My First Love - CAMREN (G!P)

Colica

Camila, piu piu, piu piu, Camila.

P.O.V Lauren

Distribuo as fotos relevadas pela cama, deixando uma do lado da outra. O encontro foi ontem e no fim do dia, pegamos as imagens como prometido e desde então, não consigo parar de olhar para cada fotografia. Tem varias dos peixes que tiramos enquanto fazíamos mergulho, do barco afundado, da estatua e outros corais, só que as melhores fotos são as que Camila está. Tiramos abraçadas, tem até aquela em que ficamos cara a cara com os óculos de mergulho encostados, o beijo embaixo d'agua, algumas são dos nossos celulares que tiramos no passeio de bicicleta, nos coqueiros e palmeiras, e até no arco depois do nosso beijo. É claro que depois exploramos a cabine como o piloto indicou e fizemos varias caretas nas três fotos. O bom é que sai na hora aquela tira com três quadrados contendo nossas imagens. A primeira: Camila beijando minha bochecha e meus olhos estão quase fechados. Segunda: Nós duas fazendo caretas com as línguas para fora. Terceira: Não podia faltar o beijo, nossas bocas conectadas e ambas com o dedo do meio apontado para a câmera.

Ontem foi simplesmente incrível, uma pena que o tempo passa tão rápido quando estou com Camila. Me encosto na cabeceira da cama, trazendo uma única imagem em mãos e é a do beijo embaixo d'agua. Mal percebi que meu dedão deslizou pelo rosto da garota como se eu tivesse a acariciando de verdade e gostaria de estar fazendo isso nesta noite. Sorrio por lembrar dos seus beijos carinhosos, abraços, toques, sorrisos e olhares trocados, e o quanto ela me faz um bem danado. Camila é minha psicóloga particular. Escuto três batidas na porta, tirando-me do transe, então rapidamente recolhi as fotos para não deixar ninguém ver.

- Pode entrar – Dou permissão assim que enfiei as fotos reveladas na mesinha ao lado da cama.

- Podemos conversar? – Fiquei surpresa ao ver Michael ali e escondendo algo atrás do corpo. Será que vai me matar?

- Claro, pai – Me ajeito na cama, sentando em estilo índio – Aconteceu alguma coisa? Você viu que o carro está no jeito, certo?

- Eu vi – Ele se aproximou vagarosamente, parecia hesitar um pouco, mas acabou sentando na beirada do colchão – Até parece que tirei hoje da concessionaria.

- E então? – Continuei desconfiada, é muito raro ter meu pai aqui no meu quarto e conversando comigo numa boa.

- Eu vim em paz – Michael finalmente tirou as mãos das costas e revelou um pepino grande, isso me fez estranhar mais ainda. É agora que vou morrer sufocada com um pepino? – Lauren, eu notei seu jeito como saiu ontem cedo.

- Como assim?

- Você parecia animada demais, um pouco atrapalhada – Lembrou de como eu fiquei desesperada por ter esquecido onde deixei a chave – mas nunca te vi nesse estado, tão sorridente e implorou tanto para liberarmos o carro, acho que se isso não acontecesse, você iria ter um treco.

- Onde você quer chegar, pai? – Examino-o de cima a baixo.

- Uma amiga não causaria tudo isso em você – Meu pai soltou, deixando-me sem palavras – Então eu vim ter uma conversa sobre se prevenir – Balançou o pepino de um lado para o outro – Você é muito nova, ainda está conhecendo o lado bom da vida e precisa se cuidar.

- Pai...

É sério mesmo que isso está acontecendo? Meu pai nunca se importou comigo, vive defendendo dona Clara e agora faz isso? Michael Jauregui está se importando comigo? O que deu nesse homem? Desconfiei mais ainda, esperando pelo pior acontecer, mas não veio. Ele estendeu o pepino para mim e eu não peguei na hora, não sabia nem o que fazer. Estou estranhando tudo isso e ainda de quebra, estou morrendo de vergonha por saber o que vai acontecer em seguida. Michael está mesmo tirando um tempo para me ensinar? Cade aquele homem que vive brigando comigo, dizendo que surf não tem futuro e que eu preciso focar nos estudos, também é mão de vaca e é sempre um sacrifício para conseguir algo dele. Quando foi a ultima vez que ele conversou de boa comigo? Que me deu atenção? Que me tratou como uma verdadeira filha? Não lembro.