Quarenta e nove

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Gael | GL 💣

Tava sendo foda todo dia era uma luta com a Analua, ela chorava muito, sofria muito.

Estava mais ficando aqui do que em casa, a Liz estava super carregada e pra mim que já estava melhor ficar com a Ana está tranquilo, já que a apresentação no comando foi adiada e meu pai tá dando conta lá.

Tio Yan super entendeu e adiantou minhas férias na empresa.

Ela sentia muita dor nas costas e no quadril, mas ela chorava em silêncio pra não me incomodar, tipo o que ela tava fazendo agora.

Pego o remédio vendo que estava no horário e a água, me aproximando dela.

— Amor, vamos tomar o remédio. — passo a mão livre no rosto dela.

Ela passou a mão no rosto rápido fungando baixinho.

Ana: Consegue me ajudar? Meu quadril tá doendo — ela sorrio triste.

— Consigo amor. — Ponho a garrafa e a cartela do remédio na cômoda, ajeitando ela de uma forma confortável. — Assim está bom?

Ana: Tá amor obrigada — ela tava chorando muito ultimamente mas não tava querendo abrir pra mim, e nem queria vê ninguém.

— O que foi amor? — olho pra ela, vendo ela tomar o remédio e a água. — se abre comigo.

Ana: Eu estou surtando comigo mesma — ela abaixou a cabeça — Eu não sou a mesma, eu tô parando sua vida amor — ela chorou novamente.

— Não está Ana e pra mim você continua a mesma, eu curto estar com você. — sento na ponta da cama. — Você é tudo pra mim amor… e eu vou cuidar de você.

Ana: Eu já engordei, meu corpo tá todo cheio de cicatriz, eu perdi aquela publi de calcinha e sutiã e não tô sendo uma mulher pra você — ela abaixou a cabeça.

— Está louca Ana? Porque não estaria sendo uma mulher pra mim? Relacionamento não é só transar não, é cuidar, fazer companhia isso tudo. — olho pra ela. — Vamos achar outras publi e corpo você engordou onde? Você tá magra de não comer, para de ligar pra estética e pensa na sua saúde.

Ana: Gael era minha profissão, minha estética era extremamente importante, sabe, eu queria me sentir gostosa novamente pra está com você amor, eu tô um lixo — ela começou a chorar — Eu choro anoite e sei que isso te acorda, eu sinto dores demais — ela fungou.

— Vamos voltar ao médico amanhã, você tá viva Ana isso vale mais que tudo. — passo a mão no cabelo dela.

Ana: Minha mãe tá atrás de alguma fisioterapeuta pra me ajudar, pelo menos sentir menos dor — ela sorrio de lado.

— Quer comer o que hoje? — dou um selinho nela, começando a arrumar o quarto, abrindo a janela pra ventilar ar.

Ana: O que você quiser eu quero amor, não tenho nem o que opinar — ela sorrio triste.

— Escolhe amor. — entrelaço a mão na dela. — Minha mãe podia te acompanhar… fisio

Ana: Pode ser aquele lanche com frango que você gosta? — ela odiava, mas tava querendo me agradar — Será que é uma boa vida?

— Minha mãe tem o local e tudo, seria bom porque já é alguém conhecido. — Faço careta. — Quer japa?

Ana: Vou falar pra minha mãe — ela me olhou — melhor não, eu falo com ela né — ela sorria sem graça — Eu gosto de japa.

Mexo no celular, pedindo o que ela gostava de comer de japa concordando.

— Eu falo com ela amor. — beijo a cabeça dela. — Quer tomar banho agora?

Ana: Você pode me por na cadeira e me por no banheiro? Eu vou conseguir tomar banho sozinha — ela falou convicta.

— Logo hoje que eu queria hidratar seu cabelo? Comprei até os cremes lá. — sorrio pra ela, concordando.

Ana: Meu cabelo não sabe mais o que é um cacho — ela falou tirando a coberta das pernas.

— Posso? Eu vi vídeo pra fazer amor. — me aproximo de volta, tirando ela da cama.

Ana: Pode sim, meu cabelo tá feio — ela se segurou no meu ombro — A Dandara pegou minha vaga na campanha — ela falou se ajeitando na cadeira.

— Quem é essa? — levo ela pra cadeira que ficava no banheiro, começando a tirar sua roupa.

Ana: A menina que mais tretava comigo amor, ela me odiava de verdade — ela falou triste.

— Uma garota feia daquela. — nego.

Ela soltou um sorriso se segurando em mim pra entrar no box.

Ana: Você não vale amor, sempre vai achar eu a mais linda — ela soltou um sorriso bonito.

— Linda, gostosa, deusa… — sorrio pra ela.

Ana: Você ainda me deseja amor? Mesmo assim ? — ela apontou pras pernas.

— Lógico, Ana, que pergunta. — ligo a água pra ela, pegando os cremes tudo.

Ana: Não é óbvio amor, eu não sei, eu tô me sentindo um coco — ela tava toda sensível

— Você continua linda. — coloco ela sentada, por baixo da água.

Ana: Eu não acho mais vou acreditar em você — ela sorrio pra mim.

— Quer usar qual? — aponto pros potes.

Ana: Pode ser esse — ela apontou — Se eu fizer progressiva aí é menos trabalho amor.

— Progressiva o que? Tá louca? — molho o cabelo dela, começando a lavar com shampoo.

Ana: É menos trabalho vida, aí é só lavar e tá pronto — ela sorrio de lado — E a Ariel tem notícias dela?

— Trabalho nenhum, fica quieta. — pego o pote lá que ela apontou, separando o cabelo, passando mecha por mecha lá. — Não cheguei falar com ela.

Ana: Eu tô com saudades dela, sabia? — ela falou lavando os braços.

— Podemos chamar ela pra vir aqui, ou ir lá.

Ana: Não quero sair amor, não assim sabe — ela falou jogando a cabeça pra trás pra eu tirar o shampoo.

Passo a mão, tirando todo o creme e olho pra ela.

— Então chamamos ela pra vir aqui amor. — enxáguo todo o cabelo dela.

Ana: Eu não quero ver ninguém mas é ruim não ver ninguém, sabe? — ela falou baixinho.

— Amanhã vamos ao médico, passamos na clínica da minha mãe e marcamos algo sábado? Ariel, Ber, Madu.

Ana: Aqui em casa pode ser? A gente faz algo pra comer, eu até ajudo a cortar — ela falou mostrando que ia se esforçar .

— Noite de jogos? — ajudo ela a se lavar.

Ana: Eu topo amor — ela fez sinal pra eu deixar ela fazer sozinha.

Me afasto dela, vendo ela fazendo sozinha.

Ela estava melhorando, aceitando é muito forte, aprendendo a conviver assim, e eu morrendo de orgulho dela.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora