Maria Eduarda | Madu
Me mexi na cama sentindo meu corpo dolorido, passei a mão na barriga não encontrando a barriga, o que me causou desespero.
Um barulho muito alto ficava apitando, enquanto sentia a mão de alguém no meu pulso.
Puxei meu pulso e eu queria enxergar direito, mas estava tudo branco.
— Cadê minhas filhas cadê — falei alto.
Xxx: Relaxa caralho. — a voz dele se fez presente.
Ele estava ali do meu lado, olhei seu rosto do meu lado com a cara séria e cansaço.
— Vida cadê nossas filhas — falei ofegante.
Bernardo: Caralho Maria. — olho ele colocar a cabeça na frente do meu rosto. — Tu abriu o olho mermo.
Minha voz parecia que não saia bem, parecia que eu estava rouca pois falhava bastante, minha cabeça estava pesada e meu corpo muito dormente poderia ser por conta da anestesia do parto não sei bem.
— Cadê as meninas Bernardo — falei forçando minha voz.
Bernardo: As pirralha tá aqui comigo, mais tu tá acordada mermo? — ele ficou com o rosto próximo do meu.
Olhei ele sem entender muito bem aquelas perguntas, mas balancei a cabeça dizendo que sim.
— Elas já mamaram? já tomaram banho? — encarei sua expressão atento em mim.
Bernardo: Já, tão tranquilas. — ele se sentou, soltando o ar.
Passei a mão nos meus seios e eles não estavam como antes, eu tive elas hoje, mas parecia que meu leite tinha empedrado.
— Elas não gostaram do meu leite? meu seio tá duro, não tá quente, porque? — falei procurando elas ali perto dele.
Bernardo: Tu tava em coma Maria, parada de 15 dias. — ele falou serinho.
" Tu tava em coma Maria" "Tu tava em coma Maria" " Tu tava em coma Maria" essa frase se repetiu várias vezes na minha cabeça e nenhuma delas fazia sentido.
— Hã? — murmurei com dúvida — Como assim bê — minha respiração começou a subir com dificuldade.
Bernardo: Foi pô, quando as pirralha nasceu. — ele falou mais tranquilo.
Sei lá doeu ouvir aquilo, saber que perdi os primeiros dias das minhas filhas, que a amamentação que eu tanto sonhei eu perdi isso, que quando eu notei já estava chorando sentindo um vazio dentro de mim, gigantesco.
Bernardo: Qual foi Maria? — ele veio pra perto.
— Eu perdi os primeiros dias delas, eu não vi o primeiro sorriso delas Bernardo, nem o primeiro banho, tudo que eu sonhei parece que eu perdi, minha amamentação você sabe o quanto eu sonhei com isso, todas as mulheres da família amamentou e eu sonhei com isso com elas, eu tô estranha eu não lembro de nada — sentimentos eu estava com vários dentro de mim.
Bernardo: Tu não viu o bagulho dos primeiros mais pode ver daqui em diante, Maria, se liga. — ele negou.
— Você nunca vai entender Bernardo, deixa eu segurar minhas meninas — a sensação até de não saber quem é quem me doía.
Bernardo: Vou falar nada pra tu, na moral. — Ele colocou elas nos meus braços.
Meus olhos se encheram de água ao ver elas ali, pequenininhas, rostinhos de bonecas, cabelinhos lisos loirinhos, não conseguia ver os olhos porque elas dormiam, sorri ao ver que uma queria ficar grudada na irmã.
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Herança do Crime - Livro 4
Hayran Kurgu+16 📍Pedreira, Rio de Janeiro. A herança de muitos é família, status e dinheiro, a nossa é conquista, aliados e a maior disso é saber amar.