CAPÍTULO 33

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[POV Luiza Campos]

- Oi filha! - a mãe de Valentina pulou no pescoço dela, abraçando-a com tanta força que jurava ter escutado os ossos de Valentina estalarem.

- Você deve ser a Luiza, certo? - os olhos verdes de Catarina eram tão marcantes quanto os de Valentina.

- É... - limpei a garganta. - Sim, é um prazer, senhora Albuquerque.

- Que formalidades são essas? Não se preocupe com isso, só Catarina já está ótimo! - ela me olhou dos pés a cabeça. - Filha, ela é linda! Bem mais bonita que aquela sua ex insuportável.

- Mãe! - Valentina estava completamente vermelha, com uma de suas mãos repousada em minha cintura. - Discreta como sempre, né?

- O quê? Estou dando minha opinião!

- Acho que..obrigada, então? - esbocei o sorriso mais desconcertado da vida por não saber onde enfiar a cara.

- O que está fazendo aqui, mãe? - Valentina olhou nos olhos de sua mãe. - Amor, tudo bem se minha mãe for almoçar com a gente?

- Claro. - e estava tudo bem mesmo, mais cedo ou mais tarde isso teria que acontecer.

- Samantha me ligou para falar sobre o que tem passado com seu pai. Vim te ajudar com isso. - após trancar a porta de seu apartamento, seguimos para o elevador, rumo ao estacionamento. - Ótimo, vamos conversar no caminho.

Agora no restaurante italiano Harry Cipriani, - um dos lugares mais chiques em que já pisei – nos preparávamos para pedir. Valentina pediu por uma mesa próxima a um dos cantos do restaurante, a arquitetura do local era bem tradicional, mesas, cadeiras e paredes em madeira envernizada, o piso parecia ser laminado e era claro, o que trazia leveza ao ambiente, contrastando também com a luz quente e um pouco mais baixa que de costume do restaurante.

- Que lugar incrível. - pensei alto enquanto observava admirada.

- Lindo né, amor? Imaginei que fosse gostar. - Valentina estava sentada ao meu lado na mesa, ela me observava e sorria ao mesmo tempo.

- Vocês são tão lindas juntas – Catarina sorria nos observando. - Sabe Luiza, a Valentina nunca foi de sorrir tanto, desde criança a irmã dela sempre fazia mais amiguinhos do que ela. Você já causou uma revolução nesse quesito.

- Ela continua bem séria, pelo menos no trabalho. - sorri ao ver Valentina desconcertada.

- Mas por que a exposição, né mãe? Eu só era muito seletiva com as amizades que fazia. - Valentina disse em tom de brincadeira.

Depois de um breve silêncio, Catarina solicitou o menu.

- Tina, - Catarina encarava o menu em suas mãos enquanto falava. - a sua irmã disse que você decidiu interditar seu pai.

- Sim, não tem mais condições de continuar do jeito que tá. - o semblante de Valentina mudou. Passei a acariciar levemente o joelho dela por baixo da mesa, para que ela sentisse que não estava sozinha.

- Você tem certeza disso? - Catarina afastou o menu de seu rosto para olhar nos olhos da filha.

- Tenho, mãe. - Valentina entrelaçou seus dedos nos meus segurando com um pouco mais de força minha mão. - Ninguém é capaz de decidir nada sobre esse assunto, mas quem tem a vida afetada sou eu.

- Certo. Calma, não precisa ficar na defensiva, só quero saber se está pronta para lidar com tudo que isso implica. - o tom passivo agressivo de Catarina era nítido.

- Eu não sou mais criança. Sei o que estou fazendo. - Valentina respirou fundo como quem buscasse calma. - É melhor mudarmos de assunto. Qual seu objetivo vindo até aqui, mãe?

Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora