Cento e sessenta

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Quero as 78 visualizações do anterior em curtidas, a gente merece vai 🥲✨

Gustavo | Coronel

4 meses depois....

Dor, desconforto, dificuldade de me mexer, foram todos esses sentimentos que senti assim que abri os olhos, tinha um tubo dentro da minha boca, um bagulho no meu nariz que me fez me desesperar.

Papo de se sentir afogando, mas não saía um a sequer da minha boca.

Assim que viram que eu tinha acordado, um montão de gente veio pra cima de mim, mas não saia um a da minha boca, isso tava me desesperando pra caralho.

Passo o olhar ao redor, puxando o ar com força. Nada mexe, não sai nada. Que porra tá acontecendo.

O Hariel cadê meu filho, eu usava toda força do meu corpo mas só minhas mãos mexiam.

Xxx: Não faz muita força. — a voz fina me faz olhar pra mulher. — Vou tirar o tubo, tudo bem? — balanço a mão em forma de sim.

Era uma senhora e o olhar dela tentava me tranquilizar, mas eu queria saber do meu filho, da minha mulher.

Ela tirou o tubo, fazendo a sensação de ânsia subir.

Xxx: Trás um pouco de água. — a senhora falou pra alguém, mas minha mente estava longe.

— Ha... — balbuciei mas não saiu som.

Xxx: Normal o senhor não conseguir falar por enquanto. — ela ajeitou algo em mim. — Está a quatro meses em coma, senhor Gustavo.

4 meses? A Ariela já nasceu, que caralho que aconteceu comigo, cadê a Ariel? Cadê meu filho? Será que tô morto?

Xxx2: Jaja aquela maluca aparece, achando que pode levar esse hospital abaixo. — murmura.

xxx: A bichinha está preocupada com o esposo dela, não fala assim — a senhora tirava os fios de mim.

Xxx2: Maluca! — resmunga. — Liga pra ela? — ela suspirou. — Vê se melhora logo moço e vai embora. Ninguém aguenta aquela mulher.

xxx: Liga claro que liga — a senhora falou.

Minha filha já nasceu, minha menina.

E eu perdi o nascimento dela, como? Porque?

Eu tinha tanta pergunta, e passavam vários médicos, falando que eu era um milagre, porra porque milagre? Até que eu ouvi a voz dela.

Ariel: Cadê ele? — a voz dela era inconfundível.

Xxx: Está ali. — viro um pouco a cabeça, vendo o cabelo preto.

Ariel: Dá licença moça, caralho eu to pedindo com educação porra — era ela.

A mulher saiu da frente após a Ariel empurrar ela, me fazendo soltar um sorriso de lado.

Ariel: Meu amor — a mão dela tava fria, ela tava magra, extremamente magra, mas sorria desesperada ao me ver.

— A.m. — puxo o ar com força, suspirando.

Ariel: Não fala meu amor, fica quietinho, eu tô aqui — ela alisava meu rosto com cuidado.

Sorrio de lado, olhando o rosto dela com cuidado. Marcando na minha mente cada pedaço. Porra, eu sou apaixonado nessa mulher, desde a primeira vez que bati o olho nela. Cada implicância...

Ela estava sem barriga nenhuma, o cabelo um pouco maior do que o chanel dela, e o traço da Ariel marcante era ela não usar maquiagem.

E ela nem precisa mesmo, a mulher é do caralho.

Ariel: Nossa menina nasceu e ela é do caralho — ela falou soltando um riso.

Solto uma risada abafada da forma que da, puxando o ar.

— co..m.o? — múrmuro baixo.

Ariel: Não força vida — ela falou carinhosa, diferente — Ela não dorme anoite, não deixa o Hariel dormir e tem sido dois meses malucos, estou na nossa casa sozinha com eles, te esperando — ela falou fazendo carinho na minha mão.

Franzo as sobrancelhas, olhando ela.

Diferente. A forma de falar é de agir.

Ariel: Hariel aprendeu a falar mamãe mas a primeira palavra foi papai, numa madrugada muito louca de cólica da Ariela e eu chorei — ela falou rindo baixo.

Solto uma risada baixa, com dificuldade.

— Ha..riel? — suspiro.

Ariel: Sim vida, ele fala papai certinho agora, e saiu do peito oficialmente — ela falou colocando o cabelo atrás da orelha.

— T.ta grande? — pergunto, com dificuldade.

Ariel: Tá grande, terrível e não tá caindo mais tanto, porém não para quieto, e isso me dá trabalho, estou fora do morro também, o comando pediu, longa história — ela riu negando.

— Por..que? — faço cara de confuso.

Muito notável, a mudança da Ariel. O que torna ela uma mulher ainda mais foda.

Ariel: Não se preocupa com isso agora, você precisa ficar bem né? Ah gente tem que casar — ela falou tímida.

— Q..uando? — sorrio de lado, ouvindo o bip irritante.

Ariel: Quando você aceitar, eu preciso sair antes que eu mate alguém aqui, eu te amo tá? Fica bem e vou ver se consigo vim dormir com você hoje — ela falou baixo vindo selar nossos lábios.

— T..e a..mo. — passo a mão lentamente no cabelo dela.

Ariel: Tá caralho eu to saindo não tá vendo? — ela falou irritada me fazendo soltar um ar de riso.

Ela continua a mesma que eu conheço, sorrio de lado, olhando bem seus olhos.

Ariel: Te amo não esquece — ela sorriu se afastando.

Balbucio um eu te amo, mas sem som. Sorrindo pra ela que se afasta.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora