CAPÍTULO 76

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[POV Valentina Campos Albuquerque]

Três meses se passaram desde um dos jantares mais importantes da minha vida. Após pensar bastante, decidi tentar engravidar. Antes de contar essa decisão para Luiza precisei ser realista comigo mesma e fui atrás de todos os exames possíveis para me certificar que estava apta a ter uma gravidez segura.

[Lembrança ON]

- Doutora Campos Albuquerque, minha opinião profissional diante de todos esses traumas que sofreu, pelo espancamento e acidente, é que a senhora faça alguns exames que vou solicitar e consulte com um especialista em fertilidade, também posso te recomendar um de confiança. - a doutora a minha frente parecia desconfortável.

- Fique tranquila, Dra. Marta, por favor. Aqui sou só a Valentina, sem formalidades. - sorri gentilmente encorajando a mulher que estava quase paralisada. - Quais são os exames?

- Certamente, é que não é todo dia que você atende a melhor cirurgiã ortopédica de Nova Iorque e dona do hospital em que você trabalha. - sorriu sem graça. - Mas Valentina, os exames incluem uma ultrassonografia pélvica, exames de sangue para verificarmos as funções hormonais e uma análise das suas reservas ovarianas. Esse último eu vou pedir um agora, mas o especialista em fertilidade pedirá outro, entendeu?

- Obrigada pelo reconhecimento! Certo, e esse processo todo vai demorar?

- Acredito que não, os exames são rápidos, o que faria demorar um pouco mais seria o tratamento caso se fizesse necessário. - me dirigi até a porta da sala e saí dali com os pedidos dos exames.

[Lembrança OFF]

Fazer os exames sem ela saber foi uma tarefa difícil, mas valeu a pena quando o especialista em fertilidade me deu a resposta de que sim eu poderia engravidar, mesmo após ter sido espancada pela Giovanna e depois do acidente no ano passado. É simplesmente a melhor e mais nobre sensação do mundo saber que poderia sim gerar uma vida no meu ventre sem me colocar em risco ou pior, colocar o bebê em risco.

Luiza também quer gerar um filho nosso, mas preferiu primeiro seguir com seu processo terapêutico para trabalhar sua questões com sua mãe antes de engravidar. Por isso ela ficou além de muito feliz, aliviada por poder esperar mais tempo.

[Lembrança ON]

- Eu pensei bastante em tudo que vivemos nos últimos tempos e sinceramente? Seria fácil desistir de quaisquer planos de futuro com tantos traumas. - segurei sua mão livre sobre a mesa, ao lado do prato. - Mas a verdade é que eu sonho cada vez mais com o dia em que teremos a chance de acertar tudo que erraram com a gente, de amar alguém de uma forma que simplesmente transcende nossa existência e de ter o melhor de nós duas em um único ser humano.

- Você quer ter um filho? - Luiza me olhava sorrindo, mas ainda assim um pouco confusa.

- Um, dois, três, quantos você quiser, meu amor. - uma lágrima escapou por minha bochecha. - Você me dá a honra de ser a mãe do seu primeiro filho?

A essa altura ambas chorávamos.

- Com toda certeza desse universo, sim! - sua voz embargada foi embalada por uma risada gostosa de ouvir. - Meu Deus, temos tantas coisas pra ver, pesquisar! Vou marcar seu ginecologista amanhã mesmo, precisamos fazer exames

- Calma, linda - ri da sua empolgação. - Fiz todos os exames necessários na última semana, eu não só posso engravidar, como teremos uma gravidez totalmente normal

- Jura? - um largo sorriso começou a se formar nos seus lábios. Ela se levantou e veio até mim. - Vamos ter um bebê! 

Sua felicidade se tornou audível em todo o restaurante na última frase, todos aplaudiram.

Predestinadas - ValuOnde histórias criam vida. Descubra agora