Quarenta e um

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Analua | Ana 🍷
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Luz foi a primeira coisa que eu vi assim que abri os olhos, ela doía meus olhos bastante, tinha um barulhinho baixinho recorrente.

— Gael ? — falei baixo tentando me mexer sentindo um peso imenso.

Não ouço resposta alguma, piscando os olhos tentando acostumar com a claridade.

— Gael? — falei novamente mais alto, meu corpo agora doía bastante com cada movimento, olhei meu braço estava com gesso e o outro furado com medicação.

Dante: Ana? — ouço a voz se aproximando, identificando ser do meu pai.

Olhei pro lado vendo meu pai com cara de cansaço imensa.

— Cadê o Gael? O que aconteceu? — tentei mexer minhas pernas não conseguindo.

Dante: Tá, porra, é ele tá em outro quarto Ana. — ele apertou um botão, chamando os médicos.

— Minhas pernas pai, eu não consigo mexer minhas pernas — falei desesperada, olhei pro lado não vendo o Gael por perto — Cadê o Gael pai, por favor, cadê ele — falei alto.

Dante: Ele foi pra exame Ana, calma. — ele segurou minha mão. — médico já vem.

— Não mente pra mim pai — apertei a mão dele — Eu não tô sentindo minhas pernas.

Dante: Tô falando o bagulho sério Ana. — os médicos entraram.

Olho eles tirarem meu pai da sala e me levarem pra fazer um monte de exame, me levando de uma sala a outra.

Passei um tempão fazendo exames e descobri que estava sem os movimentos das pernas por tempo indeterminado, por que minha medula foi comprimida no acidente, mas não era irreversível.

O desespero tomava conta de mim, mais eu precisava ver o Gael e assim que entrei no quarto vi ele dormindo lá com a cabeça enfaixada.

— Gael — falei vendo ele dormir — pai me leva até ele por favor.

Ele suspirou fundo, me levando na cadeira de rodas pro lado do Gael.

— amor, acorda por favor — segurei a mão dele apoiando minha cabeça — por favor, Gael — eu tava fraca emocionalmente psicologicamente.

Dante: Vem deitar Ana. — ele murmurou baixo.

— Deixa eu ficar aqui com ele pai por favor — me puxei esquecendo que minhas pernas não tava respondendo.

Meu pai me segurou, concordando com a cabeça e mexeu em algo na cômoda que separava onde estávamos, me fazendo ver uma caixinha vermelha toda amassada.

— O que é isso pai? — olhei limpando as lágrimas.

Dante: Sei não, Ana, vou comprar um bagulho pra comer e falar com tua mãe não apronta. — ele beijou minha cabeça, saindo do quarto.

Sorri fraco pra ele ficando escorada na cama olhando ele.

— Acorda vida por favor, eu te amo Gael, não pensei que te amava assim, mais eu te amo, desde que éramos pequenos, mas eu tinha vergonha de assumir, acorda pra me beijar e me encher de carinho — falei chorando baixinho.

Sinto a mão dele por cima da minha, apertando fraco.

Ergui a cabeça rápido olhando a mão dele na minha.

— Gael — falei chorando ao sentir a mão dele sob a minha — você tá me ouvindo.

Gael: tô amor. — ele falou baixo, pausadamente.

Olhei pra ele chorando, meu coração tava tão desesperado mais ao ouvir a voz dele ficou mais leve um pouquinho.

Tentei me levantar pra ir pra perto dele mais meus braços falhou fazendo eu cair de cara no chão.

Gael: Ana? — ele falhou falho.

Tentei me virar ficando de barriga pra cima, minhas costas doía bastante.

— Oi vida eu caí — falei baixinho sentindo muita dor no meu braço com gesso.

Olho ele levantar no impulso e logo o barulhão dele caindo lá do outro lado.

— Gael pelo amor de Deus você não pode cair — falei me arrastando pra perto dele.

Gael: Tá doendo. — ele falou baixo.

— Calma eu vou chamar alguém vida — falei baixo indo pra perto da porta vendo meu pai entrar — Socorro pai por favor, ajuda o Gael pelo amor de Deus.

Dante: Que porra. — ele derrubou o lanche dele no chão, vindo correndo, sinto ele me levantar com cuidado, pondo na cadeira de rodas.

Meu pai gritou as enfermeiras e médicas que logo vieram e levantaram o Gael e fizeram exames nele e graças a Deus estava tudo bem.

Meu braço quebrou novamente pela queda e eu precisei passar novamente por cirurgia, voltei pro quarto e a tia Maitê e o tio Allan estava lá, fingi dormir não queria ser ofendida, não desse jeito.

Allan: Sei que tu tá acordada. — ele riu fraco. — A Maitê quer falar com tu.

Abri os olhos sem graça pra ele, respirando fundo.

— Tio agora não, eu não tô bem, depois eu converso com ela — sorri fraco.

Allan: faz essa pro teu tio. — ele apertou minha mão, fraco.

— Tudo bem — sorri de lado.

Ele chamou a Maitê, saindo do quarto com meu pai.

Olhei pra tv que estava ligada, meu corpo estava doendo tanto e meu braço mais ainda.

— Oi — falei baixo.

Maitê: Oi. — ela sorriu fraco. — Olha, me perdoa, por tudo que falei… foi tão inconveniente e ridículo, acabei fazendo com você o que fizeram comigo….

— Tia eu não esperei isso de você, mas tá tudo bem sim — sorri fraco — Eu amo o Gael de verdade — falei séria.

Maitê: Só não mágoa meu menino, meu único filho. — ela sorriu fraco, limpando as lágrimas do rosto. — Faça ele feliz.

— Eu amo ele de verdade, de uma forma que não pensei amar — falei baixo.

Ela sorriu entre o choro.

Maitê: Me perdoa mesmo. — ela apertou minha mão.

— Só quero que ele fique bem logo, tia de todo coração — sorri fraco.

Maite: Vocês vão. — ela sorriu pra mim.

Allan: Tá na hora de ir neném. — meu tio apareceu com meu pai.

Sorri agradecendo pra ela, eu fiquei extremamente magoada e tinha sinceramente medo de isso ser temporário.

Meu pai veio pra perto de mim.

— Pai, tô cansada demais e com dor — suspirei cansada.

Dante: Jaja é a hora do teu remédio. — ele sentou na poltrona, com a cara cansada.

Meu pai ficou comigo até a hora da enfermeira dar o remédio, com toda certeza tinha que agradecer por estar viva, mas ficar nessas condições não está sendo fácil.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora