09:40 - Sexta-feira
Acordo com o toque do celular de Tom, o que me faz lembrar que preciso de um celular novo. Começo a sacudi-lo para que ele acorde e atenda, mas é em vão. Que sono pesado!
- Alô? - atendo o celular dele, sem ao menos ver quem era. O sono ainda é maior que eu.
- Quem tá falando? - A voz de uma mulher surge nos fones. Quem é essa mulher?
- Ai, meu Deus. Tom está dormindo, depois ele te liga. - desligo o telefone , colocando-o de volta na mesa de cabeceira, saindo de cima de Tom. Não demora muito, o telefone torna a tocar, me deixando irritada.- Pelo amor de Deus, moça. São nove da manhã, eu já disse que Tom está dormindo e que vai te ligar depois. Pra que esse desespero? - respondo, zangada.
- Bom dia, Cely. - A voz de Andrei sai pelo fone, me causando um arrepio na espinha. Andrei ligando para Tom, essas horas da manhã não deve ser coisa boa.
- Andrei?! Meu Deus, me desculpa, eu não... Não sabia que era você. Aconteceu alguma coisa? - digo, fingindo demência.
- Acorda o Tom. Agora, Cely. Eu e os outros estamos esperando vocês dois no restaurante do hotel. Vocês tem cinco minutos. - diz, ríspido.
- Ah, sim, cinco minutos. Ok. - e ele desliga na minha cara.Que ótimo jeito de começar uma sexta-feira. Me levanto fazendo o máximo de barulho e movimento possível para que Tom acorde, mas seu sono parece ser eterno. Escovos os dentes e passo um pente em meus cabelos, apenas para abaixar o volume deles. Ligando a torneira, encho minhas mãos com água, correndo até a cama para que a água não escorra toda entre meus dedos e jogo no rosto de Tom, que se acorda num susto, me fazendo dar risada.
- Que porra é essa, Cely? Enlouqueceu, foi? - perguntou, se levantando rápido, passando as mãos em seu rosto molhado.
- Tenho duas notícias: uma boa e uma ruim. Qual quer primeiro? - pergunto enquanto ele me olha furioso.
- A boa. De ruim já basta o jeito como me acordou. - diz, de modo rabugento.
- A boa é que fomos convidados para um belo café da manhã.
- E a ruim? - perguntou.
- Andrei que nos convidou. - digo, observando o Kaulitz mais velho revirar os olhos com raiva.
- Agora não adianta revirar os olhos, mocinho. Esperava ganhar o que depois de fugir? - pergunto, estendendo a mão pra que ele levante. Ele segura minha mão, me puxando para pegar impulso e se levanta, indo escovar os dentes, eu acho. Sento na cama, esperando-o.- Você acordava o Georg desse jeito? - ele pergunta, de modo irônico. A boca cheia de espuma pelo creme dental.
- hunrum. - digo, balançando a cabeça em sinal de confirmação, ironizando também.
- Ah, então foi por isso que ele te deixou. - disse, me possuindo de raiva. Pego o primeiro objeto que vejo e jogo nele, que desvia, me olhando com os olhos arregalados. Sim, Kaulitz, eu sou imprevisível. Quando acaba, saímos pelos corredores em direção ao restaurante.- Cuidado aí. Não vai cair de novo. - me provoca, falando em relação ao dia do coquetel, quando cai, correndo atrás dele. O que deu nesse menino? Está cheio de piadinhas hoje.
- Aliás, sua putinha te ligou. Certamente deve querer uma bolsa da Chanel. - digo, provocando-o.
- Mexeu no meu celular de novo? - ele pergunta, parando de braços cruzados no meio do corredor. Mas eu simplesmente ignoro, continuo andando deixando-o para trás.- Maldita hora que eu fui dar um fim ao seu celular. - Ele diz baixinho, como se não quisesse que eu ouvisse.
- VOCÊ FEZ O QUE? - Volto até onde ele está, praticamente avançando em cima dele, mas percebo uma hóspede do hotel aparecendo no corredor, o que me impede que cortar sua jugular.- Talvez, talvez - ele diz, levantando o indicador- talvez eu tenha jogado ele no mar. - disse, fazendo uma cara de medo.
- Você tem merda na cabeça? - pergunto delicadamente, para que a moça não perceba nossa discussão. - você não podia ter feito isso, querido. - digo isso quando na verdade queria poder xinga-lo de uns 25 adjetivos impróprios.
- Mas eu posso recompensar. - ele diz, enquanto eu viro as costas para ele, batendo os pés pelos corredores. - Eu posso te dar um novo.
Se eu passar mais uns cinco minutos com esse garoto eu vou surtar. Apresso o passo, deixando que fale suas asneiras longe de meus ouvidos. Quando paro na entrada do restaurante, consigo ver todos os meninos, Andrei e mais umas duas pessoas que não conheço. Com medo de chegar sozinha, espero Tom passar em minha frente e o sigo.
- Bom dia. - Andrei diz, mas só consigo ver o quanto Georg ignora a minha presença e com razão.
- Bom dia. - digo a todos, sentando ao lado de Bill e Tom ao meu lado. Mais uma piadinha e eu vou socar esse garoto com todo ódio acumulado que tenho desde 2010.- Por onde vamos começar? Pelo fato desta moça mais uma vez estar envolvida em polêmicas com o Tom ou pelo fato de que a menos de uma semana atrás ela aceitou se casar com o Georg? - Andrei diz, dando uma garfada no bolo que estava em seu prato.
- Primeiro abaixa a sua bolinha, você não está falando de qualquer uma, está falando da Cely. - Tom me defende.
- Ninguém tem que falar sobre nada. A gente finge que não foi nada e está tudo certo. A gente fez isso durante os últimos sete anos, porque agora iria mudar? - ele continuou.- Não envolve só vocês agora, seu idiota. Cely já foi vista com o Georg.
- Poucas vezes. - Georg reforça. O modo como ele disse, parecia estar falando de algum estranho.
- Não vai demorar até que descubram que a 'loira misteriosa" era a Cely. E aí? O que vamos explicar? - Andrei perguntou, cruzando os braços.
- Nada. - Tom respondeu.
- É gente, não precisam responder nada. Eu vou voltar para casa amanhã. - digo, olhando Georg, esperando algum tipo de reação dele.- Pra Berlim? - Bill perguntou, surpresa.
- Sim, tenho minha casa e meu consultório lá. Buddy também está nos esperando. Pego o primeiro avião amanhã.
- Pronto, resolvido. - Tom disse. - Cely vai embora e nós não precisamos falar nada. Fica certo assim.
Confesso que não esperava essa reação de Tom, achei que ele me pediria pra ficar ou algo do tipo, mas não. Todos da mesa dirigem seus olhares para mim, esperando algum tipo de reação, mas estão enganados. Esse joguinho de desinteresse não rola comigo, e eu não teria mais nada a fazer aqui. A única pessoa que me importa é o Georg.
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𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜
FanfictionContinuação da fanfic Eu vejo você. Onde conto a história de amor entre Cely e Tom que acaba após uma aposta feita por ele junto com seu melhor amigo. Um romance mal acabado pode ressurgir e abalar uma vida inteira. Se Cely tivesse que escolher, que...