Cento e vinte

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Mathias 🥋

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O tal Otto tava toda hora me olhando no churrasco que meu sogro tava fazendo e agora meteu essa que é meu irmão, que porra foi minha vida até agora?

O meu pai mentiu quem era minha mãe a minha vida toda, e por um lado explica o porque de não ligar pra mim.

E as semelhanças entre mim e ele.

16 anos uma mentira? minha cabeça tava num conflito do caralho, até que senti um abraço.

Alice: Você quer ficar sozinho? — ela falou baixo.

— Você me acalma. — suspiro fundo, abraçando ela.

Alice: A Aurora falou que eu preciso deixar as pessoas falarem, você quer falar amor ? — ela tinha o jeito dela de dar carinho — O tio Otto é legal amor...

— Eu tô confuso, eu vivi uma mentira até agora amor. — passo a mão no cabelo. — Eu tenho um irmão eu tenho uma família... eu tinha outra mãe

Ela me abraçou novamente e ficou no abraço, ela não era de ficar dentro de abraço.

Alice: Você leu a carta? — ela me olhou.

— Li. — fungo, abraçando mais ela.

Alice: Seu pai de mentirinha nunca deu nenhuma resposta que você desconfiasse? — ela me olhou.

Paro pra pensar, negando em seguida.

Alice: Será que a mel também é ? E ela vai ficar sozinha? — ela me olhou.

— Eu acho que não.... eu não sei, eu nunca deixaria ela sozinha.

Alice: E seu coração amor como tá? — ela suspirou dando um beijo no meu rosto.

— Confuso... mas acho que dá pra acostumar...

A porta foi aberta e o Caos apareceu com o Otto.

Caos: Pivetinha vem cá — ela me olhou me deu um beijo no rosto e saiu, deixando eu e o Otto.

Otto: Podemos conversar? — ele falou sério, não tinha nada do cara brincalhão.

Me sentei na cama balançando a cabeça que sim.

— Fala ai — respirei fundo

Otto: Falei de forma errada, foi mal. — ele passou a mão na cabeça. — Esse foi o pedido dela, e eu queria realizar, queria você comigo... se não quiser nada disso, tá tudo bem só dá a chance de conhecer um pouco do que ela era em vida.

Segurei a carta ouvindo ele.

— É complicado pra mim, eu tenho 16 anos, eu nunca pensei que aquela família não era minha, eu tenho uma irmã autista que é tudo pra mim e eu sou tudo que ela tem, o Edson não curte ela por conta do autismo, e nem minha irmã mais velha, então é foda — passo a mão na cabeça.

Otto: Trás ela, nossa família é grande do nosso jeito. — ele riu, abaixando a cabeça. — Só dá uma chance.

— Tá tudo confuso na minha cabeça Otto, mais de certa forma algumas coisas fazem sentido, tanto que a Tânia nunca me chamou de filho e nem olha pra mim, eu sou negro numa casa de branco né — ri negando.

Otto: Quando quiser, estaremos de braços abertos. — ele balançou a cabeça.

— Como vai acontecer Otávio? não dá pra eu sair de casa só, e eu penso na mel, o nível de autismo dela é muito maior que o da Alice — cocei a cabeça.

Otto: Trás ela, damos um jeito.  — ele passou a mão no cabelo.

— Vocês são traficantes e o Edson é da polícia, vai dar problema — neguei

Otto: O Edson é bandido Mathias.

Olhei pra ele confuso sem entender.

— Como assim? Ele chega de farda todos os dias, ele fala que é policial, até a Kiara sabe disso, não Otávio — neguei

Otto: O Gustavo é polícia Mathias, Edson é bandido e trabalhou pra mim e pro seu sogro. — ele passou a mão no rosto.

Levantei da cama caminhei no quarto com tudo bem confuso.

— Quem é ele então ? Tudo foi mentiras? — respirei fundo.

Otto: Tenta compreender isso, quando sua cabeça estiver no lugar, pode me procurar, vai ser um prazer te conhecer.

Balancei a cabeça e vi ele sair do quarto e o Caos tava na porta.

— Posso falar com o senhor?

Caos: Desenrola pivete.

— Quem é o meu pai ou sei lá o que ele é meu — eu precisava entender.

Caos: O Edson mermo. — ele passou a mão no cabelo.

— Ele não é policial né? — isso foi estranho de saber.

Caos: Teu pai foi cria minha, papo que sequestrou minha mulher e é chefe do TCP. — Ele falou com raiva.

Engoli a seco e neguei com a cabeça.

— Ele mentiu pra mim e pra mel essa vida inteira, acho que até a Kiara acha — passei a mão no cabelo — Eu não posso ficar perto da Alice, sabendo que posso por a vida dela em risco, seu Caos — respirei fundo.

Caos: Tu vai ficar com minha cria não importa o que aconteça, e vamo ficar de olho em tu. — ele me olhou sério.

— Eu não sei de nada, eu juro — abaixei a cabeça — Eu não posso ir conhecer o Otávio e deixar minha irmã, ela vai depender de mim a vida toda, e eles não cuidam dela, só dopam ela seu Caos — respirei fundo.

Caos: Tô ligado que o Otto deu a opção de ir tu e ela, então faz esse bagulho. — ele me olhou. — Parada do teu destino tá na tua mão mermo.

— Isso vai virar guerra — respirei fundo — Eu só quero a mel em segurança.

Caos: Ela vai ficar.

Balanço a cabeça respirando fundo.

— Eu vou atrás do Otto então — olhei pro Caos.

Caos: Otávio tem um coração enorme da porra, tu vai curtir. — ele bateu no meu ombro, saindo do quarto.

Desci e vi o Otto com a esposa dele me olhando.

— Eu preciso buscar a mel — ele virou com um sorriso gigante.

Otto: Mando um moleque ir com você. — ele levantou animado.

— Ela não pode entender que é uma mudança se não ela vai entrar em crise, ela odeia mudança — falei vendo o sorriso da esposa dele.

Otto: Vamos fazer o que for melhor pra ela, não é amor!? — a esposa dele concordou.

Isa: Eu sou sua cunhada e vou cuidar de vocês com todo amor do mundo — ela sorriu calma.

— Ela é tudo que eu tenho — sorri pra ela.

Ia ser tudo uma loucura, mas se eu tivesse a Mel do meu lado eu ia viver isso.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora