33° capítulo

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Eu poderia passar o resto do dia deitada aqui em seus braços, coladinha a ele, recebendo seus abraços, mas estou morrendo de fome e de saudades do meu amigo. Me levanto, procurando por minhas roupas que estão espalhadas pelo quarto.

- Onde pensa que vai? - me perguntou.
- Vou almoçar com o Bill. Você vem? - perguntei, enquanto vestia minha calça jeans.
- Não acho que seja uma boa ideia. Com a sorte que temos, logo estaremos nos sites de fofoca de novo. - ele tem razão. Sair com Bill não teria a mesma força que sair com o solteiro mais cobiçado do mundo, já que Tom quase toda semana está com uma mulher diferente, ou estava, né?

- Eu sei. - digo, calçando minhas botas de cano longo.
- Vai ficar bem sem mim? - ele perguntou, mas sinto sua voz estranha. Certeza que deve querer ir.

- Honey! - Ouço Bill gritar lá de baixo. Dou uma última olhada no espelho, bagunçando um pouco de meu cabelo, dando um ar mais despojado.

- Te amo. - me despeço dele, lhe dando um último beijo antes de ir, deixando-o na cama, completamente nu.

Quando estou descendo, ouço a voz de Georg na parte de baixo, conversando com Bill.
- Essas malas são dela? - ele pergunta, apontando para as minhas malas no canto da parede. Bill olha para mim e instantaneamente Georg se vira para me olhar.

- Oi Georg. - digo, sem jeito.
- Oi, Cely. Cadê o Buddy? - perguntou, de modo frio.
- Ficou com a Sofie. O seu advogado entrou em contato com você?
- Ainda não, estou muito ocupado. Sabe como é, né? Trabalho muito, não tenho tempo para outras distrações. - ele diz de modo sarcástico, como se dissesse que é isso que Tom faz.
- É sobre a venda do apartamento, preciso da minha parte. - digo, friamente. Não gosto do jeito que ele fala de Tom.
- Mas porque? Você pode ficar no apartamento, eu não ligo de dividirmos o apartamento, talvez. Você sabe, essas coisas levam tempo. - sua entonação muda drasticamente quando eu digo que quero vender nossa casa, como se ele ainda tivesse esperanças de uma reconciliação.

- Eu preciso comprar um apartamento para mim. - falei, observando que Bill ainda estava aqui, ouvindo tudo.
- Quer ajuda? Eu conheço Berlim melhor que você, eu sei de... - e eu o interrompo.
- Em Los Angeles. Eu estou me mudando para Los Angeles. - Sua expressão passa de neutro, para decepcionado. Talvez esse não fosse o melhor momento para essa nossa conversa, mas quando ele falou de Tom com tamanho deboche, eu não aguentei. Durante todos esses dias, Georg não falou comigo sobre possíveis reconciliações e sendo assim, criou um abismo entre nós, ainda maior do que quando morávamos juntos.

- Mas depois nós falamos sobre isso. Vamos, Belinda? - quero sair dessa situação.
- Ah, sim, vamos.
Pelo canto do olho, consigo ver bill se despedindo de Georg enquanto eu caminho até a saída. Adam nos avista de longe e vem até a nós, fazendo seu serviço.

- Hoje não, Adam. Hoje eu e Belinda vamos sozinhos. - digo, mostrando minha mão para que ele me entregue a chave do carro. Adam olha confuso para Bill e depois para mim, como se estivesse pedindo a permissão de Bill.

- Tarde das meninas. - Bill respondeu, dando de ombros. Com a permissão concedida, me entregou as chaves relutante e assim que passei por ele, indo em direção ao carro, ouvi ele dizer.

- Tom não vai gostar nada disso. - ignoro-o e continuo andando. - Vocês dois saindo sozinhos, sem segurança! - ele aumentou o tom de voz para que eu o ouvisse, mas Bill e eu não ligamos.

Entro no carro e Bill se senta ao meu lado, no banco do carona. O carro escolhido pelos meninos essa vez foi um Audi r8 branco, e eu suspeito que tenha sido Tom que escolheu a locação dessa vez, já que gosta de carros esportivos.

- Sabe andar nessa cidade? - Bill perguntou, admirando seu reflexo no retrovisor.
- Sei sim. - A Suíça me trás diversas lembranças de Georg, já que nós tínhamos denominado que aqui era a cidade do nosso amor. Nossa primeira viagem foi para cá, nosso pedido de casamento também foi aqui, então tenho apenas recordações gostosas desse país.

Differente é um restaurante local com uma das melhores comidas que já tive o prazer de provar. O ambiente é aconchegante e não tão luxuoso como Bill está acostumado. Escolhemos uma mesa entre as demais, que nos dá acesso a vista da rua lá fora.

- Porque Tom não veio? - seu irmão perguntou.
- Você sabe que nós dois juntos é pedir para sair nos tablóides. Não queremos ser tão expostos dessa vez.
- Decidiu voltar para L.A mesmo?- pergunta enquanto estou comendo. - Tomara que sim, sinto tanto a sua falta, Cely. - ele diz, todo carinhoso e geralmente ele não é assim. Na verdade, o gêmeo carinhoso, que gosta de toques físicos é o Tom, Bill é mais de palavras carinhosas, sem muita babação.

Começo a ouvir alguns gritos abafados, juntamente a sensação de estar sendo observada. Quando procuro a direção dos gritos, vejo a rua onde estamos lotadas de pessoas que gritam o nome de Bill, da banda e até mesmo o de Tom.

- Não acredito que nos acharam. - Bill diz, tentando esconder seu rosto.
- E agora? - pergunto, observando as mulheres que gritam por eles lá fora. Sou surpreendida ao ver um homem bem vestido, ao lado de Bill.

- Bill Kaulitz, essa é a nova namorada do seu irmão? Estão aproveitando a visita a Zurich? - ele começa a fazer diversas perguntas, segurando o seu celular, para que grave tudo que Bill disser. Só pode ser um pesadelo.

O metre do restaurante percebendo a movimentação em nossa mesa e lá fora, vem até nós, aparecendo como uma tábua de salvação, nós levando até o escritório do restaurante para que possamos nos esconder.

- Meu Deus, aquele jornalista chegou perto de mais! Só Deus sabe o que ele poderia ter feito! - Bill diz, assustado. Preciso fazer alguma coisa, nós temos que sair daqui. Ligo para Tom, que demora um pouco para atender.

- Oi, linda. Bill é tão chato assim? - ele diz, debochando.
- Lindo, eu preciso de sua ajuda. - digo, nervosa.
- O que foi, Cely? - seu tom de voz muda.
- Eu e Bill saímos para almoçar, mas as fãs nos acharam, e um homem chegou muito perto de nós dois, e... - sou interrompida.
- Cadê o Adam, Cely? - perguntou, bravo.
- Ele não veio! Eu não quis que ele viesse! - digo, ainda mais nervosa por saber que ele também está.
- Você tem merda na cabeça, Cely? - praticamente gritando do outro lado da linha, eu consigo ouvir ele fazendo alguma coisa.

Começo a ouvir batidas na porta do escritório, batidas fortes, como se alguém tentasse entrar.

- Bill, apenas uma palavrinha. - um homem pede do lado de fora.
- Lindo, por favor. Vem logo. - digo, nervosa e com medo. Passo para ele a localização enquanto o homem insiste.
- Poderia nos contar ao menos o nome da moça? - insistiu.
Não é possível que eu seja tão importante assim, ou que a porra das escolhas de Tom sejam tão interessantes a esse ponto.
- Onde estão os funcionários desse lugar? - Bill me pergunta.
- Eu não sei. Estou tão apavorada quanto você!
Bill e eu ficamos trancados aqui por mais uns vinte minutos, enquanto o jornalista faz perguntas e tenta abrir a porta a todo custo. Até que ouço uma voz conhecida.
- O que porra você quer saber? - Tom diz.
- Sai, sai. - Adam fala, provavelmente, para o desgraçado que estava lá fora.
- Cely? - alguém força a tranca da porta. - Sou eu.
Abro a porta devagar, mas Tom praticamente empurra a porta, entrando na sala e me abraçando forte.

- Meu Deus, você tá bem? - perguntou. Concordei com a cabeça, ainda em choque.
- E você? - pergunta me soltando, indo até o seu irmão e abraçando-o, como fez comigo.
- Está, está. Já estou acostumado. - ele diz ao irmão. - Como a gente vai sair daqui?
- Adam está aqui. Ele e mais quatro seguranças, por que NÃO PODEMOS SAIR SOZINHOS. - Tom fala alto, para que eu ouça bem o que disse.

- A gente vai sair rápido, todos juntos. Adam vai na frente, um segurança de cada lado e mais um atrás. Tudo bem? - perguntou.
- Sim. - Bill e eu respondemos juntos. Pegando minha mão, Tom sai na frente me levando com ele e saímos exatamente como ele havia planejado. São pouquíssimos metros até o carro, mas os flashes, paparazzis e fãs fazem com que o caminho dure mais que o normal. Entramos os três no banco de trás e Adam no da frente, enquanto os outros seguranças ficam lá fora, impedindo que alguém abra as portas e saímos dali, o mais rápido possível.

𝙲𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora