CAPÍTULO 47

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[POV Luiza Campos]

Agora no carro a caminho de casa para pegar mais algumas roupas antes de voltar para o apartamento de Valentina, eu sentia meu coração disparar a cada segundo e minha respiração acelerar.

- Amor, como você está? - Valentina desviou os olhos da rua à frente e me encarou preocupada.

- Eu tô bem, só preciso de um tempinho, vou me recuperar.

- Você foi muito forte lá dentro. Tô orgulhosa

- Ter você me apoiando sempre torna tudo mais fácil de suportar, sabe? - acariciei a coxa de Valentina enquanto estávamos paradas no semáforo.

Ela estranhou o contato num primeiro momento e eu me sentia a pior pessoa do mundo por tê-la afastado de mim assim. Preciso contar a verdade a ela.

- Estamos chegando na sua casa. Precisa de ajuda?

- Sim, meu bem. Inclusive queria conversar com você aqui em casa rapidinho antes de irmos pro seu apartamento. Tudo bem?

- Acho que sim né? Fiz algo errado? - Valentina me olhou confusa após estacionar e desligar o carro.

- Claro que não, só preciso conversar sobre o que aconteceu hoje. - saí do carro e fiz sinal para que ela fizesse o mesmo.

Entrando em casa fiquei feliz por não ter desligado a automação do lugar. Os robôs aspiradores estavam limpando o chão e o limpa vidros robô executava sua função com maestria.

Chegando no quarto Valentina se sentou na poltrona perto da janela enquanto eu comecei a pegar roupas do closet e colocar sobre a cama.

- Pode falar sobre o que aconteceu? Você se arrependeu?

- Não, meu bem. - Valentina não desviava os olhos de mim.

- Esse suspense tá acabando comigo, Lu.

- Eu menti pra você.

- Como assim?

- Quando a Gigi morreu, eu percebi mesmo em meio àquela dor que havia ali uma possibilidade de fazer Giovanna assumir a responsabilidade pelos crimes que vem cometendo.

Valentina me olhava atenta como quem esperasse a justificativa pra mentira.

- Continua

- Entrei em contato com o pai da Duda, ele é detetive aqui em Manhattan, mas também é um ativo do FBI infiltrado e trabalha na divisão criminal. - respirei fundo na tentativa de organizar meus pensamentos.

[Lembrança ON]

(10 dias atrás)

- Oi Sr. Álvares. Tudo bem?

- Por favor, apenas Rodrigo. Tenho novidades sobre o caso que me apresentou, Luiza.

- Temos alguma coisa?

- Além dos prontuários antigos  comprovando as fraudes com o seguro, precisamos do máximo de testemunhas oculares que conseguirmos e de qualquer outra prova irrefutável de que a Sra. Giovanna Luschesi não permitiu o atendimento da paciente e ameaçou todos ali presentes.

- Entendi.

- Acho que a Valentina pode con...

- Ela não pode ser envolvida, na verdade ninguém. Não enquanto você tiver vínculo empregatício com o hospital.

- Se eu me demitir isso torna o processo seguro e eu posso falar pra minha namorada, certo?

- Certo. Mas ainda precisamos de mais provas, não se esqueça disso. - ele fez uma pausa. - O que temos não é o suficiente para um mandado de prisão, mas uma única testemunha já mudaria o jogo.

Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora