CAPÍTULO 37

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Oi! Esse capítulo é uma ponte para coisas importantes na história. Prestem atenção!

Espero que gostem!

[POV Valentina Albuquerque]

- Você quer ser minha namorada? - o olhar de Luiza para mim carregava duas grandes emoções: amor e ansiedade para saber minha resposta. Suas mãos geladas mais por causa do nervosismo do que pelo frio em si, acariciavam as minhas.

Eu quero a Luiza mais do que qualquer coisa. Mas não posso mais... não posso mais ficar um dia sequer sem chamá-la de minha namorada.

- É tudo que mais quero, meu amor. - abri um largo sorriso e puxei Luiza para um abraço. - Eu amo você, princesa.

- E eu amo você, meu bem. - Luiza, que também sorria largamente se afastou o suficiente para tocar seus lábios nos meus iniciando em seguida um beijo lento, carregado de sentimentos, os melhores possíveis.

A medida que nossas línguas deslizavam uma sobre a outra em nossas bocas, minhas mãos na cintura de Luiza desciam para sua bunda, apertando-a com gosto. Antes de intensificar o beijo, inspirei fundo buscando sentir o perfume maravilhoso e inconfundível da minha pessoa favorita no universo.

Luiza apoiava seus braços ao redor do meu pescoço e um de seus cotovelos no meu ombro, mantendo uma de suas mãos acariciando meu rosto durante o beijo. Senti meu coração disparar e meu corpo esquentar como sempre esquenta quando Luiza me beija assim.

- Amor, o evento... - sussurrei relutante no meio do beijo.

- É ainda tem isso – Luiza sorriu me olhando. - Vamos voltar pra lá, sei que depois daqui terei você só pra mim.

- Não tenha dúvida disso. - segurei as mãos dela à minha frente e beijei ambas brevemente.

Agora novamente no salão onde acontecia a reunião de todas as academias de boxe de Nova Iorque, além dos vários olhares que recebíamos, diversos patrocinadores se aproximavam para firmar parceria comigo, enquanto outras pessoas reconheceram Luiza por conta de sua antiga academia.

Quando conheci Luiza, estávamos lutando por uma vaga na primeira fase do campeonato estadual, e eu venci por nocaute o que me colocaria dentro do campeonato que começa em janeiro do ano que vem.

Estar à frente da academia, significa ter que abrir mão do campeonato estadual porque vou precisar assumir todo o treinamento da academia, o que me deixa chateada, mas ao mesmo tempo feliz porque existe a possibilidade dessa vaga ser de Luiza. Só preciso convencer a organização disso.

Ao longo das várias conversas que tive nos próximos 40 minutos com outros atletas e empresas do ramo esportivo e de marketing, fiz progresso significativo com uma fabricante de equipamentos esportivos chamada Everlast e uma agência de marketing que ajudaria a academia a se posicionar melhor no mercado digital o que nos trará visibilidade futuramente.

Caminhei até o bar quando dei de cara com um dos organizadores do campeonato.

- Valentina Albuquerque! - assim que me viu o homem extremamente alto de cabelos pretos e longos se aproximou de mim, sentando-se ao meu lado.

- Oi... - não lembrava mais do seu nome. - tudo bem? Boa forma de começar essa conversa.

- Claro que não se lembra de mim, sou o Jorge. - ele se apoiou na mesa do bar chamando a barista. - Um Manhattan por favor. Vai beber?

- Claro. O mesmo que ele, por favor. - sinalizei para a barista que nos olhava esperando o pedido.

- Então me conte, como estão os preparativos para o campeonato? - Jorge me encarava.

- Então, sobre isso... - sorri nervosamente. - Eu assumi a academia, você sabe disso né?

- Sei, mas contanto que contrate um treinador não precisa se afastar dos ringues. - nossa bebida chegou e foi colocada na mesa.

Manhattan é um drink feito com uísque, vermute doce e bitters (essências de ervas aromáticas), que costuma ser decorado com uma cereja.

- No cenário ideal sim, mas eu prefiro montar os treinos e aplicá-los, estamos nos aproximando das lutas. - limpei a garganta. - Por isso eu queria saber uma coisa.

Enquanto eu falava, Jorge bebia um pouco de seu drinque, seu olhar continuava fixo em mim.

- Eu pretendo me retirar da competição. Se fizer isso, a pessoa que lutou comigo pode assumir a minha posição e ae classificada para o campeonato? - tomei  longo gole de minha bebida.

- É a Luiza Campos não é? Muito boa lutadora inclusive. Parabéns por ter contratado ela para a EFM. - ele fez uma pausa. E infelizmente não é simples assim. Se você se retirar da competição, a Luiza deverá lutar com a terceira colocada para disputar novamente o lugar do campeonato estadual.

- Certo, obrigada pela orientação, Jorge. - sorri cordialmente e bebi outro gole.
- Por nada, Senhorita Albuquerque! - Jorge acenou para alguém do outro lado do salão. - Se me dá licença.

Jorge se afastou levando com ele a chance de eu entregar a vaga no campeonato para Luiza, mas pensando bem, será incrível treiná-la e acompanhar sua evolução para a nova disputa da vaga do campeonato.

- Meu bem? - Luiza se sentou na banqueta ao meu lado no bar. - Bebendo sozinha? Como assim?

- Ah amor, desculpa. Eu deveria ter avisado, não vai mais se repe...

- Princesa, calma. É só uma brincadeira. - Luiza sinalizou para a barista. - Um Manhattan por favor.

- Ah. Com Giovanna esse tipo de comentário não seria uma brincadeira. - sorri e desviei o olhar para o copo quase vazio. - Mais um.

- Está tudo bem? - Luiza beijou brevemente minha bochecha me tirando do transe em que estava entrando. - Como está minha cirurgiã e treinadora preferida?

- Nervosa com tudo isso! E se não me respeitarem como técnica?

- Amor, todo mundo já te respeita. Você é querida por todos os atletas. E quem não quiser respeitar, a gente coloca pra correr ou obriga a respeitar na força do amor. - Luiza piscou ao falar a última palavra, destacando sua ironia. Em seguida bebeu um pouco de seu drink.

- Você é minha defensora é?

- Com certeza. Aliás, sou tudo o que você quiser. - Luiza se aproximou mais um pouco.

- Tudo? - toquei seus lábios com os meus devagar.

- Aham. - Luiza se afastou. - E como foram as conversas?

- Foram satisfatórias. Consegui fechar duas parcerias!

- Meu bem! Isso é incrível. - seus olhos brilhavam enquanto sorria largamente, parecia que quem havia fechado as parcerias era ela mesma.

- Sim, não esperava que seria tão tranquilo. - terminei de beber e já podia sentir o corpo esquentar ainda mais. - Quem cuida disso é meu pai. Na verdade, cuidava.

- E você tem se mostrado mais do que capaz de fazer isso. - Luiza também terminou sua bebida. - Você me enche de orgulho.

O evento chegava ao fim e isso era evidenciado conforme os empresários se dirigiam até a saída do Centro de Convenções. Desde toda aquela gritaria, todos haviam perdido Jordan de vista, ela saiu com alguém e não mais voltou.

Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora