu não sei onde a gente se perdeu — a Maria sempre se abriu comigo até mais do que com a Ohana.
— Um tempo separados vai ajudar a vocês entenderem o que realmente querem. — olho pra ela, passando a mão no seu cabelo.
Os dois são imaturos demais, na minha percepção.. uns dias separados talvez ajude, morar junto assim de cara é um passo muito grande.
Madu: A gente pode ir embora hoje? — ela colocou as duas alianças na minha mão.
— Pode Maria. — concordo com a cabeça, colocando as alianças na cama.
A barriga das meninas estavam dura e pelo visto elas iam nascer logo, e diante dessa situação difícil muito antes do que se deveria.
Nem pegamos as roupas dela, demos tchau e já que o pessoal ia pra Angra pegamos o caminho pra casa mesmo.
15 dias se passaram...
Passo a mão no rosto ao ver a Madu levando o pedaço de melão na boca a contra gosto mas calada, hoje completava 15 dias que eles estavam separados, e os dias da Madu tem sido assim em silêncio comendo a força.
— Para de cara feia filha, come direito. — falo sério.
Madu: Eu tô comendo pai, só que estou com um desconforto hoje, só isso — eu sabia que não era só isso, ela olhava o celular a cada 5 minutos.
O Bernardo? Saiu da casa dos pais, está morando sozinho, vive bebendo e usando maconha, maconha pra ele é igual doce pra criança que não sabe a hora de parar.
Fora o apelido no morro, que mudou, acho que de todos ele está quase no patamar do meu pai, matando sem dó.
— Anda Maria, come direito. — um dos motivos além desses de ela não estar falando é as meninas não mexerem pra ela, nem pra ninguém.
Ela pegou o celular parecendo aquelas adolescentes de 16 anos que fingia não ouvir, quando a gente falava, só que os olhos dela encheu de lágrima.
— Que foi Maria? — falo, minha paciência estava lá no fim.
Madu: O Bernardo tá ficando com alguém, e eu aqui chorando — ela levantou da mesa — Licença pai.
Ela queria o tempo dela e eu iria dar, não tinha o que fazer.
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Herança do Crime - Livro 4
Fanfictie+16 📍Pedreira, Rio de Janeiro. A herança de muitos é família, status e dinheiro, a nossa é conquista, aliados e a maior disso é saber amar.