CAPÍTULO 16

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[POV Luiza Campos]

Não sei se é normal duas pessoas se conectarem instantaneamente de forma tão intensa logo de cara, mas com Albuquerque era assim.

Era a segunda vez que dormíamos juntas e parecia tão natural, como se já tivéssemos feito isso antes. A medicina costuma refutar veemente quaisquer argumentos baseados em crenças que não fossem sustentadas pela ciência em si, mas dado tudo que aconteceu e acontece entre a gente, não duvido de mais nada.

Não venho de um histórico muito positivo com relacionamentos, o que sempre me leva a boicotar tudo antes de sequer começar.

Conseguia sentir a brisa vindo da janela entreaberta arrepiar meu braço que estava descoberto. Me encolhi na tentativa de me aquecer até sentir algo sob meu braço.

Abri levemente os olhos e ali estava Valentina, a mulher responsável pela noite maravilhosa que tive.

Estava deitada no seu peito com um dos braços agarrado a sua cintura.

Ao sentir meu movimento, ainda de olhos fechados, Valentina se virou de frente pra mim me envolvendo em seus braços.

Levantei os olhos até seu rosto para admirar a beleza indiscutível de Albuquerque.

Com certeza esses lábios carnudos foram desenhados sob medida para me enlouquecer, seu maxilar levemente quadrado e ao mesmo tempo delicado praticamente pedia por carinho.

- Consigo te ouvir pensar... - ela sussurrou sem abrir os olhos.

- Não quis te acordar. - contornei seu maxilar com o polegar.

Valentina abriu os olhos e ao ver aquelas duas íris num verde bem clarinho e suas pupilas se dilatarem senti um frio na barriga.

- O que foi?

- Nada, é... - ela tira minha concentração de uma forma! - Eu tava pensando em outra coisa, acabei me desconcentrando.

- E posso saber no quê? - Valentina se apoiou em um dos cotovelos ficando com a cabeça mais alta que a minha.

- Eu não queria falar disso logo agora que acordamos, mas é que tem uma mulher... - seu rosto começou a ficar pálido. - ...ela tem uns olhos tão lindos que é impossível me manter centrada com ela me encarando.

- Ah é? - seu tom de voz saiu incrivelmente triste.

- É você! Não fica triste, era brincadeira! - ela me olhou sem entender.

- Como assim?

- Você me desconcentra, meu bem..- não pude conter o riso.

Cedo demais, cedo demais! Fala alguma coisa

- Eu poderia dizer isso de você também, pequena. - Não ri da minha lerdeza matinal!

- Espera, você me chamou de quê? - me apoiei em meus cotovelos aproximando meu rosto do dela.

- Pequena. - ela entendeu meu tom de voz e esboçou um sorriso. - Porque é o que você é, ué

- Eu sou maior que você, Valentina!

- Claro que não! - a cara de quem estava aprontando era impagável. - ...PEQUENA é seu apelido.

- Sua sorte é que você é linda, se não olha...

- Shhh - Valentina se aproximou mais e selou seus lábios nos meus antes de dar início a um beijo.

Sua língua praticamente invadiu minha boca de uma forma tão gostosa que certamente eu poderia viver nesse beijo.

Deixei meu corpo descer até a cama novamente e envolvi seu pescoço com meus braços, fazendo seu corpo pesar sobre o meu.

- Um dia desses - Albuquerque desceu os beijos até a região de minha clavícula. - eu não vou parar de beijar você.

- Quem disse... - Valentina me silenciou colocando o dedo indicador sobre meus lábios. Seus lábios subiam por meu pescoço.

- Até fazer você ser minha. - e terminou a frase no meu ouvido, em um sussurro.

No mesmo instante senti uma onda de prazer tão grande que poderia jurar que deixei de respirar por alguns segundos.

- E se esse dia for hoje? - deixei todo aquele tesão falar por mim, eu quero ser dela. Preciso ser dela.

Pude ouvir Valentina sorrindo e levando as mãos até uma de minhas coxas. Sua respiração se intensificou se misturando a minha que já estava descompassada há tempos.

Segurei na borda da camisa de seu pijama e assim que ela me deu espaço arranquei aquela peça de roupa desnecessária de seu corpo. Valentina estava com um short de seda preto e um sutiã de renda por baixo da camisa que acabei de tirar.

Agora de joelhos na cama com a mulher me olhando intensamente, desviei o olhar do seu para admirar seu corpo. Eu queria sentir cada centímetro daquele corpo com a minha boca.

Albuquerque me puxou gentilmente pela mão me fazendo sentar na cama para que ela pudesse tirar a camisola que havia me emprestado no dia anterior.

- Você é tão linda. - ela falou após suspirar encarando meus seios agora expostos.

Antes que pudesse responder Albuquerque me deitou novamente na cama ficando por cima e retomando o beijo voraz que havíamos começado.

Podia sentir meu clitóris pulsar dentro da calcinha, deixando-a totalmente úmida. Suas mãos repousaram sobre um de meus seios, me fazendo estremecer sob seu toque quente e faminto.

Seus lábios desceram beijando lentamente o vale entre meus seios e repousaram sobre o seio que ela não estava massageando, me fazendo apoiar nos cotovelos para observar aquela cena.

Eu definitivamente não estava preparada para aquele olhar.

Lentamente, Albuquerque contornava meu mamilo com a língua, me encarando e desafiando meu autocontrole.

- Valentina... - minha voz saía como um gemido fraco e baixo.

Deixei meu corpo cair sobre a cama para entrelaçar os dedos em seu cabelo e sentir mais do meu seio em sua boca.

Sua respiração pesada era capaz de me deixar excitada, o líquido já escorria por entre minhas coxas sem o menor pudor.

Após afastar-se de meu seio puxei Valentina para um beijo, só que diferente dessa vez. Mais intenso, mais rápido.

O que está fazendo, Luiza? Você é tão bonita, porque se relacionar com mulheres?

De repente sua mão tocou meu clitóris por cima da calcinha, pouco antes de começar com os movimentos circulares.

Você morreu pra mim! - os punhos de meu pai contra meu rosto me faziam perder a órbita a cada impacto e minha mãe aproveitava para me chutar enquanto tentava ao menos proteger o rosto encolhida no canto do quarto.

- Para! - falei mais alto do que gostaria.

- Me desculpa! Eu.. - Valentina saiu de cima de mim muito rápido.

Senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Eu não queria que ela tivesse parado, não mesmo.

O que meus pais falaram e fizeram comigo começou a ressoar na minha cabeça sem parar.

- Eu que te devo desculpas, não deveria ter começado. - me levantei e comecei a me vestir.

- Onde você vai? Ainda nem tomamos café da manhã...

- Eu preciso de espaço. Me perdoa. - peguei minha bolsa. - Falo com você no hospital.

E assim adicionei a lista de relacionamentos que deram errado, meu relacionamento com Valentina.


Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora