CAPÍTULO 74

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**Oi, suas lindas!!! Todas prontas? O capítulo de hoje é muito especial e vou explicar o motivo:

***Nosso Valu passou por muita coisa pra chegar até aqui, né? Então eu quero mostrar pra vocês como a terapia se tornou crucial no processo de cura das duas, e quem melhor que uma psicóloga pra fazer isso?

****Trouxe uma colab com a euthayspsi, que é psicóloga e integrante do grupo Churros Valu, um grupo muito querido do qual faço parte, para que ela com esse olhar técnico me desse um norte, uma orientação pautada em alguém que estudou para tal para ser condizente com a realidade e trazer um conteúdo real pra vocês!

Obrigada, Thay ❤️

Agora sim, boa leitura!

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[POV Luiza Campos Albuquerque]

A grande verdade é que mesmo que meus genitores tenham me feito mal e por vezes desejado meu fim, quando eles se foram foi que eu realmente senti o impacto e a influência que tinham sobre mim. Mesmo que não quisesse, acabei ficando mal e me culpei pelo que aconteceu. Acho que se sentir mal pela partida de alguém significa ser humano (?).

Há 1 ano, testemunhei por telefone a morte dos meus pais. Não foi a coisa mais fácil de se ouvir, ainda mais porque isso aconteceu justamente depois de eu ter clamado ao universo por justiça. E ela veio a jato.

Ironicamente eu era a única herdeira, logo todo patrimônio, todas as instalações, absolutamente tudo ficou pra mim.
A princípio eu não fazia ideia do que fazer, pensei em deixar essa herança de lado, mas depois de alguns dias e muitas conversas, decidi fazer algo útil com essa situação. Resultado? Em 3 meses desmantelei todo esquema que mantinham na Coréia do Sul e em outros países do continente asiático.

Agora a fundação que construíram, além de ter um propósito totalmente oposto do que tinha antes, ainda foi obrigada a reembolsar as famílias de todas vítimas que eles fizeram. O restante da fortuna foi toda destinada a causas sociais LGBTQIAP+ em todo o mundo.

Essa foi a primeira grande decisão que tomei e após isso foi um processo longo para aceitar que eu não tinha culpa do tipo de vida e escolhas que meus genitores tiveram, foram semanas tendo pesadelos com eles, tendo lembranças dolorosas e tendo que ver de perto o estrago que eles fizeram na vida de tanta gente.

A terapia me ajudou a entender que em relações parentais tóxicas como as que eu tive, é comum você achar que é o epicentro, a causa de tudo de ruim que acontece nesse vínculo. É cômodo pra eles que você se sinta assim.

Mais um mês se passou e foi momento de voltar ao trabalho. Lembro que na época minha psicóloga ficou com certo receio de que retornar à rotina intensa de cirurgias e lidar com acidentes diariamente pudesse ativar certos gatilhos. Não acreditei muito que isso aconteceria, afinal já presenciei todo tipo de acidente em tanto tempo como médica e principalmente na cirurgia geral. Até que no meu primeiro dia de volta tive uma ocorrência.

[Lembrança ON]

- É bom tê-la de volta doutora Campos! - o enfermeiro dizia saudoso enquanto andávamos com pressa para a porta do pronto socorro.

- É bom estar de volta, Igor. Obrigada - já era noite e para dificultar ventava forte lá fora. Ao chegarmos na porta automática, nos deparamos com duas ambulâncias.

- A paciente é Monique, 57 anos, fratura exposta no braço direito, estava consciente quando chegamos ao local, mas perdeu a consciência no caminho. - o paramédico da primeira ambulância entregou o prontuário pra mim e seguiu com a maca para dentro do setor de trauma ao lado de Igor.

Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora