Cento e quarenta três

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Ariel | Sereia 🌊

A segunda pior noite da minha vida foi essa que passou, parecia que era um pesadelo fodido, o Hariel demorou pra dormir porque queria o "pa pa" e minha mente só processava aquela imagem dele quase morto no meu colo.

Como meu pai mandou, eu desci direto pro postinho já esperando o pior, já que ele não falou mais nada.

Minha barriga estava dura de uma forma que parecia pedra, um peso absurdo, entrei no postinho vendo o Pepeu encostado.

Pepeu: Sala sete. — ele falou simples.

Respirei fundo balançando a cabeça, dei passos largos parando na porta do quarto 7.

Xxx: Tá doendo caralho, para. — a voz se fez alta.

Abri a porta e vi dois enfermeiros em cima dele, fazendo alguns curativos, não sabia que chorava, se agradecia ou gritava.

— GUSTAVO? — entrei no quarto e ele estava todo cheio de curativo, não tinha um canto que não tivesse curativo.

Enfermeira: A senhora não pode entrar, por favor saia. — ela entrou na minha frente.

— Não vou sair, ele é meu marido tá doida, sai você caralho — falei grossa com ela.

Enfermeira: a senhora tem que sair.

— O caralho que eu vou sair, tira a mão de mim — ela veio tocar em mim, puxei a arma da cintura apontando pra ela — eu tô falando que não vou sair porra.

Ela se afastou, fazendo os curativos nele rápido, rápido mesmo saindo do quarto.

Só consegui ver o sorriso no canto da boca dele.

— fala que você tá bem filha da puta — falei perto dele.

Gustavo: Bem eu não tô, mais to vivo. — ele tentou rir, tossindo.

— Eu pensei que tinha te perdido — pela primeira vez falei sem vergonha.

Gustavo: Vamos ficar junto por um bom tempo, sereia. — ele esticou a mão da aliança pra mim.

— Eu te amo coronel, acho que eu vou falar a maior loucura dessa vida, mas sem você ia ser tão difícil — falei pegando na mão dele.

Ele sorriu pra mim, com os olhos cheios de lágrimas.

Gustavo: Próxima parada é o casamento. — ele me puxou devagar, pondo a mão na minha barriga.

— A gente é o inverso de tudo né, mas eu quero — senti a bebê mexer com o toque dele — Talvez eu case de preto porque não curto branco, mas eu vou tá lá, filho da puta abusado — ri sentindo as lágrimas descerem.

Gustavo: Que de preto o que caralho, tu vai tá indo pra um velório? — ele negou com a cabeça, alisando a barriga. — Cadê meu moleque?

— Em casa com meu pai, chorou muito anoite sem você sem o pa pa — alisei o rosto dele delicadamente.

Ele sorriu pra mim, fazendo careta de dor.

Gustavo: Trás ele, tive medo pra caralho. — ele falou baixo.

— O que aconteceu ? — sei lá eu precisava cheirar ele tocar nele, beijar, eu nunca tive isso.

Gustavo: Eu só acordei mermo quando senti meu peito queimar lá, maior coisa estranha Ariel. — ele negou. — A cara mermo de quem foi eu não vi, só apanhei pra caralho.

— Eu vou atrás de quem fez isso com você, aliás eu sei quem fez, e eu vou matar todos eu te prometo — respirei fundo.

Gustavo: Tu tá grávida mulher, relaxa aí. — ele falou baixo. — Chuta pro papai. — ele passou o dedo na minha barriga, fugindo do assunto.

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