My First Love - CAMREN (G!P)

Contrato

Bom diaaa, amores. Bom feriadão!

P.O.V Camila

Salto assustada na cama, o coração batendo a milhão, as mãos tão presas no lençol que afetavam até os pulsos, respiração descontrolada e corpo inquieto. Eu tive um pesadelo. Desde que o assassino me perseguiu pela casa, eu não tinha mais dormido sozinha e Lauren estava sempre aqui comigo, mas dessa vez foi diferente. A pequena discussão serviu para nos afastar e fui teimosa o suficiente para dormir sozinha. Resultado? Tive um pesadelo cruel e não foi a respeito do Ghostface, e sim a Lauren. Sonhei que ela partia sem nem olhar pra trás, sem despedir e eu nunca mais a vi. Lentamente solto o lençol, sentindo os dedos queimarem por terem ficado tanto naquela posição. Tentei aquietar o coração e respiração, controlando os dois, apesar de sentir aquele aperto tão cruel e agoniante. Eu já não vou mais conseguir pegar no sono. Levantei de forma arrastada, os olhos caíram sobre o celular que acendeu pra mostrar a hora: duas horas da madrugada. Contornei o quarto até encontrar o diário que Lauren me deu e junto, arrastei a cadeira para perto da janela, onde fiz questão de deixa-la aberta.

Já estou aterrorizada por causa do pesadelo, mas pensar em como estou sendo uma pedra no caminho da Lauren, só me deixa mais espantada e com o coração apertado. Estou sendo um peso e é por isso que ela estava tão descontrolada, não pensando direito e tomando decisões precipitadas. Enquanto pensava na conversa que tivemos ontem a tarde na calçada de casa, eu fui rabiscando o diário, as ideias colocadas no papel e eu fazia tudo isso automaticamente, formando uma linda composição. Então o celular apitou de repente e eu olhei assustada para trás, a respiração voltando a ofegante e coração dando aquela pontada cheia de dor. Abandonei o diário sobre a cadeira para buscar pelo aparelho e ver a mensagem.

[Amor] Eu não consigo dormir.

Por um momento meu coração bateu de felicidade como sempre faz quando recebo mensagem da minha namorada, mas em seguida, lembrei do motivo e isso me abalou outra vez.

[Eu] Eu tambem não consigo.

[Amor] Quer que eu vá ai? Eu não podia ter deixado você dormir sozinha.

[Eu] Está tudo bem, não precisa vir. A gente precisa desse tempinho, não é? Precisa colocar a cabeça no lugar.

Não recebi nenhuma mensagem e até fiquei encarando o celular por alguns minutos, mas já estava desistindo, indo deixa-lo em cima da mesinha até que a tela brilhou acompanhado do toque e eu tratei de atender antes que isso acordasse a casa toda.

- Oi – Lauren saudou baixinho e rouco.

- Oi.

- Será que podemos conversar? – Fechei os olhos ao escutar aquela pergunta – Eu não estava pensando direito e...

- Por favor, não – Pedi mais baixo que seu tom e na ligação, escutei sua respiração agitada – Não quero conversar assim, por ligação – Outra lufada de ar escapou dela – Podemos fazer isso outra hora? Não quero tocar nesse assunto agora.

- Tudo bem – Então ficamos em silencio por alguns minutos. Eu não sabia como puxar assunto, mas também não quero que ela desligue – E como foi seu dia?

- Sua mãe é uma graça – Acabei sorrindo um pouco – Foi bom passar o dia com ela.

Novamente o silencio reinou. Por um momento olhei a cartela de remédio em cima da mesinha, lembrando de toda a explicação da medica e como disse ser seguro tomar anticoncepcional. Pensei em contar para minha namorada, mas preferi deixar quieto, não queria entrar em detalhes e não sei como ficara nossa situação. Voltei para a cadeira ao lado da janela, mas antes de sentar, recolhi o diário e o deixei no meu colo, bem com a pagina aberta mostrando a composição recente.