Trinta e sete

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Ariel | Sereia 🌊

Meus primos tinham sofrido um acidente do caralho e eu tinha acabado de chegar aqui, pelo visto tava a família inteira aqui, tinha tentado apertar a barriga com as faixas mas não funcionava mais.

O Gustavo estava sendo minha sombra, o mal estar não passou e ele estava super grudado em mim.

GV: Quer minha blusa de frio? — ele me olhou, vendo meu desconforto em mostrar a barriga pra todos.

— Eu quero — ele me estendeu a blusa, coloquei ela em mim e disfarçou mais ou menos.

GV: Vem cá. — ele me puxou no corredor, agoniado, levantando a minha camisa que na verdade era dele por baixo da de frio e tirou as faixas que eu tinha colocado. — Vai matar o bebê assim.

Cruzei os braços vendo ele tirar as faixas e ajeitar a blusa.

A gente tava muito próximo, mas por incrível que pareça a gente não tinha tido nada.

— Desculpa verminho — falei sorrindo falso pra barriga.

Ele arrumou de uma forma que não ficou tão perceptível que estava grande e beijou minha testa.

— Vai entrar comigo né? — soltei o né sem querer.

GV: Vou, perigosa. — ele riu, beijando minha barriga rápido fazendo o bebê mexer. — Bora lá.

— O verminho tá mexendo — falei agoniada vendo minha mãe parada na recepção — irmã como tá a Ana? — falei perto da Liz.

Liz: Perdeu muito sangue mas está estável, já recebeu as doações. — ela me abraçou forte, fazendo uma cara estranha pra minha barriga.

Minha mãe me viu e saiu da recepção.

— Disfarça irmã por favor — sussurro baixo.

Ela concordou com a cabeça.

Liz: Quem é o gatão ali? — ela apontou com a cabeça.

— O pai — sorri sem graça.

Liz: O bebê vai vir lindo. — ela beijou meu rosto. — Não faça nada que irá se arrepender, Ariel, te amo.

Sorri pra minha irmã indo pra perto do Gustavo novamente.

— Tô com sede GV — falei sentindo minha pressão cair.

GV: Toma bebe aqui. — ele me deu uma garrafinha de água gelada, segurando minha mão.

Abracei ele sentindo minha vista escurecer.

— Tá geral me olhando aí que saco — falei sentindo ele passando as mãos nas minhas costas.

GV: vai ter que tirar a blusa, tá calor pra porra. — ele sussurrou no meu ouvido.

— Gu não, por favor — encostei a cabeça no peito dele.

GV: sua pressão tá na puta que pariu, vai ser pior. — ele fez carinho no meu cabelo.

Balancei a cabeça abrindo a blusa.

— Não me deixe aqui — peguei na mão dele meia tonta.

GV: Tô aqui. — ele me segurou.

O médico apareceu, falando com o pessoal mais à frente e logo a Liz veio pro meu lado, sorrindo pro GV.

Liz: Vamos marcar um almoço em casa, pra Alice…. É pra vocês irem. — ela colocou a mão na minha barriga, discretamente.

Sorri sem graça.

— A Ana tá melhor, eu tô com enjôo e minha pressão — suspirei fundo.

Liz: Visitas só amanhã, Gael ainda está em cirurgia. — ela me olhou. — A Alice tem autismo Ariel, por favor não deixe de ir, vamos fazer ela se sentir mais amada do que já é. — ela falou me fazendo ver que meu pai não veio.

— Autismo? Desde quando? — olhei pra ela confusa.

Liz: Desde sempre. — ela sussurrou. — ela também é hiperativa, pai falou que sofreu bullying na escola e está toda ruim em casa, não sai do peito dele pra nada.

— Ele nem me falou nada irmã, podia ter me falado eu ia lá — sussurro baixo.

Liz: Ele só me falou porque eu liguei. — ela sussurrou também. — liga pra ele, ele está com as crianças.

— Ligo pra ele, mas a mãe não tá falando comigo, você não sabe né? — falei pra ela.

Liz: Ela está esperando você falar com ela. — ela beijou meu rosto. — Cuida da minha irmã, bonitão.

Gustavo: Pode deixar — ele sorriu sem graça.

— Vou saber da Alice Gu, vamo? — olhei pra ele.

GV: Vamos. — ele acenou com a cabeça pra minha família e eles desceram o olhar pra minha barriga, subindo novamente pro meu rosto. — Vem, perigosa.

Caminhei pra perto da minha mãe, que tava de braço cruzado.

— Pietra? — chamei a atenção dela.

GV: Vou deixar vocês conversarem, vou esperar no carro. — ele beijou minha cabeça, indo pra não muito longe.

Pietra: Sim? — ela me olhou séria.

— Que situação é essa da Alice, por que não me avisou? — falei séria.

Pietra: Eu não tenho que avisar Ariel, é minha filha. — ela passou a mão no rosto.

— É minha irmã, eu vim na boa se for grossa eu vou ser grossa — falei grossa.

Pietra: Sou sua mãe e você ainda me deve respeito. — ela falou calma, mas totalmente séria. — se quiser aumente o tom de voz com seu pai, não comigo, é sua irmã que você nem se deu ao trabalho de perguntar se estava bem.

— Eu vim falar com você por conta da minha irmã, perguntando qual é essa situação, você veio com grosseria — cruzei os braços.

Pietra: Não vou discutir com você, Ariel Monteiro. — ela pegou o celular na ligação com meu pai. — Oi amor.. já estou indo pra casa, ela já parou de chorar? Vou pegar o remédio aqui, te amo.

— Vai falar da minha irmã? — falei séria.

Pietra: A situação dela é a que a Liz te contou. — ela falou mais séria ainda. — Espero você no almoço, pela minha filha.

Ri irônica vendo ela sair do hospital.

Caminho pra fora procurando o Gustavo com os olhos.

Encontro ele parado, do lado de fora do carro, de braços cruzados, não tem como não admitir, ele está sendo essencial nesses tempos.

— Minha mãe é ridícula Gu — falei querendo chorar.

GV: Perigosa tenha paciência que as duas é cabeça dura pra porra, bora pra casa e tira essa blusa — respirei fundo tirando a blusa e entrando no carro.

Herança do Crime - Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora