Quatorze

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Maratoninha +10
Ariel | Sereia 🌊

Esse Gustavo era um filho da puta, irônico e ainda queria me ensinar a cuidar do meu morro, a me foder né.

Olho ele lendo os papéis lá e continuo ajeitando tudo que eu tirei, pondo no mesmo lugar.

— Preciso assinar mais alguma coisa? — falei olhando pra ele.

GV: Só isso mesmo, já tá separado o armamento, quantidade está escrita lá. — ele ergueu o olhar pra mim.

— Então é isso, até Gustavo — toda vez que eu falava o nome dele ele fechava a cara.

GV: Até sereiazinha. — Ele deu ênfase, voltando a atenção pros papéis.

Dei o dedo do meio pra ele, vendo os cara tudo parado de braço cruzado.

— Cadê meu armamento? — falei grossa pra aqueles pau no cu.

Xxx: Cheia de marra, manda aqui não. — ele falou cheio de deboche.

Renato: Descansa Hugo, está no caminhão, anotado na porta a quantidade. — ele falou todo educado, apontando com a cabeça.

Passei por eles com a cara fechada indo olhar o caminhão não confiava naquele Gustavo nem de longe.

Olho o tal Renato olhando tudo que eu estava fazendo e o outro com cara fechada lá.

— Vou poder ir nesse caminhão ou não? — falei apontando pro tal Renato.

Renato: Chefe? — ele falou em um radinho. — Pode liberar pra ir com o caminhão? Pode? Beleza. — ele me olhou. — Tá liberado.

Fiz sinal de "jóia" subindo no caminhão na parte de trás.

A Ohana não mandava mensagem, eu tava fodida sem grana, irritada prontinha pra surtar.

Renato: Pode abrir o portão Júlio. — ele falou alto pro moleque lá da frente.

Eu não podia afundar a Pedreira, não na minha gestão, o comando ia me afundar e meu tio ia me tirar da função, respirei fundo negando, não podia pedir dinheiro pro morro vizinho se não ia explodir, tava fodida.

Olho pra trás o Renato acenando pra sair com o caminhão e o Gustavo lá atrás, indo pro estacionamento.

Bati no caminhão fazendo ele parar, desci rápido do caminhão.

— Desculpa ai, vou de moto parceirinho — realmente minha moto tava lá fora, fui pra perto dela do lado de fora do quartel, só esperando ele sair.

Olho o portão de lá abrir e ele sair com o carro, na frente do caminhão.

Acelerei pra ir atrás dele, joguei o farol alto pra ele.

Ele olhou pra trás, parando o carro com cara de interrogação.

— Quero falar com você Gustavo — falei com raiva, odiava pedir ajuda.

GV: Pode falar. — ele desligou o celular, olhando pra minha cara.

— Me encontra na saída 15 — falo rápido, ligando a moto.

Ele foi vindo atrás de mim, com o carro com a cara toda séria.

Parei a moto e aqui só tinha mato dos dois lados.

Desci da moto encostando nela e esperando ele descer.

Ele desceu do carro com as mãos no bolso, encostando na porta sem tirar o olhar de mim.

— Gustavo queria te perguntar se você me emprestaria uma grana — falei baixo.

GV: Levanta a cabeça e fala alto, não demonstra vulnerabilidade. — ele falou de braços cruzados. — Quanto?

— Eu prefiro três tiro na minha cara do que fazer o que eu tô fazendo caralho, você nunca vai me vê vulnerável — encarei ele agora já sem farda — 50 mil quanto de juros você vai por em cima.

GV: Está vulnerável e tá tranquilo pedir ajuda. — ele me olhou, me fazendo levantar a cabeça. — Tu me ajuda e eu dou a grana sem juros.

A vontade de mandar ele se foder tava grande, mané vulnerável.

— Não tá tranquilo não — respirei fundo — O que você quer de mim ? — balancei o pé.

GV: Pegar um cara, troca de nome a cada um mês. — ele pegou uns papéis no carro, me entregando.

Peguei os papéis olhando eles, vendo o tal Ulisses lá.

— Qual teu interesse, na transparência comigo Gustavo — falei olhando os papéis.

GV: Não entendi, o que você quer dizer? — ele me olhou fazendo cara de confuso.

— De pegar esse cara aqui preciso entender pra saber até onde eu posso ir — mostrei os papéis.

GV: Ele me roubou, um fudido. — ele gesticulou. — Prendeu seu pai junto com o defunto TJ. — ele pontuou. — Quero saber se ele tem familia, rotina, o que faz e aí vamos chegar nos pontos ilegais dele.

Ele sabia do meu pai como assim caralho.

— Pera lá — olhei pra ele interessada — Meu pai ? — cheguei perto dele — Me fala o que você sabe.

GV: O acidente de carro era pra ter pego os dois, não deu certo porque seu pai não estava. — ele gesticulou com a mão. — Seu pai foi levado pro hospital na tentativa de suicidio e foi tudo a mando do TJ, porque queria o morro e o Ulisses porque tem rixa com os dois, só que tem algo a mais ai que não descobri. — ele fez cara de triste, negando.

Soquei o capô do carro dele ouvindo.

— Eu vou descobrir essa peça que falta no quebra cabeça, e eu vou matar todo mundo que ele considera, desde velho até criança, desgraçado — passei a mão no rosto.

GV: Vai pagar. — ele apontou pro capô, passando a mão. — Ela não entende que você tem sentimentos filha. — ele negou, e abriu o porta malas pegando duas maletas de lá.

— Meu pai tá voltando você deve saber, eu vou acabar com esse desgraçado — falei pensando mil coisas ao mesmo tempo.

GV: Fui informado, tenho um pessoal lá. — ele falou olhando pros lados. — Tenho um pessoal em todo lugar…. 100 mil. — ele me entregou as duas maletas.

— É só 50 não precisa de piedade, 50 eu resolvo meus problemas — peguei a maleta.

GV: Não tenho piedade de ninguém Ariel. — ele riu. — Sua firma tá quebrada, 50 mil de escape tô ciente da gestão do seu pai, depois você me paga.

— É isso então, se eu não usar te devolvo, convidado pro baile de amanhã, mais vai ficar na pista, por que farda não sobe no meu camarote — falei ajeitando a maleta na moto.

GV: Você é engraçada. — ele negou, entrando no carro. — Vou ver se colo lá, sou da pista mesmo. — ele buzinou, saindo com o carro.

Balancei a cabeça, ele era afrontoso e debochado, o que me irritava pra caralho.

Subi na moto com a cabeça a milhão, eu tinha que fazer um baile foda pra caralho amanhã pra faturar.

Passei pelo carro dele levantando terra, ele soltou uma buzina fazendo eu dar risada.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora