Interfone

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P.O.V Camila

Viajar é bom, mas tem seu lado cansativo. Já que chegamos à noite em Santa Monica, capotamos rapidinho, não dando nem tempo de namorar um pouco como a gente costuma fazer todos os dias. Enfim, para acordar foi simplesmente horrível. Ainda estava caindo de sono e se não tivesse o despertador insistente ali, provavelmente eu teria acordado ao meio dia ou duas da tarde, por aí. O banho morno não ajudou em despertar, muito pelo contrário, deu vontade de ficar ali dentro por horas. Não sei como a preguiça não venceu, pois naquele momento parecia ser mais forte do que eu. Só sei que cheguei na universidade usando uma calça listrada em um azul escuro, salto baixo e blusa branca com um decote comportado em V. Meu dia só começou de verdade quando veio a primeira aula, até que consegui despertar porque fiquei realmente interessada nas explicações e bem, precisava anotar algumas coisas importantes que vamos usar na prova, então isso foi o suficiente para eu espantar o sono de uma vez.

Não consegui mandar mensagem para minha namorada como costumo fazer de tão atarefada que estou e ela também teria um dia corrido como tinha me dito hoje de manha no breve café que tomamos. As aulas se arrastaram lentamente e meu pulso gritava por pausa, não aguentando mais forçar de tanto que estou escrevendo no caderno, as horas não pareciam passar. Quando veio o intervalo, dei graças a Deus por isso e ajuntei os materiais nos braços, indo para o corredor onde contem os armários. Não queria ficar com as irmãs no pátio, então tentaria escapar delas e ir para o jardim da universidade. O problema foi fechar a porta do armário e dar de cara com as Guzman.

- Oi, Mila – Sandra acenou exageradamente – Achei que não tivesse vindo hoje.

- Pensei que você tivesse ainda em Miami – Marielle passou o braço pelos meus ombros e me direcionou para longe dos armários – Como foi lá?

- Muito legal – Suspirei em derrota. Não adianta eu tentar escapar, elas não vão sair do meu pé – Matei a saudade que estava sentindo da minha irmã, vovó, amigas e dos sogros apesar que eu vi muito pouco eles.

- Suas amigas não pretendem vir para cá um dia? – Marielle questionou interessada.

- Elas estão combinando de vim passar qualquer final de semana aqui – Dou de ombros, colocando as mãos nos bolsos da calça listrada – Espero que consigam.

- Você sempre fala tão bem delas, espero que um dia eu possa conhece-las – Sandra comentou animada. Aceno levemente com a cabeça antes de sacar o celular – NÃO BRINCA!

- O que foi, doida? – A outra Guzman olhou assustada para a irmã.

- OLHA ISSO! – Sandra pegou meu pulso, virando-o para cima para que pudesse ver melhor a tatuagem – Não acredito que não contou para nós, Mila.

- É só uma tatuagem – Apesar de eu ter dito isso, o sorriso apaixonado nasceu nos lábios e eu toquei o desenho fixo na minha pele – Minha primeira tatuagem – Sussurrei, porem as duas escutaram.

- Nos conta tudo! – Marielle esbugalhou os olhos em curiosidade – O que significa?

- Ahn...não tem um significado – Sinto as bochechas pegarem fogo – Fiz...porque achei bonita.

- Conta outra, Mila! – Ela me empurrou para o lado – Vai, diga de uma vez por todas que essa tatuagem é para Lauren Jauregui.

Como é que eu posso mentir se o sorriso está estampado e os olhos brilhando? Poxa vida, tudo em mim me denuncia e eu não sei me segurar quando se trata de Lauren Jauregui. Pode ser meu pior inimigo ali do meu lado, mas ainda assim não consigo controlar a boca quando o assunto é minha namorada. Então me peguei contando da tatuagem, o significado da linha vermelha e porque de estar entrelaçada no coração. Preciso dizer mais alguma coisa? A tatuagem diz por si só.

My First Love - CAMREN (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora