Vinte

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Maratona+10
Bernardo | BD 🚬

Passei a noite com a Maria num motel da pista por que na nossa casa era foda, não dava.

Todo dia nós estava ficando, tava sendo maneirinho mais ela merma não queria ficar só comigo.

Tinha ciúmes pra caralho mas deixava no off, por que não era nenhum bagulho sério.

Tava na hora de buscar ela na faculdade e eu já tava parado na porta.

O pessoal saindo e nada dela aparecer.

Depois de mó cota ela saiu com um moleque toda cheia de risada.

Fecho a cara negando, vendo a cara do moleque com a merma cor que tava a boca dela.

Ela se despediu dele com um abraço e veio pro carro, com uma puta cara sínica.

Madu: Abre aqui Bê — ela bateu na janela.

Parada que me irrita mermo é isso, transparência mermo não tem.

Aperto o botão de abrir a porta e olho pra frente, batucando o dedo impaciente pra caralho.

Ela entrou no carro se ajeitou no banco, me olhando.

Madu: Tudo bem? — ela passou o cinto.

— Ótimo. — ligo o carro saindo do estacionamento sem render papo.

Madu: Acredita que amanhã tenho um acompanhamento no hospital da barra? — ela falou me mostrando um papel.

— Legal Maria Eduarda. — me tirando de otario, fala pro pela saco não sou psicólogo.

Madu: O que você tem? — ela me olhou, guardando os papéis.

— Nada. — paro no sinal, pegando o celular.

Madu: Tá grosso né? Meu Deus — ela cruzou os braços.

Dou nem ouvidos, ouvindo o áudio do meu pai falando da viajem lá que iria ter e que se eu não fosse ele iria.

Madu: Bernardo? — ela me cutucou.

— Que foi? — ergo o olhar pra ela, pela primeira vez.

Madu: Fala comigo — ela veio fazer carinho em mim, desviei — Caralho o que eu te fiz, transamos ontem foi super gostoso e agora assim?

— Limpa sua boca aí, parceira, primeiramente pra falar comigo jaé? — falo sério, negando. — Dormiu comigo e no outro dia pegou outro? Foda mermo, sou um otario da porra.

Ela ergueu a sobrancelha me encarando.

Madu: Então fala baixo Bernardo, nem meu pai fala alto comigo — ela negou — Não é otário coisa nenhuma, você também tá solteiro Bernardo, a gente não fechou que estamos ficando fechado  — ela falou como se fosse óbvio.

— Porque tu merma não quer, vou parar de me importar com essa porra. — olho na cara dela. — Se fosse eu na porra do teu lugar iria tá falando que não presto, tô ligado.

Madu: Então você tá falando que eu não presto? — ela negou — Bernardo a gente nunca conversou nada de namoro, eu tenho bola de cristal agora?

— Ontem foi nada pra tu? Se eu pedisse pra tu, tu iria aceitar? — olho a cara dela, vendo que não. —  tua cara diz.

Madu: Tá falando merda pra caralho Bernardo, tá falando por mim agora, sai fora — ela negou — No meio da foda eu falei que era tua.

— Tuas atitudes dizem o contrário. — passo a mão no cabelo, voltando a dirigir.

Madu: Eu tava dando pro cara Bernardo? — ela me olhou — Eu tava dando pra você, só tenho transado com você meu, a gente ficou só um beijo.

— tá certa Madu. — presto atenção na rua, ligando o rádio.

Madu: Solteiro não trai Bernardo, agora se eu tivesse a porra de um compromisso pode ter certeza que seria fiel a tu — ela pegou as mochilas — Para essa porra de carro.

Paro o carro, destravando a porta.

Madu: Idiota pra caralho — ela pegou as mochilas descendo do carro, querendo tá brava ainda.

Dou de ombros, saindo fora pro morro do meu pai.

Minha mãe já tinha falado pra ir pra casa almoçar meu pai tava lá.

Paro em frente de casa, travando o carro entrando sem humor nenhum, se pá tava precisando matar uns dez pra desestressar.

Liz: Bê demorou em — ela falou na cozinha.

— foi mal mãe.

Liz: Que cara é essa? — ela apareceu na sala.

Analua: Oi Bê — ela veio me beijar, desviei dela.

— Nada mãe, fala Ana. — sento de braços cruzados.

Analua: Nossa nem te fiz nada — ela sentou na cadeira me encarando.

Liz: Seu pai não quer viajar, tá descendo já — ela falou chateada.

— Vou no lugar dele, sem estresse mãe.

Analua: Você? — ela me olhou tipo "E a Madu" — Mas e a...

Passo minha mão no pescoço, várias vezes dizendo pra ela calar a boca.

— Daqui três meses eu volto. — falo serinho.

Liz: Não filho — ela me olhou — Vou chamar seu pai — ela largou o pano subindo atrás dele.

Analua: O que aconteceu? Eu tô perguntando numa boa Bernardo — ela falou baixo.

— nada Ana, tô sem cabeça hoje pô.  — massageio minha sobrancelha, cabeça estourando pra caralho.

Analua: Tá bom eu vou respeitar, mas vai ir no lugar do pai? — ela me olhou.

Concordo com a cabeça, bebendo remédio.

Analua: Vai deitar um pouquinho seu feio — ela me abraçou rápido.

Deixo ela me abraçar, beijando a testa dela subindo correndo pro meu quarto, tranco a porta me jogando na cama com o ar gelado com ele todo escuro.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora