Setenta e oito

424 36 37
                                    

Maria Eduarda | Madu 🍀

A notícia que eu tinha abortado meus bebês me feriu demais, eu nunca faria isso, em hipótese alguma estava feliz demais com isso.

O Bernardo tinha ficado comigo aqui ido pra casa e logo voltou.

Ele ficou do meu lado mais não tirava os olhos do celular, com a expressão fechada.

— Você é um papai muito bravo — alisei a mão dele, eu já sabia o sexo dos bebês.

Ber: Achei que tu tava dormindo. — ele desligou o celular, beijando minha mão.

— Acordei com enjôo mas você estava quietinho, fiquei quietinha — alisei o rosto dele.

Ber: Quer alguma coisa? — ele parou o olhar no meu rosto.

— Um pouquinho da sua atenção? — olhei que estava sem medicação.

Ele concordou com a cabeça, puxando a cadeira pra mais perto da maca.

Ber: Tá suave? — ele passou a mão na minha barriga.

— Preocupada com isso que aconteceu amor — suspirei fundo.

Ber: Tô indo atrás, não pensa muito nisso não. — ele sorriu fraco.

— Eu só te dou trabalho né? — olhei pra carinha dele.

Ele negou com a cabeça.

Ber: Não, você sabe que não. — ele gesticulou com a mão.

— Eu não sei como você vai lidar com isso, mas uma Madu causa muito com o papaizinho — olhei ele — Imagina duas maduzinhas — falei receiosa.

Ele me olhou rindo e parou olhando pra minha barriga.

Ber: Como assim duas Maduzinhas? — ele me olhou com mó olhão.

— Agora a gente pode parar de falar os bebês amor — falei alisando a barriga — É as bebês — entreguei o ultrassom mostrando pra ele, que estava tremendo.

Ele pegou, tremendo e olhou pro papel, olhou pra mim, olhou pra barriga e fez isso várias vezes, caindo direto no chão.

Gargalhei vendo ele esparramado no chão.

— Amor eu não posso levantar — falei rindo, isso nunca ia perder a graça.

Passou um tempinho e nada dele levantar, acho que com a gravidez veio os desmaios dele, a cada descoberta nova ele cai.

— Bernardo acorda pelo amor de Deus — me mexi na cama levantando lentamente por que a barriga estava muito dolorida.

Ele levantou em um impulso, passando a mão na cabeça.

Ber: Caralho amor, mó loucura, achei que era três maria eduarda, se louco. — ele riu.

— Teoricamente é né ? — ri encostando na cama alisando a barriga embaixo — Euzinha e mais duas aqui — apontei pra barriga.

Ber: Para de brincadeira. — ele riu. — Duas garota? É nada pô.

— Bernardo é sério você será papai de duas garotinhas — ri pra ele todo nervoso.

Ber: Para de graça Maria, tenho cabeça pra isso aí não, colégio interno, convento sei lá porra. — ele riu nervoso.

— Você será papai de duas menininhas duas galegas — puxei ele pra mim.

Ele negou com a cabeça, me abraçando.

— Tá bravo ? — falei segurando a barriga.

Ber: Não pô. — ele murmurou baixo.

O celular dele fez barulho de mensagem uma atrás da outra.

— Me ajuda a deitar, tá doendo — elas pesava e era só 4 meses meu Deus.

Ele me deitou, fazendo carinho na minha barriga e pegou o celular, ficando puto na hora.

— Deixa eu ler? — coloquei a mão sobre a dele.

Ele respirou fundo, me entregando o celular.

+21 998xxxxxxx
— Tá feliz com a gravidez filhinho ? A Mamãe fica tão feliz sabendo disso, mas nossa gravidinha não pode comer bolo de qualquer um pode fazer mal para as netinhas, tô tão feliz que serei vovó de duas meninas ...

Olho pra ele que estava mordendo o lábio com força, enquanto segurava as mãos.

— Amor eu quero ir embora daqui, não tô segura aqui como ela sabe das meninas? — falei preocupada.

Ber: Ela descobriu com ajuda de alguém Maria eu não sei. — ele passou a mão no cabelo, olhando o quarto todo. — não posso levar tu agora afeta as cria.

— Então não me deixa sozinha aqui não, foi ela que tentou matar as meninas vida — falei sentindo um enjôo do caralho.

Ber: eu tô aqui. — olho ele arrumar a pistola na cintura, olhando a janela.

O celular dele tocou novamente abri a mensagem rápido.

+21998xxxxxx
Tá preocupado filhinho? Não adianta olhar na janela bebê da mamãe.
Norinha que está lendo as mensagens amor da sogrinha 😘

Olhei no quarto agoniada.

— Bernardo ela tá vendo a gente — falei com medo.

Ber: Shi amor. — ele sussurrou, pegando o celular da minha mão, pisando várias vezes em cima.

— Vamos embora pelas gêmeas eu me cuido em casa eu juro — falei sentindo a barriga endurecer.

Ber: Fica calma Maria, relaxa. — ele me deu um selinho. — Fica aqui e não sai eu vou ali embaixo.

— Não me deixa sozinha Bernardo — falei com os olhos cheio de lágrima.

Ele me olhou, e fez que sim com a cabeça, sentando de volta todo quieto.

— Ber senta aqui comigo — fiz bico pra ele — Olha como a barriga tá — mostrei a barriga.

Ele se sentou do meu lado, passando a mão na minha barriga.

Ber: O que amor? — ele fez cara de confuso.

Mostrei a barriga extremamente dura pra idade gestacional que estava.

— Isso dói bastante — encostei no ombro dele.

Ber: Respira devagar e solta, tá aí agitada pra caralho, fica suave. — ele falou baixo no meu ouvido.

— É que dói amor e tipo dói bastante — sorri de lado — Mas assim me fala o que você tá sentindo ? Sendo papai de duas...

Ber: De duas maria eduarda? Se louco, achei que ia vir um moleque, mais vou até compra mais armamento pras cria. — ele falou gesticulando.

— Acho que chegou sua vez de ter dor de cabeça né? — ri — Ficou triste de não vim um menininho, mini Bernardo? — talvez sim mas ele ia negar até a morte.

Ber: Não pô, pagar meus pecado né. — ele riu de lado, negando.

— Minha cara e teu espírito de safado já pensou? — falei rindo.

Ber: Tá louca, sai dessa caralho. — ele negou várias vezes com a cabeça.

O Bernardo era extremamente louco maluco surtado agressivo grosso sem paciência lá fora mas comigo ele era sensível dengoso e o amor da minha vida ou conhecido como o pai das gêmeas.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora