Cento e quarenta sete

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Querem caos? +15 comentários

Ariel | Sereia 🌊

Nenhuma ligação, nenhum sinal nem caralho nenhum, o cara do quartel estava puxando os números que acionaram para o Gustavo, e nada que ódio.

Gustavo: Porra Kevin, faz o bagulho direito, me dá esse caralho. — ele empurrou o menino, sentando na mesa do computador.

Kevin: Espera caralho eu vou puxar é um número igual — o menino falou pegando o computador de volta.

O Gustavo bufou irritado, fazendo cara de dor, sem falar nada.

Passei a mão na cabeça irritada porque eu odiava não saber o que fazer, respirei fundo.

— Eu vou sair — falei ajeitando a arma na cintura.

Kevin: Tá aqui perto Gustavo. — ele falou baixo. — Só preciso saber a exatidão do local...

— Gustavo — chamei ele sentindo o ódio tomar conta do meu corpo, eu amava essa sensação mas estava pior era meu filho.

Gustavo: Vou descer nessas casa uma por uma Kevin. — ele veio até mim.

— Eu vou você não tá aguentando nada — falei pegando a arma na cintura dele.

Gustavo: Eu vou tu querendo ou não, é nosso moleque. — ele entrou no carro e o amigo dele entrou também, ficando na parte de trás.

Olhei pra trás meu pai estava num carro com o Bernardo e do nada o Allan apareceu com o Gael.

Entrei no meu carro deixando o Gustavo me gritando do outro, eu ia achar nem que fosse sozinha.

Desci o morro chegando na parte mais carente.

Desci do carro vendo alguns olhares assustados, as pessoas daqui só conheciam meu lado ruim e eu conhecia algumas pessoas daqui infelizmente.

Olhei barraco por barraco, indo no que minha intuição mandou que era o pior de todos.

A casa da Ana Júlia a vagabunda que eu chamei de amiga por longos anos, o portão permanecia do mesmo jeito e o tiro da bala no mesmo lugar.

Empurro a porta com força, fazendo o maior barulhão.

Tinha alguém sussurrando baixo, o que fez meu sangue subir mais ainda, tirei a arma da cintura já engatilhada porque hoje eu não ia atirar de brincadeira, passei pelo vidro quebrado vendo a blusa de frio do Hariel, o que levantou mais meu ódio ainda.

Xxx: Ela tá aqui caralho. — uma voz mais fina falou. — Da logo o moleque, eu não quero morrer.

Ana: Cala a boca Esther. — os sussurros estavam baixos.

A porta estava semi aberta, apontei com a arma pra cima e dei um tiro, o que fez o choro do Hariel se alastrar por ali, empurrei a porta e a Esther irmã dela estava com a mão na cabeça encolhida.

— Mais você vai morrer — falei pra Esther enquanto via a Ana mas não via o Hariel.

Esther: Ele tá no quarto, me desculpa eu não queria fazer isso. — ela falou chorando.

— Eu te perguntei ? — fui pra perto dela dando uma coronhada na cabeça dela — Você não quis ajudar sua irmã? — dei outra coronhada enquanto a Ana ficava me encarando com o olhar de ódio.

Ana: Pega essa praga de menino e vai embora, encosto. — ela gritou, jogando o Hariel na minha frente.

Ele caiu nos meus pés, agachei pegando ele rápido que chorava muito.

— Desgraçada eu salvei teu pai de morrer na sua frente, mas vai ver tua irmã morrer — ajeitei a cabeça dele no meu ombro atirando na cabeça da Esther.

Ana: DESGRAÇADA! — ela gritou vindo pra cima de mim. — EU VOU TE MATAR.

Bati as costas na geladeira velha que tinha ali, agarrei o Hariel pela blusa que tinha me agarrado com medo .

Foi questão de segundos pra eu ver o Gustavo com a cara toda fechada mesmo, atirando na barriga dela, indo literalmente pulando por conta do gesso a puxando pelos cabelos.

Ana: ME SOLTA, TA DOENDO EU VOU ACABAR COM VOCÊS. — ela se debatia.

— Eu vou te matar desgraçada eu vou te matar, cadê minha irmã — falei pisando no dedo dela que se segurou no batente do chão.

Ana: Eu não tô com ela caralho. — ela falou e o Gustavo puxou ela.

Gustavo: Kevin, leva pra salinha, mermo processo do quartel. — ele nem me olhou, só pegou o Hariel do meu colo e o menino fez o que ele mandou com a Ana esperneando. — Filha da puta!

— Kevin não mata ela, eu já vou na salinha — falei alto grossa, indo atrás do Gustavo — Gustavo dá ele.

Gustavo: Olha pro " pa pa " — ele abaixou, olhando o Hariel que não soltava a camisa dele. — Papai tá aqui filho.

— Hariel vem aqui deixa a mamãe ver seu dodói — falei observando o Gustavo me ignorar, o que me fazia ficar irritada.

Hariel: No no no no. — ele fez não com a cabeça sem parar.

Ouço o Gustavo fungar, respirando fundo.

Gustavo: Vou descer com ele pro postinho. — ele falou sério, erguendo o olhar pra mim.

— Colfoi caralho ? — falei encarando ele.

Gustavo: Qual foi o que? — ele tampou o ouvido do Hariel. — Tu quer fazer os bagulho tu fica sozinha, o moleque também é meu filho.

— Eu fui arrumar a merda que você deixou acontecer caralho — falei indo pegar dele do colo do Gustavo.

Na hora ele me olhou, rindo nervoso.

Gustavo: Claro a culpa é minha mermo que tua família tem inimigo até no cu. — ele não deixou eu pegar o Hariel.

— Dá meu filho Gustavo — falei com raiva.

Gustavo: o filho não é só teu Ariel, tu nem queria o moleque. — ele deu as costas.

Sabe quando uma frase te faz sair do eixo, foi isso que aconteceu.

— Cala a sua boca Gustavo, eu não confio no meu filho com alguém que não consegue nem se proteger, me dá ele agora — falei segurando a camisa dele.

Ele riu, mordendo o lábio me olhando... decepcionado?

Gustavo: Papai volta pra te ver filho. — ele beijou a cabeça do Hariel.

Hariel: Pa pa pa pa. — ele mexeu as mãozinhas.

Gustavo: pa pa ama você. — ele me entregou o Hariel, dando as costas. — Bora Kevin, leva a menina pro quartel.

Beijei a bochecha do Hariel, que ódio ele usar aquilo contra mim, me doeu e sinceramente ele não tinha o direito de usar isso.

Avisei meu pai que já estava com o Hariel mas a Alice ainda não tinha sido encontrada, mas eu precisava levar o Hariel pro hospital, e foi isso que eu fiz, sozinha porque eu nunca precisei de homem.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora