CAPÍTULO 49

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[POV Luiza Campos]

Quase perdi meu mundo, quase perdi tudo, e  por alguns segundos de fato perdi. Valentina teve uma parada cardíaca na sala de cirurgia. Por pouco não resistiu. 

Giovanna a paralisou com um remédio e depois bateu nela por pelo menos trinta minutos antes de eu chegar na sala de Valentina.  Depois de apanhar um pouco, Giovanna fugiu e agora o FBI está atrás dela. 

Como resultado disso, Valentina por pouco não precisou remover o baço que foi praticamente dilacerado pela costela que quebrou. O que inclusive quase a fez perder a vida por conta da hemorragia, fora que seu sangue é de um tipo raro e só Samantha tinha.

Felizmente não houveram danos cerebrais ou na coluna de Valentina, ela só tinha muitos hematomas e cortes superficiais que já estavam cicatrizando.

Valentina ficou em coma por 2 dias inteiros e no terceiro, quando acordou, o pior dano foi revelado: ela não deixava ninguém tocar nela, no começo nem as enfermeiras. Depois de muita conversa permitiu que eu cuidasse de seus curativos, mas ainda assim toda troca era difícil e desencadeava ataques de pânico.

Hoje completa 1 mês que tudo aconteceu, todo dia é uma luta diferente, mas ao menos agora posso tocar em Valentina para cuidar dela sem grandes problemas e sua recuperação está quase completa. 

Aluguei uma casa afastada do hospital e de onde morávamos, optando por uma com vista para o Rio Hudson ainda em Manhattan. Não sabíamos por onde andava Giovanna e mesmo com toda segurança sempre à nossa porta todo cuidado era pouco. Além disso, Valentina precisaria de toda tranquilidade possível para se recuperar.

- Meu bem, - sussurrei perto de seu ouvido ao sentar ao seu lado na cama. - hora do remédio.

- De novo? - Valentina murmurou mal humorada com seu cabelo cobrindo seu rosto. Ela estava deitada de bruços.

- Dessa vez você vai ganhar beijinhos se tomar sem reclamar. - suspirei despretensiosamente.

- Vou? - Valentina levantou a cabeça bruscamente olhando para os lados a minha procura me fazendo rir. - Ai!

- Levanta devagar! Quer ajuda? - me aproximei dela.

- Eu consigo. - Valentina se sentou na cama com dificuldade. - Viu?

- Eu sei que você consegue qualquer coisa, você é incrível, princesa. - entreguei seus analgésicos e o copo d'água. - Mas tudo bem pedir ajuda de vez em quando tá?

- Sim, senhora. - Valentina tomou seus remédios e sorriu para mim como quem agradecesse.

- Como você está, meu bem?

- Parece que meio fora de órbita ainda, sabe? Mas estou melhor com certeza, inclusive obrigada por não ter deixado todas essas coisas ficarem entre nós.

- Jamais, meu bem. Sempre foi e sempre seremos nós. - beijei a ponta de seu nariz.

A essa altura de seu processo de recuperação, Valentina já conseguia andar mesmo que fosse um pouco mais devagar que o habitual e a recomendação era que fizesse hidroginástica. As únicas limitações eram quanto a exercícios com impacto, caminhadas longas e com muito peso.

- Qual a programação do dia, doutora? - ela se aproximou bruscamente e começou a beijar meu pescoço, me fazendo arrepiar.

- Fiz seu almoço. - sorri tentando manter o foco. - O que acha almoçarmos juntas e depois irmos até a piscina aquecida do prédio pra você se exercitar?

- Acho uma ótima ideia, amor. - Valentina interrompeu os beijos e me encarou com aqueles olhos verdes intensos. - Mas só se você prometer me deixar te fo...

Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora