CAPÍTULO 7

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[POV Valentina Albuquerque]

Talvez tenha sido loucura trazer minha chefe aqui? Acho que sim, mas era necessário.

Se tem uma coisa que aprendi ao longo da vida é que não importa o quanto tente acertar e ser perfeita, para algo ou alguém você sempre vai ter algum defeito ou ser insuficiente.

Luiza se preparava para sair do carro, mas precisei impedí-la já que o assunto do almoço precisaria ser conversado aqui.

-Luiza...-toquei seu braço direito com leveza.

-Oi? - após tirar as mãos da porta do carro, ela se virou totalmente para me olhar. Céus, que mulher.

Ela usava uma regata justa que cobria totalmente seu peito, colo e acabava pouco após seu umbigo, parecia um cropped só que sem decote na região de seu seio e colo. Suas pernas eram cobertas com uma calça estilo pantalona e salto alto.

-Me desculpa por ontem... -busquei seu olhar. - Você é um furacão e minha vida costumava ser bem pacata. É diferente.

-Diferente ruim?

-Diferente... -suspirei. -O diferente maravilhoso.

Luiza riu.

- Você é péssima se explicando. Você sabe, não sabe?

- Me dê um desconto, estou nervosa aqui! - respondi no mesmo tom brincalhão.

-Eu também estou tentando processar tudo o que você causou nos 3 míseros dias que nos conhecemos. - o tom sério da conversa foi retomado. - Por isso que pedi desculpas pelo que houve ontem.

-Eu queria, queria muito beijar você. Senti uma necessidade fora do comum de sentir você. - engoli seco. - Ainda quero, na verdade.

Seus olhos estavam fixos nos meus e suas bochechas mais vermelhas que duas pimentas.

Me aproximei de seus lábios devagar, mas ainda assim mais rápido do que gostaria.

- Você tem certeza? - ela sussurrou olhando minha boca.

Segurei em sua nuca e a olhei nos olhos novamente, fechei os olhos e em seguida senti o leve impacto de nossas bocas se chocando.

Nossos lábios se entreabriram o suficiente para que eu pudesse invadir sua boca com minha língua, serpenteando-a por cima da dela.

Suas mãos antes imóveis repousadas no meu peito agora deslizavam até meu rosto devagar e em resposta àquilo meu corpo se arrepiou.

Seu cheiro, suas mãos delicadas, seu calor, tudo estava em perfeita harmonia.

Quando decidi encerrar o beijo e fiz menção de iniciar uma série de selinhos senti Luiza suspirar e uma de suas mãos descerem por meus braços e parar na cintura, onde ela apertou com gosto me puxando para mais perto dela.

Arfei sentindo uma onda de calor intensa atingir meu corpo e um suspiro tão forte quanto a onda de calor escapou da minha boca.

Com uma das mãos segurei seu cabelo de forma que seu pescoço ficou a mostra e por ali arrastei meus lábios vagarosamente.

-Valen.. - sua voz era tão fraca que ela mal conseguiu terminar de falar meu nome.

Me afastei buscando seu olhar e definitivamente mais oxigênio.

-Oi? - falei roucamente. Seus olhos tinham um brilho diferente.

-Isso...- continuou.

Com a mão esquerda acariciei seu supercílio devagar enquanto processava tudo aquilo, foi ali que vi um corte depois da luta e ainda não estava totalmente cicatrizado.

Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora