CAPÍTULO 20

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*Posso pedir um feedback de vocês?

**Queria saber se pra vocês o ritmo da história tá ok ou se acham que tá muito rápido. Se puderem deixar um comentário dizendo o que acham, ajudaria demaisss.

*** Agora sim, boa leitura!


[POV Luiza Campos]

Persegui com muita garra o sonho/meta de ser chefe da cirurgia. Aguentei muita coisa até ter respeito e prestígio suficientes para que deixassem de pensar em mim como apenas uma imigrante que se contentaria com o mínimo ou que eu só merecia o mínimo.

Esse cargo se tornou meu há exatos 2 anos e no caminho fiz muitas amizades e alianças, isso também era um dos motivos pelos quais me frustrava tanto terem tirado isso de mim por puro capricho e ganância.

- Amor, o almoço está pronto. - senti uma lágrima escorrer por minha bochecha ao me dar conta de que a partir de agora muita coisa mudaria. Não tinha certeza se tinha mesmo alguém me chamando de tão imersa que estava em meus pensamentos. - Luiza!

- Oi! - falei mais alto do que gostaria.- Desculpa. O que foi meu bem?

Valentina me trouxe para casa e por mais que eu tivesse insistido para ela ir descansar ela insistiu em ficar e me fazer comer.

- Seu prato está pronto, vem. - Valentina usava meu avental de cozinha. Ela parecia empolgada com a ideia de cozinhar para mim sua massa favorita. - Espaguete à bolonhesa, especialidade da família Albuquerque!

- Uau, uma macarronada feita por quem entende do assunto. Com certeza tá maravilhoso. - sorri encarando o prato que estava tão cheiroso quanto lindo na bancada a minha frente.

Albuquerque retirou o avental pendurando-o no lugar e trazendo seu prato até a bancada, sentando-se ao meu lado.

- Espero que goste.

Enrolei um pouco do macarrão no garfo e levei até minha boca. Parecia que estava no paraíso comendo a refeição dos deuses.

- Céus, isso é muito bom! - meu pensamento saiu em voz alta. - Valentina!

- Que foi? Fiz algo de errado? - Valentina quase engasgou.

- É que assim, acho que você não pode mais ir embora. Posso comer essa macarronada todos os dias o resto da vida!

- Que susto, mulher! - Valentina riu se inclinando na cadeira. - Claro que cozinho o resto da vida pra você, sem problemas.

Sorrimos uma para a outra no final da frase.

- Você é incrível, sabia? - Valentina continuou. - Uma das melhores pessoas que já conheci. Você é forte, resiliente e nenhum obstáculo é grande o bastante pra te impedir de crescer.

Minhas bochechas esquentaram e eu não tinha nem ideia de como reagir a isso.

- Valentina, eu..

- Não precisa responder se não quiser, amor. Só quero me certificar de te dizer isso constantemente para que nunca esqueça. - a mulher ao meu lado voltou o olhar para seu prato e continuou comendo.

- Eu só consigo ser grata por ter encontrado você, pessoa mais maravilhosa eu desconheço.

Seguimos almoçando e conversando sobre a fatídica reunião que tive mais cedo.

Quase uma hora depois estávamos no carro seguindo em direção à casa de Albuquerque, decidimos tomar um açaí antes de ir pra academia mais tarde, mas para isso Albuquerque precisava colocar uma roupa de treino.

- Vai ser rápido, juro. - Valentina falava enquanto saíamos do elevador no andar de seu apartamento.

- Não temos pressa, meu bem. Te espero aqui. - a tranquilizei enquanto me sentava no sofá. - Oi Frida.

- Olá Senhorita Campos. - a voz robótica respondeu.

- Toque Feeling Good de Nina Simone. - música é a cura para quase todos os males, música me distrairia desses pensamentos destrutivos.

- Você não me contou como foi no Hopkins, deu tudo certo né? - elevei meu tom de voz para que Valentina pudesse me ouvir do seu quarto.

- Correu tudo bem no final, mas nos 10 dias que fiquei lá o paciente teve diversas crises, descompensações... - a mulher saiu do quarto de legging cinza escura e top na mesma cor. Seu abdômen extremamente definido estava a mostra, bem como seus braços, aliás, seu corpo inteiro é assim: perfeitamente esculpido. - Que foi?

- Você. - sorri.

- Olha meu buchinho de macarronada. - Valentina estufou a barriga de propósito fazendo um volume naquela região.

- Perdeu totalmente o encanto Valentina. - caímos na gargalhada com a pose cômica que Albuquerque fazia. Era ainda mais engraçado porque eu não conhecia esse lado dela.

- Você não é digna do meu buchinho. - ela brincou após vestir uma camisa branca, pegar sua bolsa de treino pela alça e colocá-la no ombro. - Vamos, a academia está livre agora pela tarde e poderemos treinar alguns golpes.

- Frida, pode parar a música. - levantei e me aproximei de Valentina que já chamava o elevador. - Onde vai tão linda assim? Pensei que íamos tomar um açaí!

- E vamos... - Valentina esperou a porta do elevador se fechar para soltar sua bolsa no chão e me prender contra a parede. - Se bem que você não pode falar muito de mim...

Seus olhos fuzilavam o vale dos meus seios expostos pela regata azul marinho que usava, conforme ela se aproximava, seu cheiro invadia meu nariz e suas mãos deslizavam por minha cintura.

Passei os braços envolta de seu pescoço e aproximei nossos lábios, iniciando um beijo intenso. Aos poucos, as mãos de Valentina repousaram na minha bunda onde vez ou outra ela apertava.

- Estamos chegando no subsolo... - sussurrei entre um selinho e outro ao finalizar o beijo.

- Mas já? - Valentina sussurrou enquanto recuperava o fôlego e logo em seguida a porta se abriu. - Vem, amor.

Valentina terminava de ajeitar a bolsa em seu ombro e se direcionava para o canto enquanto algumas pessoas se organizavam para entrar no elevador.

Olhei para baixo no mesmo instante em que ela estendia a mão para que eu pudesse entrelaçar meus dedos nos seus.

Sorri com aquele gesto e agarrei sua mão, deixando que ela me conduzisse para o carro.


Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora