Trinta e oito

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Alice ⚡️

A casa acordou hoje muito agitada, mais dessa vez não tinha muitos barulhos só se dava pra ouvir os passos de lá pra cá.

A cama da aurora estava arrumada por algum milagre, levantei arrumei a minha, fiz minha higiene, tomei banho e vesti um conjunto que estava separado na frente do meu guarda-roupa.

Com toda certeza minha mãe que escolheu, ela sabia que eu não gostava de nada misturado, cores todas iguais.

Abro a porta, saindo do quarto e de imediato vem o cheiro da lasanha do meu pai, meu prato preferido.

Desci e estava tudo silêncio só alguns cochichos.

A Aurora estava jogando vídeo game com o Lucca e sorriram ao me ver.

Aurora: Acordou bela adormecida. — ela me chamou com a mão. — Nossos irmãos todos estão vindo, mais não fala que te contei.

— Eles contaram que sou maluca, né? — abaixei a cabeça.

Lucca: Você é normal Alice. — ele me olhou bravo. — Não fala essas coisas.

A campainha tocou, mais baixa que o de costume.

Aurora: O pai trocou, essa é muito mais legal. — ela levantou correndo, indo abrir a porta. — ARIEL!

Fazia uns meses que a gente não via a Ariel e eu sentia falta dela.

— ARIEL — falei feliz, indo rápido pra porta, ia pular nela mas olhei a barriga dela — você tá grávida — sorri contente.

Ela sorriu completamente sem graça.

Ariel: depois a gente fala disso. — ela me abraçou.

Abracei ela com carinho, eu amava carinho principalmente dos meus familiares.

— Que saudade de você, volta pra cá — ela beijou minha cabeça.

Ariel: quando der, Ali. — ela sorriu. — Que cheiro bom.

Vi um moço muito bonito atrás dela, todo sério.

— Ele é bonito irmã — ri sentindo ela apertar meu nariz.

Ele sorriu pra mim, estendendo a mão e ela deu espaço pra ele entrar.

Ariel: Ô pai, tô com fome. — ela saiu pra cozinha.

Cumprimentei ele e o mesmo foi atrás da Ariel, logo atrás quem apareceu foi o Yan.

— Y — ele abriu os braços me chamando pra um abraço.

Yan: Tá linda. — ele riu, me abraçando forte.

— Que saudade de você, não me ama mais né? — ele era extremamente carinhoso com todos nós.

Yan: Amo você sim, só que viajei a trabalho. — ele apertou minha bochecha.

A Ohana me beijou abraçou forte logo a Madu entrou de mãos dadas com o Bernardo.

Sorrio feliz, vendo a Liz chegar com Dante e a sala toda cheia.

— Aurora, vamos lá em cima comigo ? — falei pra ela baixo.

Ela concordou, subindo atrás de mim.

Aurora: Que foi Alice? — ela sentou na ponta da cama.

Fechei a porta sacudindo as mãos respirando fundo.

— Tinha me dado agonia dos barulhos lá embaixo, não queria chorar — sentei na cama.

Aurora: Põe o fone. — ela pegou na cômoda, me entregando. — Respira fundo.

Coloquei o fone respirando fundo.

— Quer descer? Pode descer eu fico sozinha, fico bem — sorri me acalmando.

Ela negou com a cabeça, ficando do meu lado.

Aurora: Dá pra você usar esse. — ela me deu um cheio de pelinhos. — eu ia embrulhar, mas não deu.

Sorri vendo o fone todo rosa com pelinhos.

— Que lindo eu vou usar agora — tirei o fone colocando o novo — Ele é fofinho — falei rindo.

Ela sorriu pra mim toda feliz.

— Você acha que um dia eu vou namorar? Eu não sou igual a você — falei me sentando novamente novamente.

Aurora: Claro que vai Alice, mas não pensa nisso agora, nem eu penso ainda.

— Tá tudo estranho na minha cabeça, eu me sentia diferente mas não achei que era tão grande assim — engoli seco — Eu não consigo controlar.

Aurora: o que está passando? — ela me olhou. — tenta me explicar.

Respirei fundo sentando de frente pra ela ainda com os fones.

— Eu sinto medo quando tô em alguns lugares, se tem barulho me dá vontade de me esconder, barulho dói minha cabeça — falei tentando explicar pra ela.

Aurora: Alice, você só vai precisar ir pra terapia e eu vou com você, vai ser tudinho normal. — ela me olhou com carinho, me abraçando. — Sempre juntas, lembra?

— Eu não quero ser diferente irmã, a gente sempre foi igual — sorri triste pra ela — Eu fui ler o que eu tenho.

Aurora: Nós três somos diferentes Alice, não só nós como nossos irmãos mais velhos. — ela me repreendeu. — Você é totalmente normal, e que quiser enxergar vai ver isso.

Balancei a cabeça pra ela.

— Eu te amo tá bom? — sorri dando o dedinho pra ela.

Ela segurou meu dedinho com o dedinho dela e sorriu pra vim.

Aurora: Vamos descer?

— Você fica perto de mim um pouquinho? — sorri pra ela.

Ela concordou com a cabeça, sorrindo grande pra mim.

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Lembrando que ontem, 02 de abril, foi o dia Mundial da Conscientização do Autismo, eles não precisam de exclusão e sim de inclusão 💙

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora